Vasco

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terça-feira, 31 de outubro de 2023





 





domingo, 29 de outubro de 2023

VASCO DA GAMA 1 X 1 GOIÁS

Placar manteve o Almirante na zona de rebaixamento do Campeoanto Brasileiro, com 31 pontos, três astrás do primeir time fora do setor. Turma da Colina volta a jogar, na quinta-feira, a partir dasd 17h, fora de casa, contra o Cuiabá, na Arena Pantanal, em |Mato Grosso. C onfira a fichas técnica:

FOTO REPRODUZIDA DE WWW. VASCONOTÍCIAS

          O goleiro vascaíno Léo Jardim foi a maior figura da partida

29.10.2023 (domingo)- Vasco 1 x 1 Goiás. 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Estádio: da Serrinha, em Goiânia-GO. Juiz: Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza.Público: 10.145 pagantes.
Renda:R$ 380.725,00.
 Gols:  Vegetti, aos 14, e Matheus Babi, aos 46 min 2° tempo. Vasco: Léo Jardim; Robson Bambu, Maicon (Zé Vitor), Medel, Léo (Praxedes); Zé Gabriel, Jair (Barros), Serginho (Gabriel Pec), Alex Teixeira (Payet), Lucas Piton; Vegetti. Técnico: Ramón Díaz. Goiás: Tadeu; Maguinho, Lucas Halter, Bruno Melo, Hugo; Willian Oliveira (Raphaek Guzzo), Morelli, Guilherme Marques (Vinicius); Allano (Alesson), João Magno (Matheus Babi), Julián Palacios (Dodô). Técnico: Armando Evangelista. 

OBS: seguda partida consecutiva em que o Vasco d Gama tem um atleta expulso de campo pelos minutos fiais. Na anterior (1 x 2 Internacioal, em São Januário, os excluídos foram Paulinho,  peça importantíssdim no esquema técnico da equipe, e Eric Marcus. Hoje, pouco depois de Vegetti receber o cartão vermelho, saiu o gol de empate dos goianos. Antes desses, o time vascaíno já tivera expulsos da partida o meia Jair e o então treinador Maurício Barbieri.  

sábado, 28 de outubro de 2023

VASCO DAS PRATELEIRAS - LIVRO SOBRE DANILO CONTA A HISTÓRIA DO CRACAÇO

André Felipe de Lima anunciou, pela revista Placar deste mês outubro, o pré-lançamento do livro Sua Alteza, Príocipe Danilo, Primeiro e Único. O trabalho sai pela Editora Multifoco – www.editoramultifoco.com.br -, conta com 146 pághina e custa R$ 49,90. Danilo Alvim foi um dos extraordinários atletas do Vasco da Gama dos tempos do Expresso da Vitória – 1945 a 1952 -, quando o time de São Januário era quase imbatível. Conquistou os títulos cariocas de 1947/1949/1950/1952 e o Sul-Americano de Clubes Campões-1948, que originou à Taça Liberadores. Também, foi vice--campeão da Copa do Mundo-1950. Ao encerrar a carreira de atleta, tornou-se treinador e conquistou dois títulos importantes: do Sul-Americano-1963, dirigindo a seleção da Bolívia, e a Taça Guanabara-1974, à frente do América- RJ. 
 
Em sua matéria sobre o livro, Placar publica esta foto em que aparecem, em pé, da esquerda para a direita: Augusto, Wilson, Danilo (marcado por seta), Ely, Jorge e Barbosa; agachados, na mesma ordem: Mário Américo (massagista), Maneca, Ademir Menezes, Heleno de Freitas, Ipojucan e Chico.  

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O VENENO DO ESCORPIÃO - LALÁ ASSANHOU CABELO DA MULATA

           Hino nacional do Carnaval brasileiro teve"sambinha" na Justiça   

              

Não havia ninguém mais “bola murcha”, no janeiro do Rio de Janeiro de 1932, do que Francisco Alves, o cantor mais popular do Brasil. Culpa dele mesmo, que recusara gravar uma marchinha - O teu cabelo não nega - lhe oferecida por Lamartine Babo, preferindo uma outra – Marchinha de Amor – que não foi amada por ninguém.

 Já que o Chico não botava fé na composição do Lalá (como amigos apelidavam o Lamartine), estee propôs aos comediantes Castro Barbosa e Jonjoca grava-la. Os caras toparam, o Lalá falou com Pixinguinha, que levou uma galera de velhos amigos para um estúdio, onde ele mesmo conduziu a gravação - Luís Americano e Sousa Aragão (saxofones); Bonfliglio de Oliveira (piston); Donga (banjo); Vantuil de Carvalho (trombone); João Martins (contrabaixo) e Elezar de Carvalho (tuba). Além destes, o Lalá formou um coro que reuniu, ainda, ele, a sua amiga Carmem Miranda, Murilo Caldas e o Jonjoca.

 Amigo de diretores futebolísticos cariocas, Lamartine Babo conseguiu, com o Fluminense, autorização para lançar a marchinha em um dos bailes do clube, por aqueles dias em que se aproximava o Carnaval. Chutou pra fora. Os refinados sócios do Flu, indignados com a presença na casa de 18 músicos, alguns negros,  se retiraram - sem problema! 


 Quando janeiro terminava, Carmem Miranda fazia show no Teatro Eldorado e deu uma forcinha pro seu amigo Lalá, cantando a marchinha dele, que incendiou a Cidade Maravilhosa. Saída dali, “O teu cabelo não nega” tornou-se uma espécie de hino nacional do Carnaval. Era tocada e cantada onde houvesse Brasil. No entanto, quando o "Carná" chegou, só quem se deu mal foi o Lalá. 

 O sucesso de “O teu cabelo não nega” não deixava ninguém sentado em um salão de festas. Em Recife, quando ouviram, os irmãos João e Raul Valença se espantaram. Foram à imprensa e garantiram que aquela marcha era deles e se chamava “Mulata”. Mas quem iria dar ouvidos a eles, se Lamartine Babo, que aparecia como o autor era famoso, por dezenas de composições que todos os brasileiros haviam cantado? Os carinhas, porém, resolveram encarar. Explodiram um escândalo no Rio de Janeiro. Como o Lalá poderia fazer aquilo?  Era inacreditável - nem tanto!

