Não tinha jeito de jogar tão mal, mas time candango venceu capixabas no Pelezão
O Brasília Esporte Clube disputava o seu segundo Campeonato Brasileiro. Inserido no Grupo C da primera fase, sabia que as primeiras vagas à próxima etapa deveriam ser dos fortes Corinthians e Santos e do sub-favorito Goiás A suaa rapaziada deveria brigar com o também goiano Vila Nova e os sul-mato-grossenses Operário e Comercial para ir adiante, pois demais – Anapolina-GO; Dom Boco e Mixto-MT; Desportiva e Rio Branco-ES – poderiam ser perigosos em suas casas, mas não tinham nível técnico melhor. Logo, classificação possível.
A moçada começou bem, indo a Campo Grande-MS e vencendo (26.03) o Operário, por 2 x 0, debaixo de um calor pior do que o do inferno, no Estádio Governador Pedro Pedrossian. Vitória surpreendente, pois o treinador Dicão só havia trabalhado em times bregas do interior paulista, enquanto a equipe visitada - costumava importar veteraníssimos experientíssimos e jovens promissores sem chances em grandes clubes - era osso duro de roer (gíria da época). No segundo jogo (06.04), porém, o alvirrubro brasiliense pisou na bola, por 1 x 3, ante o Dom Bosco, em Cuiabá. E voltou a decepcionar empatando, em casa, no Serejão, em Taguatinga (09.04), por 2 x 2, com o outro sul-mato-grossense da chave, o Comercial, de Campo Grande.
Com dois tropeços seguidos, todo torcedor começa a querer demitir o treinador. E vieram pressões por vitórias. Se não vencesse o capixaba Rio Branco, no jogo seguinte, já viu, né! Para evitar o fantasma da desclassificação, o supervisor Almir Vieira foi a Goiânia e conseguiu, junto ao Vila Nova, os empréstimos dos encostados ponteiros Zé Carlos e Lula, pois seu time jogaria sem o meia Raimundinho Baianinho, que botava embalo no ataque da moçada.
Veio a contenda (16.04), no Pelezão, e o Brasília não teve jeito de jogar pior, principalmente o seu astro, o camisa 10, Ernani Banana, que não atuava tão mal, com certeza, desde quando jogava peladas pelas quadras barrentas de Taguatinga. Pra piorar, os estreantes Zé Carlos e Lula mostravam-se meio-barrigudinhos, fora de forma, completamente desentrosados dos demais colegas. Quando nada, pela metade do primeiro tempo, o lateral Jonas subiu ao ataque e cruzou bola para o miolo da área fatal dos capixabas. Edmar aparou o lançamento, livrou-se da marcação e finalizou, para o goleiro visitante rebater a bola nos pés de Lula, que não o perdoou: Brasília 1 x 0.
Porteira aberta, esperava-se que o Brasília chegasse a uma grande recuperação, pois o Rio Branco mostrava-se muito fraco, do nível do Canarinho, time que disputava a quarta, quinta colocação nas disputas candangas. Esperava-se! Mas, depois do gol, nada dava certo para o anfitrião. Sobraram bate-bocas entre os massagistas Leleco e Otávio Porcão, com torcedores, que vaiaram até o médico Flory Machado. Só o defensor Jonas ‘Foca’ era otimista. Prometia, em entrevista ao repórter Chico Legal, da Rádio Planalto: “Tenho pena da Anapolina e do Vila Nova, (próximos adversários). Sou especialista em amassar goianos”. - será que massou? Assunto para uma futura coluna, combinando?
O Brasília mandou 1 x 0 Rio Branco-ES às duras custas de: Paulo Victor; Jonas (Santos), Chavala, Emerson Braga e Odair Galetti; Uel (Zé Carlos), Péricles e Ernani Banana; Edmar, Ney e Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário