Vasco

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domingo, 5 de fevereiro de 2023

DINAMITE ENCONTRA E ENGOLE FURACÃO

 Quando garoto, em Duque de Caxias, a grande curtição de Robrto Dinamite era ouvir, pelo rádio, os gols de Jairzinho. Como ele não saía de sua terra para ir aos estádios do Rio de Janeiro, ficava ouvindo o locutor Waldir Amaral chamá-lo por “Imperador” e sonhava ser como o ídolo,  “veloz, abusado, o terror dos zagueiros”, como o definiu o site oficial do Botafogo. Jairzinho era o artilheiro do seu time de botões e um atleta que dera, também, os seus primeiros chutes na bola na mesma Duque de Caxias, onde mostrava-se um touro nas peladas de rua, difícil de ser parado.

 Roberto, aliás Calu, o seu apelido de garoto, não sabia nada daquilo sobre o seu ídolo, cuja família mudara-se, em fins da década-1950, para bem perto do estádio botafoguense, onde o Jairzinho fez testes, foi aprovado e, em 1965, entrou para o time juvenil das Estrela Solitária. Rapidamente, as suas arrancadas começaram a empolgar os torcedores, que já o viam, aos 19 de idade, como o futuro substituto do endiabrado Mané Garrincha, mesmo não aplicando dribles desconcertantes, como o “Torto”.

 Da segunda metade da década-1960 em diante, Jairzinho passou a ser convocado para qualquer Seleção Brasileira que a então CBD-Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF) formasse. Foi à Copa do Mundo-1966, junto com o Mané Garrincha que se acabva, e consagrou-se, definitivamente, durante a Copa do Mundo-1970, no México, marcando gols em todos o sete jogos que valeram o tri ao time canarinho. Em Duque de Caxias, o Calu vibrava com o seu ídolo, já podendo assistí-lo pela TV (em preto-e-branco). Apelidado por “Furacão da Copa”, Jairzinho voltou frequentando, constantemente, páginas de jornais e capas de revistas, como esta de Placar que você vê abaixo, e sendo convidado para participar de programas e mais programas de TV. O garoto Calu nem imaginava que, na temporada seguinte, ele começaria a trilhar carreira em que o seu futebol seria muito parecido com o do ídolo. E tudo partiu do 25 de novembro de 1971, quando ele tornou-se o Roberto Dinamite, devido a portência do chute que foi batar na rede do goleiro Gainete, do Internacional.

    Jairzinho foi o grande ídolo do garoto Roberto Dianmite

 O ex-Calu e agora Roberto Dinamite passou a sonhar com o dia em que pudesse conhecer Jairzinho, pessoalmente, abraçá-lo e apertar uma de suas mãos, dentro de campo. Entre o 25 de novembro de 1971 e 5 de agosto de 1973, Vasco da Gama e Botafogo se enfrentaram em seis oportunidades, mas nunca eles estavam presentes aos prélios. Até que aconteceu, nesta úlima data citada acima. Poucos depois de os dois times entrarem em campo, Roberto foi até Jairzinho e se apresentou ao antigo ídolo, informando-o de que era o seu maior fã. O jogo valeria pelo terceiro turno do Campeonato Carioca e o Maracanã recebia 35. 548 pagantes.

Rolou a bola e o Dinamite vinha sendo marcado, duramente, por um antigo ídolo da torcida vascaína, o zagueiro Hércules Brito Ruas, tricampeão mudial no México, juntamente com Jairzinho. Da mesma forma, Moisés e Renê não davam trégua ao “Furacão”. E foi o fã quem bateu na rede: aos 31 minutos do segundo tempo,  de Vasco 2 x 0 Botafogo – Zanatta havia aberto o placar, ao 35 da etapa inicial. Encerrada a partida, apitada por José Faville Neto, o fã pediu (e ganhou) a camisa do ídolo, realizando um antigo sonho de adolescência.

Carioca, nascido no 25 de dezembro de 1944, Jairzinho disputou 412 partidas pelo Botafogo e marcou 189 gols. Pelo clube, conquistou os Campeonatos Carioca e as Taças Guanabara-1967/68; os Torneios Rio-São Paulo-1964 e 1966, e a Taça Brasil-1969. Pela Seleção Brsileira, fez 107 partidas e 44 gols. Jogou, ainda, em alto nível, pelo francês Olympique, de Marselha, e o mineiro Cruzeiro. Em final de carreira, ciganou por Portuguesa de Acarígua-VEN; Noroeste, de Bauru-SP; Fast,  de Manaus-AM; Jorge Wilsterman-BOL, e Nove de Outubro-EQU.

 No encontro Dinamite x Jairzinho de 5 de agosto de 1973, o Vasco da Gama do dia, dirigido por Mário Travaglini, alinhou: Andrada; Paulo César, Moisés, Renê e Alfinete (Pedrinho); Alcir e Zanatta e Gaúcho; Luis Fumanchu (Jorginho Carvoeiro), Roberto Dinamite e Luís Carlos Lemos. Botafogo: Cao; Valtencier, Brio, Osmar Guarnelli e Marinho Chagas; Marco Aurélio (Nei Conceição), Carlos Roberto e Dirceu Guimarães;  Zeqinha, Jairzinho e Fischer (Ferretti), comandados por Egídio Landolfi, o “Paraguaio”.

                

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