Sujeito sempre duro, sem dinheiro, Lamartine Babo trabalhava para a gravadora Victor, que recebia centenas de letras para apreciação, e mandava-lhe arrumar as de bom nível. Por gostar de “Mulata”, que tinha apelo totalmente popularzão pernambucano, ele fez uma outra letra, a que inicia com o que todos ainda hoje cantam – O teu cabelo não nega, mulata/Porque és mulata na cor/ Mas como a cor não pega mulata/Mulata eu quero o teu amor. No original dos irmãos nordestinos, os versos começavam assim: Nestas terras do Brasil, aqui/Não precisa mais prantá, qui dá/Feijão muito doutô e giribita/ Muita mulata bonita.

Neste cartaz a gravadora Victor já escreve "adaptação" de  Lamartine Babo

 Os irmãos Valença foram á Justiça e pediram có-autoria da marcha. Enquanto o barato rolava no barraco da “Dona Justa”, a “mulata” conquistava popularidade avassaladora. O Lalá que ficara sendo “o cara dela", é o mesmo que compôs todos os hinos que a torcida carioca canta hoje em estádios lotados por milhares de torcedores. Não precisava chutar “bola fora”, Lalá! Como o seu amigo Chico Alves.                      


domingo, 22 de outubro de 2023

VASCO DA GAMA 0 X 1 FLAMENGO

O Almirante naufragou nesta rota, mas foi jogo duro, em que poderia tanto um quanto o outro ter vencido. É o que provam as estatisticas: os vascaínos tiveram mais posse de bola, 53% contra  47% ds rubro-negros, além de terem finalizado mais: 17 x 10.  Também, fizeram o goleiro flamenguista tarbalhar mais - 7 x 4. O resultado fez a Turma da Colina voiltar à zona de rebaixamento, em 17º lugar. Confira a ficha técnica da partida:

                  Reprodução de www.vasco.com.br - André Durão

22.10.2023 (domingo) Vasco 0 x 1 Flamengo. 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz : Raphael Claus-SP.  Público: 64.524 (69.473 presentes). Renda: R$ 3,4 milhões Gol: Gerson, aos 31 min do 2º temo. VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique (Puma Rodríguez) Gary Medel (C), Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel (Jair), Paulinho Paula, Bruno Praxedes (Sebastián); Dimitri Payet (Luca Orellano), Gabriel Pec (Erick Marcus) e Pablo Vegetti. Técnico: Ramón Díaz. FLAMENGO: Agustín Rossi; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar, Thiago Maia, Gerson (Everton Cebolinha) e Arrascaeta (Everton Ribeiro); Bruno Henrique (C) (Luiz Araújo) e Pedro (Gabigol). Técnico: Tite.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

FALTA NA ENTRADA DA ÁREA É COISA TÃO IMPORTANTE QUE DEVERIA SER COBRADA SOMENTE PELO PRESIDENTE DO CLUBE!!!!

 Se dizem que “pênalti é coisa tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube”, o canditdado Pedrinho, isto é, Pedro Paulo de Oliveira, já está se preparando. Não para só cobrar pênalti, mas, também, falta perigosa a entrada da área. Foi o que descobriu o kikenauta e torcedor vascaíno fanaticaço Raimundinho Maranhão, que enviou esta foto do do seu álbum de recortes cruzmaltinos, com o antigo meia-atacante em ação.

Pedrinho é candidato a comandar a diretoria administrativa cruzmaltina, entreo 2024-2026. A votação está marcado para o sábado 11 de novembro, tendo ele por adversário Leven Siano, para substituir o atual presidente Jorge Salgado, a partir de janeiro. Pedrinho conta com o apoio dos antigos ídolos do futebol Edmundo e Felipe.

OBS: escrito 20 dias depois do pleito de 11 de novembro de 2023. Pedrinho foi eleito, com 3.372, contra 1.844 de Leven Siano, tendo ido às urnas 84% dos eleitores aptos a votaram na eleição. Nas urnas separadas, com os votos suspensos, Pedrinho recebeu 372, enquanto Leven ficu com 74.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

O VENENO DO ESCORPIÃO - BRASIL BRANQUELO CONTRA PELE NEGRA

 

Se líderes políticos (proponentes) e de entidade sociais (pressionantes) fizessem uma profunda revisão na história social brasileira, seguramente, muitos logadouros públicos mudariam de endereço, pois o final da escravidão, em 1888, não livrou o país de preconceitos epidérmicos.

 Pra começo de conversa, na Bahia pós-republicana, onde mais da metade da população era fomada por negros e descendentes, o – professor/psiquiatra/antropólogo/higienista/etnólogo/tropicalista/sexólogo/legalista Raimundo Nina Rodrigues apoiou as teorias racistas do italiano Cesare Lombroso, o pai da antropologia crimial, que descrevia o negro por “delinquente natural”. E propôs para a raça penas mais rígidas - Nina Rodrigues dá nome ao Instituto Médico Legal de Salvador, desde 1906, casa que pode ser visitada na Avenida Centenário.

  Assim como o racista Nina Rodrigues, também, esteve na turma dele um outro reverenciado vulto histórico nacional – Euclydes da Cunha -, nascido no Rio de Janeiro e autor de trabalho jornalístico que virou obra notável do pré-modernismo da literatura brazuca – Os Sertões, de 1902, narrando a Guerra de Canudos (1896-1897), enfocando sociedade baiana abandonada pelo Governo e comandada pelo lunático Antônio Conselheiro. 

Euclydes da Cunha reproduzido de www.ebc.com.br

Naquela cena, Euclydes viu o mestiço sendo um “desequilibrado, sem a energia física dos ascendentes (índios da época da colonização brazuca) e nem a vivacidade intelectual dos ancestrais superiores”. Mesmo com tal visão, ele foi levado para a Academia Brasileira de Letras, onde um dos fundadores, o sergipano Sílvio Romero (nome de praça, em São Paulo) desejava acabar com os negros por  processo que incluía “o fim do tráfico negreiro (1850) e o desaparecimento dos índios”. Para ele, isso ajudaria tornar o branco preponderante no Brasil, “até tornar-se puro e belo como na Europa” – que horror!

