Entre 1947 e 1950, aparecia na escalação do time principal do Vasco da Gama um zagueirão que a imprensa o chamava por Wilson. Para os companheiros de time, ele era o Capão, porque nascera e morava no carioca Morro do Capão.
Wilson botou pra capar na zaga cruzmaltina. Em 1948, foi campeão sul-americano de clubes, pelo Vasco, e, em 1949, campeão sul-americano, pela Seleção Brasileira, em suas grandes temporadas de glória, quado todo torcedor vascaíno sabia que Barbosa, Augusto e Wilson era o começo da escalação do seu time - quase imutável.
Capão na Seleção Brasileira, entre Augusto (E), Barbosa e Danilo
Nascido em 21 de dezembro de 1927, Wilson Francisco Alves, o seu nome de registro civil, viveu mais um momento inusitado em sua carreira: enfrentou Pelé, em seus primeiros treinos no Santos, clube que defendeu, entre 1955 e 1957, quando encerrou a carreira de atleta. Como treinador, ele havia dirigido os times paulistas do Jabaquara, do Taquaritinga e da Prudentina, e estava parado, em 1962, quando o São Bento de Sorocaba o contratou com a missão de leva-lo à Divisão Especial do Campeonato Paulista.
Capão topou e foi para à “guerra” do futebol do
interior paulista, para colocar em prática tudo o que aprendera com os
treinadores vascaínos Ondino Viera e Flávio Costa, e o santista Luis Alonso
Peres, o Lula. Demonstrou ter sido bom aluno, pois chegou à uma decisão, em
melhor de quatro pontos, com o América de São José do Rio Preto. E foi campeão.
No primeiro jogo decisivo, em 10 de fevereiro já de
1963, ainda valendo pela temporada-1962, com apito de Anacleto Pietrobon, o São
Bento segurou 0 x 0, fora de casa. Oito dias depois, em Sorocaba, levou um
susto, com Sapucaia abrindo o placar, aos três minutos, para os visitantes.
Mas, aos 32, Bazzaninho empatou e o jogo ficou no 1 x 1, novamente apitado por
Anacleto Pietrobon, que apitou, ainda, a finalíssima, na noite de 23 de
fevereiro, no Pacaembu, na capital paulista.
Daquela vez, Nestor abriu a conta para o time de
Capão, aos 16 minutos. Aos 25, Dirceu empatou. E ficou naquilo, durante os 90
minutos. Era preciso uma prorrogação. Nela, aos 12 minutos do primeiro tempo,
Picolé marcou o gol da vitória para Capão cumprir o combinado com os cartolas.
Nos três jogos, ele usou 12 atletas, só trocando Afonsinho, por Raimundinho, na
finalíssima – Walter; Julião, Odorico e Salvador; Nestor e Paulinho; Afonsinho
(Raimundinho), Cabral, Picolé, Bazzaninho e Paraná foram os atletas que subiram
o São Bento, para o Estadual-SP de 1963. Do grupo, Cabral fez sucesso no Santos
e no Bangu, como Cabralzinho, mais tarde; Picolé defende o Palmeiras e o Vasco
da Gama, e Paraná foi titular e campeão paulista, pelo São Paulo-1970/71, e
defendeu a Seleção Brasileira da Copa do Mundo-1966, na Inglaterra.
O América-SJRP – Reis; Bertolino (Guttemberg) ,
Murilo e Ambrósio; Celino e Fogueira; Renatinho (Colada), Walter, Cuca, Gaúcho
(Sapucaia) e Dirceu, os que entraram nas finais – era um time duro e valorizou
muito o título do São Bento-1962.
Capão, no Vasco, com Augusto (E) e Barbosa (C)
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