OS DEZ "'HOMENS-SOMBRA" DA COLINA

Bons atletas para todas as posições não faltavam ao Vasco da Gama das décadas-1940/50. Os treinadores embarcavam no Expresso da Vitória autênticos “ninhos de cobras”. Saísse um, entrasse outro, a posição não mostrava diferença. Pra começar, era os casos dos atacantes Maneca, Ipojucan, Naninho, Alvinho, Vavá e Edmur. O primeiro, baiano, era tido por um autêntico “homem-máquina” capaz de trabalhar em várias funções; o alagoano Ipojucan foi tido por maior malabaristas do futebol brasileiro; o pernambucano Vavá seria campeão mundial pela Seleção Brasileira-1958/1962 e Edmur fez grande sucesso no futebol português. Os outros dois tiveram brilhos menores na Colina, mas sempre deram conta do recado

No caso dos  zagueiros Ely do Amparo e Mirim,  ele atuavam como  “médios de ala”, o que seria hoje o becão incumbido de sair na porrada com o chamado “homem-gol” do time adversário. Em 1953, Ely foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou o Sul-Americano, no Peru. Além de não voltar com o título (foi do Paraguai), ainda encontrou Mirim comendo a bola na posição que era dele. Então, os dois ficaram sendo “homens-sombra”, um do outro, evidentemente. Quem bobeasse, já viu, né! Tanto melhor para as navegações do Almirante.

                IMAGEM REPRODUZIDA DA REVISTA O CRUZEIRO

Da mesma forma, acontecia na briga Chico/Djayr, pela ponta-esquerda. O primeiro chegou a ser titular absoluto na década-1940, enquanto o outro não passava do chamado “refugo” do São Cristóvão, isto é, dispensável – o quanto mais rápido fosse embora, melhor. E, já que era assim, os vascaínos “redesfugaram” o baixinho Djayr, pelos inícios de 1950, para este matar os seus marcadores em seus rompantes rumo ao gol. Fez o gaúcho Chico Aramburu sentar-se no banco dos reserva, e foi difícil para o colega voltar a jogar. Também, ficaram sendo um sombra outro – que bom! - chupavam pirulito os torcedores rivais.