  Um outro elemento “acima de qualquer suspeita” que entrou nessa  de “seleção natural” foi o escritor Monteiro Lobato – pasmem! Pois foi! E não só foi, como patrocinou a impressão dos primeiros boletins da Sociedade Eugênica de São Paulo, em 1919.

Reprodução de www.monteirolobato.com.br

 Imagine, durante a década de 1920, cópias de projeto-de-lei dificultando entrada de imigrantes negros no País - do deputado Alfredo Ellis Júnior - desembarcando no  Sítio do Pica-Pau Amarelo! Com certeza, "se estivesse por lá", o conturbado personagem Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, não se internaria no Hospital Miguel Couto (do Rio de Janeiro), caso o prédio do estabelecimento fosse naquele sítio.   

 Presidente da Academia Nacional de Medicina, entre 1914/1934, Miguel Couto endossava as teses de Nina Rodrigues e do extremista Renato Kehl, do Departamento Nacional de Saúde Pública, um cara, hoje, largamente, condenado pelos historiadores. Mas o nome dele segue firme na Rua Doutor Renato Ferraz Kehl, em São Paulo, onde Armando Vieira de Carvalho, fundador da Faculdade de Medicina de São Paulo, defendeu o mesmo pensamento e ganhou placa na Avenida Dr. Arnaldo. Por sinal, São Paulo foi pródigo em homenagear gente assim, como, como Vital Brazil, fundador do Instituto Butantan e emplacado, ainda, em uma das ruas paulistanas. Melhor foi para o psiquiatra Franco da Rocha, que virou cidade.

 Esta rapaziada era chamada por “eugenista”, defensora de pseudociência rascista, para justificar a impossibilidade de tratar negros como posse – proibido, no Brasil, desde o final da escravidão, em 1888. A simpatia pela tese vinha de uma Inglaterra sonhadora com raça superior, pura, propondo aos ricos proliferarem mais do que os pobres, “que desapareceriam, com o tempo”. Distantes 1148 km da ilha dos ingleses, pegaram vaga nesse trem os alemães Erwin Bauer, Gritz Lenz e Eugen Fischer, que escreveram sobre princípios hereditários humanos da higiene racial e fizeram a cabeça de Adolf Hitler, como este deixou claro em seu livro Mein Kampf (Minha Luta, de 1925).

Roquette-Pinto reproduzido do acervo fotográfico do Ministério das Comunicações

Aqui pela terrinha, João Batista de Lacerda, diretor do Museu Nacional, não precisou esperar tanto para espantar o planeta. Em 1911, representando o Brasil no Congresso Universal das Raças, na França, ele compareceu levando o museu nacional dos horrores, onde uma prateleira guardava a ideia de que o sague do branco diluiria o do negro, algo pensado, também, por Belisário Pena, o criador da Liga Pró-Saneamento do Brasil – Belisário é nome de rua, na Penha, no Rio de Janeiro, e o JB de Lacerda no bairro da Mooca, em São Paulo. 

Duas décadas depois, o médico Edgard Roquette-Pinto, pioneiro das transmissões radiofônicas no país, e o  presidente da Associação Brasileira de Educação, Levy Carneiro, liderando sessões comemorativas do centenário da Academia Nacional de Medicina, aplaudiram a proposta que instava jovens “eugenicamente sadios a terem mais filhos do que as raças degeneradas” - ainda bem que Pelé, Garrincha, Didi, patota de sangue “degenerado”, ainda não era nascida pra ser saudada pelo rádio de Roquette-Pinto que, em 1958, os saudou como heróis nacionais

 


quarta-feira, 18 de outubro de 2023

VASCO DA GAMA 1 X 0 FORTALEZA-CE

Valeu pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, com prélio disputado no carioca estádio vascaíno da Rua  São Januário (fundos da General Almério de Moura), no Rio de Janeiro. O placar leva o Almiante para 30 pontos e o deixa fora da zona de rebaixamento. nfira a ficha técnica:

Foto reproduzida de André Durão - www.vasco.com.br

O francês Payet marcou o seu primeiro gol com a camisa vascaína

18.10.2023 (quarta-feira) - Vasco da Gama 1 x 0 Fortaleza-CE. 27ª rodada do Campeoanto Brasileiro. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Leandro Pedro Vuaden-RS. Público: 19.930 pagantes e 20.255 presentes. REndas: R$ 985.816. Gol: Payet, aos 12 min do 2º tempo. VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique (Puma Rodríguez), Maicon (Miranda), Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes (Jair) e Payet (Mateus Carvalho); Gabriel Pec, Vegetti e Marlon Gomes (Rossi). Técnico: Ramón Diaz. FORTALEZA-CE -João Ricardo; Tinga, Marcelo Benevenuto, Titi e Escobar; José Welison (Thiago Galhardo), Caio Alexandre (Pedro Augusto) e Pochettino (Marinho); Yago Pikachu (Calebe), Lucero e Machuca (Guilherme). Técnico: Juan Vojvoda.

 

 


terça-feira, 17 de outubro de 2023

VASCO NO PLACAR - MARQUINHO CARIOCA

 Que tal ter em seu time um jogador com mil e uma utilidades, só não tititular por falta de centimetragem? Acontecia no Vasco da Gama de 1983, com Marquinho Carioca, que tinha: bom domínio de bola; drible seguro; chute forte; inteligência no cumprimento de função tática; rapidez na armação de contra-ataques e exímio cruzador de bolas para os finalizadores. Com tudo isso, o que lhe faltava para ser titular? Segundo o treinador Antônio Lopes, apenas quatro centímetros. Se medisse 1m72cm, a estatura de Zico, o maior ídolo da história do Flamengo, a conversa seria diferente, garantia.

Esquisito, pois o Vasco da Gama já tivera titular mais baixo do que Marquinho, caso do ponta-esquerda Djayr Mazzoni, campeão carioca-1950, participando de 16 os 20 jogos que valeram o título da temporada ao Almirante. Desde outubro de 1980, quando fez sua primeira partida pelo time principal da Colina, e até ser emprestado ao Fortaleza-CE, em 1983, das 109 partidas em que havia vascaínado, em 30 Marquinho entrara no decorrer das partidas.  Mas ele não se importava com as manhas dos treinadores, pois, volta e meia, estava entrando em campo, fosse como volante, meia-armador, centroavante ou ponteiro-direito/esquerdo.

