Vasco

Vasco

terça-feira, 17 de outubro de 2023

VASCO NO PLACAR - MARQUINHO CARIOCA

 Que tal ter em seu time um jogador com mil e uma utilidades, só não tititular por falta de centimetragem? Acontecia no Vasco da Gama de 1983, com Marquinho Carioca, que tinha: bom domínio de bola; drible seguro; chute forte; inteligência no cumprimento de função tática; rapidez na armação de contra-ataques e exímio cruzador de bolas para os finalizadores. Com tudo isso, o que lhe faltava para ser titular? Segundo o treinador Antônio Lopes, apenas quatro centímetros. Se medisse 1m72cm, a estatura de Zico, o maior ídolo da história do Flamengo, a conversa seria diferente, garantia.

Esquisito, pois o Vasco da Gama já tivera titular mais baixo do que Marquinho, caso do ponta-esquerda Djayr Mazzoni, campeão carioca-1950, participando de 16 os 20 jogos que valeram o título da temporada ao Almirante. Desde outubro de 1980, quando fez sua primeira partida pelo time principal da Colina, e até ser emprestado ao Fortaleza-CE, em 1983, das 109 partidas em que havia vascaínado, em 30 Marquinho entrara no decorrer das partidas.  Mas ele não se importava com as manhas dos treinadores, pois, volta e meia, estava entrando em campo, fosse como volante, meia-armador, centroavante ou ponteiro-direito/esquerdo.

Versatilidade fazia revista Placar considerar Marquinho sombra para qualquer titular da meiúca do Vasco da Gama, um jogador muito importante. 

O treinador que inaugurou a moda do senta-levanta do banco dos reservas para o Marquinho foi Mário Jorge Lobo Zagallo, seguido por Célio de Souza e sequenciado por Antônio Lopes, que declarou à revista Placar  - Nº 672, de 8 de abril de 1983: “Se ele (Marquinho) tivesse mais altura seria um belo jogador”. Já que era um “patinho feio” na Colina, em duas tempordas e meia de serviços prestados à nau do Almira, o baixote Marquinho sempre perdia a vaga quando o Vasco da Gama contratava atleta meio-campista com mais nome do que ele. Asssim, saiu do time para as entradas de Paulo César Caju, Cláudio Adão, Silvinho, Renato Sá, Elói e Dudu Coelhão, para quem o Marquinho era imprescindível ao time vascaíno, fazendo o quarto-homem de meio-de-campo, ou jogando aberto pelas pontas.

 Por ter a admiração dos companheiros de time e do treinador Antônio Lopes, certa vez, Marquinho  pediu ao chefe uma chance pra disputar vaga no meio-de-campo, como o camisa 8 ou o 10. Lopes o atendeu, mas ele terminou ficando sem vaga no meio e na ponta. Levou um tempo para voltar a jogar. 

Marco Antonio Rodrigues Henriques, o Marquinho - nascido no oito de agosto de 960, em São João de Meriti-RJ – um dia, mostrou que nem sempre altura é documento. Em 5 de dezembro de 1982, diante de 113.271 pagantes, no Maracanã, na decisão do título estadual carioca, Pedrinho Gaúcho cobrou escanteio procurando, preferencialmente, Roberto Dinamite na pequenas área, onde ele tinha a marcação de Figueiredo e de Marinho, trio com mais de 1m80 cm de altura, cada um. No entanto, com 1m68cm, foi  ele, baixinho, com a sua impulsão, que chegou e raspou a cuca na bola, mandando-a à rede: Vasco 1 x 0 e campeão, com o Marquinho "Raspadinha" (apelido que não pegou),

Maquinho, que havia saído do banco dos reservas, substituindo Dudu Coelhão, disse ao repórter radiofônico Deni Menezes, após o jogo:. ”Eu não tinha altura para disputar lances aéreos com os becões. Então, tive de procurar o tempo certo da bola”, explicou, sobre a bola que bateu na rede, aos três minutos do segundo tempo - mesmo com as restrições à suas estatura,  ele jogou por outros cinco grandes clubes: Fluminense, Flamengo, Atlético-MG, Coritiba e Internacional-RS.  

OBS: entre 1991 e 2016, a Caixa Econôica Fedral manteve a Loteria Instantânea, que foi apelidade por "Raspadinha". O resultado para o apostador era imediato.


Nenhum comentário:

Postar um comentário