1 - Enaldo Rodrigues encerrava a carreira de atleta meio-campista pelo Galícia, lá pelos longínquos 1967/68, disputando o seu último Campeonato Baiano. De repente, o presidente do clube, Raul Bulhosa y Bulhosa, achou que o veterano jogador deveria ser, também, o treinador do seu time – começaria a partida no banco dos reservas e entraria em campo quando as coisas estivessem complicadas.
Bulhosa, que gostava de sentar-se, também, no banco dos reservas, quando não estasvas satisfeito como rendimento do time, chamava o massagista Secundino das Virgens e passava instruções os jogadores. Enaldo fazia de que não via, estava surdo. De repente, perdendo a paciência, Bulhosa determinava: "Enaldo! Entre aí nesse meio-de-campo, pra ver se você dá um jeito nessa rapaziada. A moçada, hoje, tá mais molde do que angu - e o treinador Enaldo virva jogador pra cumprir as ordens do presidente.
Durante um jogo, em Vitória da Conquista, houve um pênalti a favor do Galícia, faltando poucos minutos para o final da pugna. Sem deixar Enaldo nem fazer o aquecimento, Bulhosa ordenou que ele solicitasse substituição ao árbitro Clinamute Vieira França e executasse a cobrança, pois o cobrador oficial, o centroavante Ouri, havia desperdiçado dois, ultimamente. Enaldo obedeceu ao homem, entrou nas quatro linhas e bateu o penal. Até aí nada que os ouvintes da Rádio Sociedade da Bahia não estivessem acostumados a ouvir. Só que a bola fez uma tremenda curva e bateu na rede, pelo lado de fora. Inédito, em qualquer parte do planeta. "Enaldo! Você tem carta branca. Não se avexe. Acontece!", gritou o Bulhosa, só não explicando que o Enaldo tinha carta branca pra sentar-se na ponta, no meio ou até ficar em pé do lado do banco.
2 – Toninho Baiano (Antônio Dias dos Santos) era um touro de tão forte que se mostrava. Residia da Ilha de Itaparica – onde nascera, em 07.06.1948 -, pegava o ferry boat, pulava fora em Salvador e ia, de bicicleta, para os treinos do São Cristóvão, o Tricolor Mirim da Bahia, time do qual ele, o goleiro Mamoeiro e o centroavante Ventilador eram os maiores cartazes. Entusiasmado com a bola o Toninho jogava, Raul Bulhosa Y Bulhosa o contratou para tomar conta da lateral-direita do Galícia. Em 1969, o negociou, com o Fluminense-RJ, e o rapaz foi campeão carioca-1971/73/75. Em 1976, foi para o Flamengo, ser bi estadual-19878/79. Foram 238 jogos, 160 vitórias, 53 empates e 25 gols rubro-negros. Disputou a Copa do Mundo-1978, na Argentina, e, em 1979, esteve no Al Nasser, de Saudi Arábia. Em 1980, encerrou a carreira, pelo Bangu.
Em 1999, Toninho foi convidado por João Jerônimo de Moura (o centroavante Joãozinho), maior goleador da história dos Campeonatos Candangos de Futebol, para treinar o time do Brazlândia. Topou e, no dia da sua estreia, houve um pênalti para o seu time, com placar no 0 x 0, os 40 minutos do segundo tempo. Toninho lembrou-se dos seus tempos com Raul Bulhossa y Bulhsa e gritou: "Chefe! Bate você".
- Eu? – indagou, o Joãozinho, no grito.
- Sim, chefe! Quem é o chefe
aqui? Você, o presidente do clube. Não tem aquela história do que pênalti é tão
importante que deve ser batido pelo presidente?
Graças a Toninho
Baiano, o matador Joãozinho, que jogou pela Seleção Brasileira
de Novos-1986, junto com Jorginho Amorim e Dunga, entre outros, é o único
presidente de clube a marcar um gol de pênalti em jogos de atletas
profissionais.
4 – João da Silva era treinador do Taguatinga Esporte Clube, que disputava, com o Canarinho, o título de um torneio, pelos inícios da década-1980. Para carregar o caneco, o Taguá precisava que o Gama vencesse o Canarinho, na última rodada. Em difícil situação financeira, o Canarinho, do Seu Manoel, negociava fusão, com Justo Magalhães, presidente do Taguatinga. A tal fusão rolava bem, até com os dois times já dividindo o mesmo treinador. Veio a rodada e o Canarinho mandou 2 x 0 Gama, tirando o título do Taguatinga. Mas não ficou campeão, porque precisava ganhar por três gols de vantagem. Sobrou pra quem? Pra João da Silva, que foi demitido pelos dois clubes, ao mesmo tempo. Quem mandou não ser campeão por nenhum dos dois?
5 – Vando, ponta-esquerda
(dos antigos e autênticos) revelado pelo juvenil do Brasília Esporte Clube, foi
negociado com o Vasco da Gama, na década-1980. Durante um treino, da fase em
que era testado para ser lançado no time de cima, ele cobrou um escanteio, pelo
lado direito do gramado, e a bola percorreu todo o espaço do travessão.
Fantástico! Vando assou toda a careira tentando repetir o feito, sem jamais
conseguir. Quando defendia o português Benfica, de Lisboa, em partida contra
time pequeno, ele acertou uma bola em cada trave e uma no travessão. Coisas da caprichosa
Maricota!
Ele foi campeão carioca com o fluminense em 1964
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