Versatilidade fazia revista Placar considerar Marquinho sombra para qualquer titular da meiúca do Vasco da Gama, um jogador muito importante. 

O treinador que inaugurou a moda do senta-levanta do banco dos reservas para o Marquinho foi Mário Jorge Lobo Zagallo, seguido por Célio de Souza e sequenciado por Antônio Lopes, que declarou à revista Placar  - Nº 672, de 8 de abril de 1983: “Se ele (Marquinho) tivesse mais altura seria um belo jogador”. Já que era um “patinho feio” na Colina, em duas tempordas e meia de serviços prestados à nau do Almira, o baixote Marquinho sempre perdia a vaga quando o Vasco da Gama contratava atleta meio-campista com mais nome do que ele. Asssim, saiu do time para as entradas de Paulo César Caju, Cláudio Adão, Silvinho, Renato Sá, Elói e Dudu Coelhão, para quem o Marquinho era imprescindível ao time vascaíno, fazendo o quarto-homem de meio-de-campo, ou jogando aberto pelas pontas.

 Por ter a admiração dos companheiros de time e do treinador Antônio Lopes, certa vez, Marquinho  pediu ao chefe uma chance pra disputar vaga no meio-de-campo, como o camisa 8 ou o 10. Lopes o atendeu, mas ele terminou ficando sem vaga no meio e na ponta. Levou um tempo para voltar a jogar. 

Marco Antonio Rodrigues Henriques, o Marquinho - nascido no oito de agosto de 960, em São João de Meriti-RJ – um dia, mostrou que nem sempre altura é documento. Em 5 de dezembro de 1982, diante de 113.271 pagantes, no Maracanã, na decisão do título estadual carioca, Pedrinho Gaúcho cobrou escanteio procurando, preferencialmente, Roberto Dinamite na pequenas área, onde ele tinha a marcação de Figueiredo e de Marinho, trio com mais de 1m80 cm de altura, cada um. No entanto, com 1m68cm, foi  ele, baixinho, com a sua impulsão, que chegou e raspou a cuca na bola, mandando-a à rede: Vasco 1 x 0 e campeão, com o Marquinho "Raspadinha" (apelido que não pegou),

Maquinho, que havia saído do banco dos reservas, substituindo Dudu Coelhão, disse ao repórter radiofônico Deni Menezes, após o jogo:. ”Eu não tinha altura para disputar lances aéreos com os becões. Então, tive de procurar o tempo certo da bola”, explicou, sobre a bola que bateu na rede, aos três minutos do segundo tempo - mesmo com as restrições à suas estatura,  ele jogou por outros cinco grandes clubes: Fluminense, Flamengo, Atlético-MG, Coritiba e Internacional-RS.  

OBS: entre 1991 e 2016, a Caixa Econôica Fedral manteve a Loteria Instantânea, que foi apelidade por "Raspadinha". O resultado para o apostador era imediato.


segunda-feira, 16 de outubro de 2023

TRAGÉDIAS DA COLINA - PENALTISMOS

Entre 1975 e 1975, o Vasco da Gama teve a seu favor a marcação de 19 pênaltis, em 38 partidas, o equivalente a 50% delas. Quatro dessas marcações, geraram muitas polêmicas. Confira:

28 de maio de 1975 – Vasco da Gama x São Cristóvãso jogam, em noite de quarta-feira, em São Januário, pelo Estadual-RJ. O juiz Moacir Miguel dos Santos marca pênalti   sobre o malandro Dé Aranha, especialista em cavá-los. Fora marcação tão escandalosa que até os vacaínos ficaram com vergonha de se aproveitarem do lance. Então, Roberto Dinamite, de propósito, chutou para fora, ficando o placar em Vasco 2 x 1.

15 de junho de 1975 – o árbitro Rubens de Sousa Carvalho marca pênalti a favor do Vasco da Gama, aos 24 minutos do primeiro tempo de partidas,e m São Januário, contra o Olaria, pelo segundo turno do Estadual. Roberto Dinamite bate e marca. A cinco minutos do final da pugna, o treinador do Olaria, Daniel Pinto, invade o gamado gritado: “O Vasco não cumpriu o acordo”. O prélio termina com Vasco 2 x 0 Olaria e o caso vai parar no Tribunal de Justiça Desportiva da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.       

 REPRODUÇÃODE WWW.NETVASCO.COM.BR - AGRADECIMENTO

          Roberto Dinamite chutou pênalti pra dentro e pra fora 

4 de setembro de 1976 – Nílsn Cardoso Bilha maca pênalti a favor do Vasco da Gama, aos 17 minutos do segundo tempo de jogo contra o Goiás, pelo Campeonto Brasileiro. Cobrado por Roberto Dinamite, o juiz diz que o goleiro Amauri desrespeitou as regras durante a cobrança e manda repetí-la. Na segunda, o Dinamite bate na rede: Vasco 1 x 0, em São Januário.

17 de outubro de 1976 – após marcar pênalti a favor do Americano de Campos-RJ, o árbitro José Aldo Pereira, logo depois, vê a mesma infração sobre  o atacante vascaíno Luís Fumanchu. Gol do Vasco, em cobrança por Roberto Dinamite. Os jogadores do Americano acham que não houve a penalidade máxima, vão pra cima do árbitro protetar e quatro deles são expulsos de campo. Em seguida, um outro atleta campista simula contusão e, sem número suficiente para continuar a pugna, esta termina aos 19 minutos da etapa final: Vasco 3 x 1.          

sábado, 14 de outubro de 2023

ADEMIR, CENTROAVANTE-CENTROAVANTE

1 -  Perto de inteirar duas décadas do final de sua carreira, o goleador Ademir Menezes dizia, em 1973, que, se ele jogasse o futebol setentista, não faria tantos gols como na fase em que defendeu o Vasco da Gama e a Seleção Brasileira. Via os novos sistemas táticos matando os artilheiros, devido o “encurtamento dos espaços vazios”, e previa que o gol só surgisse em jogadas coletiva, nunca da ação de um só atleta, em jogada individualm criativa.

