Vasco

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

A ZAGUEIRONA DO "MATADOR" DINAMITE

          FOTOS REPRODUZIDAS DA REVISTA FATO & FOTOS GENTE                             

 Ela era apelidada por Cabocla Jurema
O atacante vascaíno Roberto Dinamite era a última opção do treinador Cláudio Coutinho para o ataque da Seleção Brasileira que disputaria a Copa do Mundo-1978, na Argentina. Mas terminou sobrando uma vaga para ele, que foi a Mar del Plata, a sede dos brasileiros. No entanto, não havia nenhuma perspectiva de ele ficar nem no banco dos reservas.
 Roberto segurou a barra legal. Nenhum jornalista o procurava para entrevistas. Zico e Reinaldo Lima era a dupla fatal canarinha, sem discussões. Só que os dois não conseguiram emplacar e, se o Brasil não passasse pela Áustria, após empates com Suécia e Espanha, a turma poderia voltar pra casa. Então, Coutinho recorreu a Roberto e este marcou o gol da vitória que levou os brasileiros à segunda fase do Mundial.      

 Após a classificação, Roberto chorou no gramado, sob as vistas do médico Lídio Toledo, que o levou para o exame antidoping. As duas garrafas de cerveja que ele ingeriu para conseguir fazer xixi não tinham gosto de “venha mais”. O que ele mais queria ele telefonar para Jurema, a sua mulher, o que só foi fazer à noite, na concentração da Villa Marista.
 Jurema  era um verdadeiro anjo da guarda para Roberto. Ela não o deixou desanimar quando ele sentia-se desprezado pelos cartolas que levariam o escrete nacional à Copa da Argentina. Quando Roberto esteve no espanhol Barcelona e não contava com as simpatias do treinador, ela decidiu que o marido teria que voltar, imediatamente, para o futebol brasileiro. Caso contrário, a sua bola murcharia na Espanha. O Flamengo tentou repatria-lo, mas o Vasco da Gama foi mais ágil e o trouxe para novos tempos em São Januário.
Ela e o sorriso amarelo de Roberto
 Para os dirigentes cruzmaltinos, Roberto era um “matador” indiscutível.  Mas o que eles temiam mesmo era o veneno da “Cabocla Jurema” - como a chamavam, em alusão a uma divindade do candomblé – nas ocasiões de renovação de contrato. Certa vez, Jurema disse à imprensa que lutava para tirar o máximo do Vasco em cada contrato, simplesmente, devido a dureza da vida do atleta. E garantiu que só apertava o clube depois de tabelar com o atacante, do qual procurava livra-lo do rótulo de fácil de ser enrolado pelos cartolas.    
 Roberto conheceu Jurema pelos inícios da década-1970, quando ele estava surgindo para o futebol. Começaram a namorar durante um Carnaval. Ela era viúva e tinha um filho. Da relação nasceram Luciana e Tatiana.
De início, a família de Roberto era contra o namoro. Inclusive, seu pai - José Maia de Oliveira – chegou a discutir com o irmão de Jurema, por causa da questão, por volta de 1975. Mas não adiantou. Uma grande história de amor rolou e durou até 1984, quando complicações durante uma hemodiálise a tirou Jurema de cena.    

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