Vasco

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sexta-feira, 1 de maio de 2020

A LONGUÍSSIMA TRAVESSIA DO ALMIRANTE

Pelos inícios de junho de 1957, o time do Vasco iniciou uma excursão por cincos países: Curaçao, Estados Unidos, França, Espanha e a então União Soviética. No primeiro, o médico Waldir Luz combinava o cardápio com a cozinheira. Na hora da refeição, vinha tudo diferente. “Não consegui encontrar o que o senhor pediu”, explicava a mulher.
Ainda em Curaçao, ao receber pacotes de café, enviados pela mulher do diretor Antônio Calçada, o técnico Martim Francisco pediu permissão à cozinheira do Hotel Bryon, e foi à luta. Só que não havia coador. Então, ele pegou um saco pequeno, usado para colocar açúcar, e mandou ver. Como o gás da cozinha do hotel estava fraco, Martim levou 45 minutos para matar a saudade da rapaziada de um cafezinho fumegante.
Em Nova York, o goleiro Carlos Alberto Cavalheiro viu, em uma vitrine, um chapéu panamá azul, rodeado por com uma fita branca, salpicado por bolinhas azuis. Ao chegar ao hotel com a novidade, fez tanto sucesso que, um a um, os jogadores foram comprar um igual.
Em 16 de julho, continuando o giro, já em La Coruña, na Espanha, o Vasco conquistou a Taça Tereza Herrera, mandando 4 x 2 no Atletic Bilbao, chegando à cidade quatro horas antes da partida.
 No dia seguinte, houve um almoço comemorativo a um ano de atividades vascaínas por parte do treinador Martim Francisco e do médico Waldir Luz. Os espanhóis não entendiam porque a Turma da Colina demorara tanto a chegar.
 Explicação dos representantes do empresário José da Gama: viajaram 16 horas de ônibus, desde Madrid, por não encontrar nem avião disponível.
Em 3 de julho, depois de vencer o Espanyol, por 3 x 1, em Barcelona, a delegação tinha como próximo destino a capital soviética, Moscou.
 Como era época da guerra-fria e o Brasil se alinhava aos Estados Unidos, o goleiro Carlos Alberto, que era militar da Aeronáutica, teve de voltar ao Rio de Janeiro, para não jogar na terra dos comunistas. Na primeira folga, a rapaziada foi passear e posou para uma foto (esta que você vê) diante de um prédio onde havia o martelo e a foice, os símbolos do comunismo.

Seria demais exigir alinhamento ideológico de Sabará Livinho e Ortunho, por exemplo. Eles prefeririam, certamente, ver um torresminho com Pinga - o ponta-esquerda do time vascaíno daquele tempo.
Foto de Fernando Costa para o Nº 91 da Manchete Esportiva de 17 de agosto de 1957

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