 Ademir não gostava de ver atacantes recuando para proteger o meio-de-campo e nem de a força substituir o talento, a improvisação. Decepcionava-se, tremendamente, com isso. Declarou à revista Placar Nº 166, de 19 de maio de 1973: “O centroavante tnha a obrigação de fazer muitos gols. O futebol era mais franco, com dois zagueiros, três homens na linha intermédiaria e cinco atacantes. O Leônidas (da Silva) fez nove gols na Copa do Mundo de 1938. Em 1950, a coisas mudou um pouquinho. Veio a diagonal do (treinador) Flávio Costa dois latgerais presos, dois médios (apoiadores) soltos no meio-de-campo e dois meias indo e vindo, de acordo com o lado da jogada.... A diagonal mantinha o futebol descontraído e o centroavante com mais espaço para jogar”. No seu caso, para quem Flávio Costa criara a diagonal, Ademir comentou: “Eu esperava por lançamentos longos (de Maneca e de Ipojucan, no Vasco, e de Ziziho e de Jair Rosa Pinto, na Seleção Brasileira). Como eu tinha velocidade, ganhava sempre (dos marcadores) na corrida. A marcação era pouco móvel, cada um marcava o seu homem”.

                        REPRODUÇÃO DE CAPA DA REVISTA PLACAR 

            Eles dois foram os maiores centroavantes vascaínos   

 Embora tivesse se beneficiado muito da diagonal de Flávio Costa, o goleador Ademir Memezes apontou o sistema por “vulnerável”, a partir de quando o treinador uruguaio Ondio Viera (no Vasco da Gama)  o madava cair para a direita nos jogos contra o Flamengo (de Flávio). “O lateral-direito deles (Biguá) jogava preso e quem sasía para me combater era o médio-esquerdo (Jaime de Almeida). Sobrava grande espaço, eu estava sempre livre para o pique”, explicou.

 As dificuldades para marcar gols surgiram para Ademir, como contou, entre 1950 e 1952, quando o Botafogo era treinado por Zezé Moreira e trouxe o zagueiro Basso, da Argentina. “Ele era inteligente, com perfeita colocação em campo. Não colava em mim, como os outros marcadores, e nem me acompanhava quando eu procurava sair da área (atacada). Marcava a zona (de ataque), pois sabia que, encostando-se em mim, poderia perder no pique. Então, ganhava terreno obrigando-me a tentar o drible ou o passe para o lado” .

                              REPRODUÇÃO DA REVISTA O CRUZEIRO

                        Ademir marcando gol contra o Flamengo 

Por aquele 1952, Ademir Menezes via defesas mais fortes e plantadas, menos espaço para os ataques e quase nenhum para os contra-ataques, além de um ponteirao já ajudado a defesa. Para ele, a fase 1958 a 1962 foi a melhor do futebol brasileiro. “Foi como ter filtrado tudo do passado e aproveitado só o positivo”, considerou, ao ver o  Brasil jogando na Copa do Mundo da Suécia “com uma linha de quatro zagueiros, três meio-campistas e restabelecendo o centroavante, mas com este voltand, deslocando-see para as laterais e, também, jogando sem bola. Já a defesa fazia rodízio na cobertura, garantiondo segurança”, elogiou e considerou o pós-1958 como o “fim do centraovate estático”.

Ademir Menezesa disse, ainda, a Placar que a Copa de 1970 (no México) foi a cristalização do ataque, sem um homem de área. Por exemplo, citou que Pelé e Jairzinho fizeram mais gols e que sobraram oportunidades, também, para os outros. Enfim, via o sacrifício do centroavante-cetroavante parte da evolução do futebol.         

                                                       2 - A DESPEDIDA DE ADEMIR 


Entre as décadas 1940 e 1950, o atacante Ademir Marques de Menezes, em eleições de melhor jogador nacional, tinha mais votos do que qualquer presidente da república.Em meia página da edição de Nº 71, de 30 março de 1957, a revistas carioca Manchete Esportiva, definindo por “canto do cisne”,  abordou o jogo de despedida do "Queixada",  em “certo domingo de fevereiro” (não citou dia e nem ano), quando o matador “voltou a vestir a camisa 9 do bicampeão pernambucano” (Sport Club Recife), por exigência “dos desportistas do ‘Leão do Norte”, como é chamada a agremiação.  

 Por um texto curto, o assinante Adonias Moura conta que Ademir atuou por apenas 30 minutos, sem o mesmo vigor dos tempos de glória e  saíra de campo chorando. Não disse, no entanto, contra quem disputou o seu último jogo e nem o placar. Dois clicks de José Cavalcanti registram Ademir andando, sem mostrar o rosto de frente, e sentado, à beira do gramado.  
Aquela – em 10 de março de 1957, diante do Bahia –, na verdade, fora a segunda despedida de Ademir. O seu último jogo quando ainda podia ter um bom rendimento fora em 10 de junho de 1956, quando o Vasco inaugurou o novo estádio do clube português Sporting, em Lisboa, vencendo-o, por 3 x 2. Entrou em campo, no decorrer da partias, em lugar do seu conterrâneo Vavá, também cria do Sport Recife.

Ademir marcou 301 gols, em 429 jogos, durante 11 anos de futebol
 Ademir só foi suplantado no Vasco da Gama, como ídolo, por Roberto Dinamite, a partir de 1971. Este entrou em campo quase quatro vezes mais do que ele, que que passara 11 anos na Colina, a partir de 1942. (Fotos reproduzidas da revista Manchete Esportiva).


 

 

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

HISTORI&LENDAS DA COLINA - DANI & KOSI

1 - Craque vascaíno, entre 1946 a 1954, o apoiador Danilo Alvim dizia que, para ser um grande treinador, seria preciso ter sido um grande jogador. No seu caso, após comandar os times do Uberaba-MG, Taubaté-SP, São Bento de Marília-SP, Cruzeiro-BH, Flamengo de Caxias do Sul-RS e São Cristóvão-RJ, foi convidado a trreinar a seleção boliviana e a levou ao título do Campeonato Sul-Americano de 1963.  

