Vasco

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

HISTÓRIAS DO KIKE - O BECÃO DO MORRO

Entre 1947 e 1950, aparecia na escalação do time principal do Vasco da Gama um zagueirão que a imprensa o chamava por Wilson. Para os companheiros de time, ele era o Capão, porque nascera e morava no carioca Morro do Capão

Wilson botou pra capar na zaga cruzmaltina. Em 1948, foi campeão sul-americano de clubes, pelo Vasco, e, em 1949, campeão sul-americano, pela Seleção Brasileira, em suas grandes temporadas de glória, quado todo torcedor vascaíno sabia que Barbosa, Augusto e Wilson era o começo da escalação do seu time - quase imutável.

Capão na Seleção Brasileira, entre Augusto (E), Barbosa e Danilo

Nascido em 21 de dezembro de 1927, Wilson Francisco Alves, o seu nome de registro civil, viveu mais um momento inusitado em sua carreira: enfrentou Pelé, em seus primeiros treinos no Santos, clube que defendeu, entre 1955 e 1957, quando encerrou a carreira de atleta. Como treinador, ele havia dirigido os times paulistas do Jabaquara, do Taquaritinga e da Prudentina, e estava parado, em 1962, quando o São Bento de Sorocaba o contratou com a missão de leva-lo à Divisão Especial do Campeonato Paulista.

Capão topou e foi para à “guerra” do futebol do interior paulista, para colocar em prática tudo o que aprendera com os treinadores vascaínos Ondino Viera e Flávio Costa, e o santista Luis Alonso Peres, o Lula. Demonstrou ter sido bom aluno, pois chegou à uma decisão, em melhor de quatro pontos, com o América de São José do Rio Preto. E foi campeão.

No primeiro jogo decisivo, em 10 de fevereiro já de 1963, ainda valendo pela temporada-1962, com apito de Anacleto Pietrobon, o São Bento segurou 0 x 0, fora de casa. Oito dias depois, em Sorocaba, levou um susto, com Sapucaia abrindo o placar, aos três minutos, para os visitantes. Mas, aos 32, Bazzaninho empatou e o jogo ficou no 1 x 1, novamente apitado por Anacleto Pietrobon, que apitou, ainda, a finalíssima, na noite de 23 de fevereiro, no Pacaembu, na capital paulista.

Daquela vez, Nestor abriu a conta para o time de Capão, aos 16 minutos. Aos 25, Dirceu empatou. E ficou naquilo, durante os 90 minutos. Era preciso uma prorrogação. Nela, aos 12 minutos do primeiro tempo, Picolé marcou o gol da vitória para Capão cumprir o combinado com os cartolas. Nos três jogos, ele usou 12 atletas, só trocando Afonsinho, por Raimundinho, na finalíssima – Walter; Julião, Odorico e Salvador; Nestor e Paulinho; Afonsinho (Raimundinho), Cabral, Picolé, Bazzaninho e Paraná foram os atletas que subiram o São Bento, para o Estadual-SP de 1963. Do grupo, Cabral fez sucesso no Santos e no Bangu, como Cabralzinho, mais tarde; Picolé defende o Palmeiras e o Vasco da Gama, e Paraná foi titular e campeão paulista, pelo São Paulo-1970/71, e defendeu a Seleção Brasileira da Copa do Mundo-1966, na Inglaterra.

O América-SJRP – Reis; Bertolino (Guttemberg) , Murilo e Ambrósio; Celino e Fogueira; Renatinho (Colada), Walter, Cuca, Gaúcho (Sapucaia) e Dirceu, os que entraram nas finais – era um time duro e valorizou muito o título do São Bento-1962.

                 Capão, no Vasco, com Augusto (E) e Barbosa (C)

                        Capão foi, também, campeão paranaense, em 1977, com 1 x 0 e 1 x 1 Coritiba, na decisão. Dirigiu perto de 20 times e viveu por 70 temporadas, até 12 de junho de 1998. Dos seus colegas do “Expresso da Vitória” vascaíno, Augusto, Ely do Amparo, Danilo Alvim e Ademir Menezes tentaram o sucesso, também, como treinador, mas só o terceiro conseguiu, sendo campeão sul-americano, dirigindo a seleção boliviana-1963.

FOTOS REPRODUZIDAS DE REVISTAS VASCAÍNAS

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