Foto reproduzida de www.crvascodagama.com.br
Foi por aquele porto que o Almirante ancorou, pela primeira vez, no deconhecidíssimo mar da bola. Era 3 de maio de 1916 e a rota da rapaziada anotou a vexaminosa goleada, por 1 x 10 Paladino, estreando na Terceira Divisão da Liga Metropolitana de Sports Athléticos do Rio de Janeiro. Passadas 12 temporadas, porém, os meninos dariam grande alegria à sua torcida, batendo o Flamengo, o seu maior rival, como leremos adiante. Primeiramente, vamos ver o começo desta história.
Como o Centro Esportivo Português não foi muito longe, sobreou o Lusitânia, que foi convencido a mudar os seus estatutos, que só aceitavam portugueses, para fundir-se com o Vasco da Gama, de 1913, já um grande ganhador no remo – desde 4 de junho de 1899, quando o barco Volúvel, de seis remos, na Classe Novos, venceu a regata que lhe homenageava. Veio, então, o 3 de maio de 1916, e o time chamado de cruzmaltino, equivocadamente, pois a cruz que carregava no peito era a da Ordem de Cristo (se bem que esta usou, também, a cruz da Ordem de Malta), pisou no gramado, para disputar o seu primeiro match, alinhando: Antônio Azevedo, Frederico Sinselveker e Álvaro Sampaio; Vitorino Rezende, Antônio Barreto e e Augusto de Azevedo; Adão Antônio Bandão, Oscar Guimarães, Mário Morais, Joaquim de Oliveira e Manuel de Oliveira e só chegou à rede – Adão marcou o primeiro goal da história cruzmaltina –, quando o Paladino já vencia, por 8 x 0.
O CARA - Adão Antônio Brandão entrou para a história da Turma da Colina por não ser muito amigo das letras. Não queria nada com os estudos. Por castigo, o seu pai o despachou para o Brasil, onde ele preferiu gastar o tempo praticando atletismo, remo, natação e water pólo (como era chamado o pólo aquático). E, é claro, também sendo um footballer, o que o foi, até 1933, quando o futebol tornou-se profissional no Rio de Janeiro.
Pela década-1950, Adão gravou um depoimento sobre o ocorrido no 3 de maio de 1916, narrando: "Campo do Botafogo. Adversário, Paladino Football Club. Isto é, na terceira divisão, já. Escore: 10 a 1. A minha posição, ponta-direita. E note-se, não era para acontecer um revés tão grande. A verdade é que nosso adversário era melhor, mas não tanto a ponto de arrasar. Mas assim mesmo, ainda consegui salvar a honra do clube. Mas o pior estava reservado para depois, quando chegamos ao clube, na Praia de Santa Luzia. Lá estava a Turma da Praia (sócios ligados ao remo que não gostaram da adesão ao futebol). Foi um desastre. Não soubemos perder. Mimosearam-nos com laranjas, etc."
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