                                Reprodução da revista O Cruzeiro 

Danilo Alvim disputou 25 jogos e marcou dois gols pela Seleção Brasileira, pela qual sagrou-se campeão sul-americano-1949.  Pelo Vasco da Gama, fez 305 jogos e 10 gols. Aos 19 de idade, sofreu 39 fraturas, em uma das pernas, ao ser atropelado por um automóvel. Dois anos depois, estava jogando tanto que o Vasco da Gama o tirou do América, por aplaudir o seu futebol clássico. E encerrou a carreira vestindo a camisa do mineiro Uberaba-MG.

2 - O atacante Kosilek fez parte do grupo dos campeões carioca, em 1970. Em sua rápida passagem por São Januário, disputou apenas 14 jogos. Confira: 22.02.1970 – Vasco  0 x 2  Flamengo (Torn Inter de Verão); 24.03.1970 a- Vasco  1 x 0  Rio Branco-ES (amistoso); 05.04.1970 – Vasco   0 x 2  Bangu (Taça Guanabara); 26.04.1970 - Vasco   1 x 0  América-RJ. (Taça GB); 01.05.1970 - Vasco  0 x 0  Flamengo (Taça GB); 03.05.1970 0 Vasco  2 x 0  Desportiva-ES (amistoso); 10.05.1970 - Vasco  0 x 2  Flamengo. (Taça GB); 01.08.1970 - Vasco  1 x 0  Olaria (Campeonato Carioca); 09.08.1970 - Vasco  1 x 0  Flamengo. (Camp Car); 15.08.1970 - Vasco  2 x 0  Portuguesa-RJ (Camp Car); 13.09.1970 - Vasco  3 x 2  América-RJ (Camp Car); 20.09.1970 – Vasco  0 x 2  Fluminense (Camp Car); 17.10.1970  - Vasco 5 x 1  Santos (Taça de Prata);a 04.11.1970 – Vasco 4 x 0 CSA-AL (amistoso).

      

 Craque vascaíno, entre 1946 a 1954, o apoiador Danilo Alvim dizia que, para ser um grande treinador, seria preciso ter sido um grande jogador. No seu caso, após comandar os times do Uberaba-MG, Taubaté-SP, São Bento de Marília-SP, Cruzeiro-BH, Flamengo de Caxias do Sul-RS e São Cristóvão-RJ, ele foi convidado a trreinar a seleção boliviana e a levou a conquistar o Campeonato Sul-Americano de 1963.  

Nascido no Rio de Janeireo, em 3 de dezembro de 1921, Danilo viveu por 75 temporadas, até 16 de maio de 1996. Ganhou vários títulos pelo Vasco da Gama – campeão carioca-1947/49/50/ 52, e sul-americano de clubes campeões-1948, mas nunca escondeu que o América era o seu time de coração. Apontava o uruguaio Ondino Viera e os brasileiros Flávio Cosa, Gentil Cardoso, Jorge Vieria e Daniel Pinto como os melhores terinadores que passaram pela sua frente e pregava que, para se dar bem, o seu colega deveria falar bem, e ser explícito para o atleta entendêe-lo. Segundo ele, em seu tempo de jogador, era mais fácil atuar, porque a rapaziada “não ficava tão presa a sistemas táticos”.

Danilo Alvim disputou 25 jogos e marcou dois gols pela Seleção Brasileira, pela qual sagrou-se campeão sul-americano-1949. Considerava Brasil 6 x 1 Espanha, da Copa do Mundo de 1950, quando ficou vice, a sua maior partida. Pelo Vasco da Gama, fez 305 jogos e 10 gols. Danilo Alvim, aos 19 anos de idade, sofreu 39 fraturas, em uma das pernas, ao ser atropelado por um automóvel. Dois anos depois, estava jogando tanto que o Vasco da Gama o tirou do América, por aplaudir o seu futebol clássico. E encerrou a carreira vestindo a camisa do mineiro Uberaba-MG.

2 - O atacante Kosilek fez parte do grupo dos campeões carioca, em 1970. Em sua rápida passagem por São Januário, disputou apenas 14 jogos. Confira: 22.02.1970 – Vasco  0 x 2  Flamengo (Torn Inter de Verão); 24.03.1970 a- Vasco  1 x 0  Rio Branco-ES (amistoso); 05.04.1970 – Vasco   0 x 2  Bangu (Taça Guanabara); 26.04.1970 - Vasco   1 x 0  América-RJ. (Taça GB); 01.05.1970 - Vasco  0 x 0  Flamengo (Taça GB); 03.05.1970 0 Vasco  2 x 0  Desportiva-ES (amistoso); 10.05.1970 - Vasco  0 x 2  Flamengo. (Taça GB); 01.08.1970 - Vasco  1 x 0  Olaria (Campeonato Carioca); 09.08.1970 - Vasco  1 x 0  Flamengo. (Camp Car); 15.08.1970 - Vasco  2 x 0  Portuguesa-RJ (Camp Car); 13.09.1970 - Vasco  3 x 2  América-RJ (Camp Car); 20.09.1970 – Vasco  0 x 2  Fluminense (Camp Car); 17.10.1970  - Vasco 5 x 1  Santos (Taça de Prata);a 04.11.1970 – Vasco 4 x 0 CSA-AL (amistoso).

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O VENENO DO ESCORPIÃO - NEM SÓ DE ROBERTO VIVE A MÚSICA POPULAR BRAZUCA. NORDESTINOS ENCARAM "REI"

  Entre 1965 e 1968,  música poplular brasileira-MPB foi dominada pelo iê-iê-iê dos ingleses The Beatles, deixando em situação difícil até nomes como Luís Gonzaga, o “Rei do Baião”, e Jackson do Pandeiro, só para citar dois. Mas mesma rapidez que fez  cantores e conjuntos de cabeudos proliferarem sumiu com eles.

 Em 1969, enquanto Wnderléa, Renato e Seus Blue Faps, Leno e Líian, Jerry Adriani, etc perdiam espaços, Erasmo Carlos ganhou novo fôlego “Sentado à berira do caminho”. No entanto, esperando por ele na curva, estava o Trio Nordestino, isto é Lindu |(líder), Cobrinha e Coroné. Os três estavam pelas noites cariocas, quaando encontaram-se com o compositor (também nordestino) Antônio Barros, que prometeu-lhes uma  música para incomodar. Na época, era comum autor oferecer parceria a radialista, pra garantir a divulgação de sua composição.Mas nem seria preciso, pois a letra do Barros – parceirizada com o baiano Jota Luna – agradou tanto que, do Nordeste, espalhou-se pelo país e incendiou o Departamento Artístico de músicas regionais da gravadora CBS;

Por ali, enquanto o Roberto Carlos contava em ‘Detalhes” as dores de cotovelo da sua pós-Jovem Guarda,  com versos romantisíssimos para jovens adolescenes apaixonados -  “... na muldura não sou em que lhe sorri...” -, Antônio Barros lembrava-se de uma sertaneja nordestina da qual escutara reclamar  do filho: “Menino, onde tu tava; onde tava tu; eu procurava tu”. Achou engraçado o nó que a mulher dava no idioma e mandou ver “Morena diga onde tu tava/Onde tu tava/Onde trava tu...”, pra contagiar até o sofisticado público de boates paulistanas. Resultado: “Procurando tu” foi parar no topo das paradas de sucesso, deixando Roberto Carlos para trás, durante um bom tempos, até o Lindu sofrer um acidente automobilístico e o trio ter de parar  e esperar pela sua recuperação do seu líder, o que vários meses.

 Para não perder o embalo no demorativo sucesso, outras gravadoras lançaram regravação – uma com o ator gaúcho Ângelo Antônio, que fazia sucesso com a novela global “Primeiro Amor” , já em 1972, e outra com Jackson do Pandeiro. Mas a brasa queimava mesmo era a voz do Lindu, principalmente, em Serra Pelada, o maior garimpdo do planeta, no Pará.

 Ali pelo primeiro semestre da década-1970, Roberto Carlos seguia sendo o maior vendedor da gravadora CBS,  com vertente totalmente romântica e contando, também, com estratégias de marketing como o lançamento do seu terceiro e últim filme cinematográfico – A 300 KM por Hora – que lotou cinemas, além dos especiais de Natal, de grande repercussão e que viraram uma tradição da TV Globo, a partir de 1974. Mas música de 1973, como “Rotina, Proposta, O Moço Vellho, Atitude, O Homem, Palavras” e sete versões regravadas, em 1974, não chegavam a comover. Com a brecha aberta, Antônio Barros voltou a atacar, com sucesso que chegou perto de “Procurando Tu”. Daquela vez, com “Os Três do Nordete” -  Erivan, o Mestre Zinho (vocalista); Zé Pacheco (sanfoneiro) e Parafuso (zabumbeiro) – arrasando com “È Proibido Cochilar”. Fizeram tanto sucesso pelo Norte/Nordeste e entre os nordestinos em São Paulo que chegaram a inaugurar algo hoje comum, antes impensável: cancelamento de rodada de futebol em estádio, para show do grupo. Por ali, ninguém queria ouvir Roberto Carlos nas rádios nordestinas ou nas paulistanas ouvidas por eles. Além de uma composição de Domiguinho/Anastácia – “Eu só quero um xodó” -, na voz de Gilberto Gil, agradar muito mais, até a pretensa intelectualidade nacional – hoje, tem mais de 400 regravações.

 Roberto Carlos havia emplacado grandes sucessos na década-1970, como “Além do Horizonte e Quando as crianças saírem de férias”, ente outras, mas lançamentos tipo “Você em minha vida; A menina e o poeta; Os seus botões; Dia-a-dia e Pelo avesso” não comoviam. Pelo Nordeste, abria caminho para Messias Holanda cantar  a maliciosa “Mariá” – “Eu preciso desta colcha/Abra a colhcha/Bote a colcha pra lavar” – e passar seis meses em hotel de luxo da capital paulista, divulgando a música, de Elino Julião, que fez sucesso, também, com a brincadeira “Rabo do Jumento” – “Eu não quero pagamento, Nascimento/Eu quero é outro arbo do jumento” e  “Cofrinho do Amor’, este vendendo 700 mil discos, só menos do que Roberto Carlos, mas ete já em 1978, quando os maiore sucessos do “Rei” foram “Força Estranha; Música Save e  “Café da Manhã - faixas como “Todos os meus rumos; Fé; Mais uma vez; Vivendo por Viver, Tente esquecer e até Lady Laura (em homenagem a mãe) não fizeram ninguém “tirar o escorpião do bolso”. como brincava-se, na época, ao falar em grana. 

Entre 1965 e 1968,  música poplular brasileira-MPB foi dominada pelo iê-iê-iê dos ingleses The Beatles, deixando em situ.

Mas fiquemos pela década-1970, ainda. Por 1975, quando Roberto Carlos cantou “ O quintal do vizinho; Amanheceu; Existe algo errado; Elas por elas; Desenhos na parede. Seu corpo” e versões de antigos sucessos “cucarachas”. “Além do Horizonte” emplacou, pois as regravação do seu maior sucesso - “Quero que vá tudo pro inferno” – foram completa bolas murcha. Quem bateu na rede foi o paraibano Genival Lacerda (foto abaixo), com “Severina Xique-Xique”, que vendeu 250 mil compactos (vinil) simples; 350 mil duplos e 1,2 milhão  de LPs. História interessante.

Enquanto Roberto zanzava pelo quintal do vizinho, Genival "zoiava" feras 

 Certo dia, o compositor paraibano João Gonçalves acompanhava o cantor cearense Messias Holanda em shows pelo interior da Bahia, quando engraçou-se pela garota Adelice. Agraciou-lhe com uma música, mas, com medo da esposa, mudou o título da peça para Severina Xique-Xique, homenageando, também, a cidade onde estava. Cantoria pronta, oferceu-a a vários artistas famosos do Nordeste, entre eles Marinês, a “Raínha do Xaxado”, o sanfoneiro Zé Calixto  e o amigo Messias Holanda, mas ninguém a quis, pois o povo nordestino  não sabia o que era butique e entenderia “butico”, palavrão muito ofensivo, usado em “enfia o dedo no butico”. Mas Genival Lacerdad topou e ainda ganhou parceria na música.

 Gravada pelo selo Copacabana, o paraíbano Lacerda teve de comparecer, em cinco domingos seguindos, para cantar “Severina Xique-Xique” no programa de Silvio Santos, o principal de auditório da TV brasileira, e viajou pelo país inteiro para dar conta de uma terrível agenda lotada de shows. Quanto ao João Gonçalves (foto abaixo), resolveu ser cantor, aos 38 de idade, e só arrumou confusão. Em 1976, ele compôs “Pescaria em Boqueirão” e passou a ser perseguido pela censura e a polícia, por causa desses versos: “Ô lapa de minhoca/Eita que minhocão/Com uma minoca dessas/Se pega até tubarão”.

                                        Reprodução de capa de disco

 Para a Ditadura dos generais-presidentes que mandavam no Brasil, desde 1964, dizendo-se “zelosos do moral e dos bons costumes da sociedade”, a lapa de minhoca seria o “mijador” do homem. Por conta daquilo, enquanto Roberto Carlos pouco aparecia pelo Nordeste, porque as suas musicas do período pouco davam liga, João Goçalves vivia entrando e saíndo de delegacia de polícia. A censura lhe proibia de botar o gogó no microfone, mas a sua banda tocava e o povão cantava:”Ô lapa de minhoca/Eita que minhocão”. Ficou mais de um ano proibido de cantá-la por “provocar desconforto ao decoro público”. Os militares preferiam Roberto Carlos cantando “Ilega, imoral ou engorda”.                  

                                             Publicado no JORNAL DE BRASÍLIA de 04.12.2023

https://jornaldebrasilia.com.br/entretenimento/musica/nordestinos-contra-o-rei/

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A GRAÇA DA COLINA - ROMARIESKAS

  REPRODUÇÃODA REVISTA LANCE 

Cariocaço, nascido em 29 de janeiro de 1966, Romário de Souza Faria parecia interminável em sua carreira de goleador. Em 2007, aos 41 de idade, defendendo o Vasco da Gama, a imprensa vivia falando da sua longevidade. Mas ele “não t´ava nem aí”. Do que se aproveitou o chargista Mário Alberto, da revista carioca Lance A + para criar esta interessante imagem do sujeito despreocupadão. Romário teve quatro passagens por São Januário: 1981 a 1988; 2.000 a 2.002; 2005 a 2006 e em 2007. Ele é o segundo maior artilheiro da Turma da Colina, com 321 gols, em 414 partidas, batido por Roberto Dinamite, que fez 619 oficiais, em 1.025 partidas. Romário ajudou o Almirante a carregar os canecos dos Campeonatos Cariocas-1987/1988; da Copa Mercosul-2.000 e do Campeoanto Brasileiro-2.0000. Foi, também, como cruzmaltino, o principal artilheiro dos Estaduais-RJ-1986 (20 gols); 1987 (16) e 2.000 (19).       

 


terça-feira, 10 de outubro de 2023

CHUTE PRA FORA DA COLINA - MENDONÇA

 Final de janeiro de 1980. O atacante Jorge Mendonça foi chamado, pelo meio de um treinamento, para conversar com a direteoria do Palmeiras. Achou a ordem esquisita, pois estava certo de não ter cometido nenhuma indisciplina. E foi ver o que rolava. Ficou sabendo que ele estava sendo negociado com o Vasco da Gama, e até considerou o papo interessante, pois não vinha sendo chamado para a Seleção Brasileira e, no futebol carioca, poderia dar a volta por cima e se livrar da pecha de “pipoqueiro”, que ele atribuía a repórteres com quem ele não batia bem, em São Paulo.

                REPRODUÇÃO DE YOUTUBE - AGRADECIMENTO

 Ficara tudo favorável para Mendonça. Aos 25 de idade, ganharia uma boa grana sobre os 15 por cento do valor da compra do seu passe – Cr$ 10 milhões de cruzeiros -, teria bom salário – Cr$ 110 mil cruzeiros mensais –, ficaria perto de sua família e trabalharia com um velho amigo, Orlando Fantoni, que fora seu treinador no pernambucano Náutico Capibaribe.

 Tudo acertado, Jorge Mendonça embarcou para o Rio de Janeiro. Quando o avião sobrevoava a Baía de Guanabara, pânico dentro da aeronave. Defeito em um dos motores fez o voo ficar baixinho e ameaçado de terminar no chão, antes de pousar na pista do Aeroporto Santos Dumont. Mendonça maldisse a hora em que o Vasco o tirou do Palmeiras. Sobretudo, vendo gente rezando alto e pedindo ao Homem Lá de Cima pra escapar com vida – todos escaparam.

 Como não pudera descer perto do centro do Rio de Janeiro, por questões de segurança, o avião foi desviado para o aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador. Informados do que rolava, os cartolas vascaínos “voaram” para o novo local do pouso. São e salvo, Mendonça desceu a escada da nave, festejado pela cartolagem cruzmaltina, que faturou publicidade com a presença da imprensa. Levado para São Januário, chegou dando uma de malandro, afirmando que “no Rio de Janeiro era melhor para jogar futebol do que em São Paulo” e que chegava ao Vasco para ser “um atacante temido pelos beques, com futebol implacável.”

Nem tanto! Contratado para substituir Roberto Dinamite, com quem jogara durante a Copa do Mundo-1978 (o parceiro havia sido negociado com o espanhol Barcelona), Mendoça só passou uma temporada em São Januário. Estreou, em 23 de fevereiro de 1980, maracando o gol da vitória vascaína, por 1 x 0 América-RJ, aos 38 minutos do primeiro tempo da partida válida pela primeira fase do Campeonato Brasileiro - Jair; Orlando Lelé, Ivan, Léo e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Guina e Jorge Mendonça; Wilsinho, Paulinho Masssariol (Peribaldo) e Ailton (Katinha) foi a formação usada pelo treinador Oalando Fantoni - e não deixou saudades. 

 Nascido, em Silva Jardim-RJ, em  6 de junho de 1954, Jorge Mendonça viveu até 17 de fevereiro de 2006 e, enquanto esteve vascaíno, marcou 11 gols, em 22 jogos.