Histórias assim já rolaram, também, no futebol, envolvendo um time candango. Foi durante a noite de 2 de agosto de 2000, no velho Estádio Mané Garrincha. Empolgados pela estreia vitoriosa no Campeonato Brasileiro da Série A, vencendo o América–MG (1 x 0), mais de 30 mil torcedores gamenses compareceram à partida noturna, apitada pelo mineiro Márcio Rezende de Freitas. O adversário era o favorito Fluminense, que ameaçou cumprir o que estava escrito, abrindo o placar.
Por ali aconteceu mais uma história. O Gama jogava bem e esperava-se que marcasse um gol seu a qualquer momento. No entanto, os zagueiros Gérson e Jairo falharam em uma saída de bola, do que se aproveitou o atacante visitante Magno Alves, aos 22 minutos, para roubar a “maricota e aninha-la lá onde a coruja dorme”, como diriam os “speakers” de antigamente.
Que “ducha de água fria!” – mais uma gíria antiga. No entanto, o time gamense, que já havia criado três chances de “balançar o filó” (mais outra), reagiu rápido. Dois minutos após a comemoração da equipe carioca, o goleiro Murilo voltou a salvar a “cidadela tricolor”, mas sobra de bola fez Romualdo empatar: 1 x 1.
Três minutos depois, o lateral-direito Paulo Henrique atacou e cruzou a pelota na medida para o meia William, o melhor do time do DF na pugna, marcar um golaço, de voleio: Gama 2 x 1, de virada, resolvendo a parada no primeiro tempo. Mais? Terminou a peleja com um jogador a menos – Caçapa fora convidado a se retirar do gramado.
Disputada a segunda rodada, o Gama era o líder do Brasileirão, com seis pontos ganhos, ao lado do Goiás. Na época, seu time era tetracampeão candango, estava comandado na partida pelo treinador Vagner Benazzi e o gol de William mereceu destaque em todos os programas esportivos das TVs.
Detalhe: rigorosamente, a torcida gamense não poderia cartar e dizer que o seu time liderava o Campeonato Brasileiro, porque a disputa daquele ano recebera a denominação de Copa João Havelange, para driblar a FIFA, devido motivos políticos que embananavam o futebol canarinho. O principal deles: a vaga do Gama na Série A fora conquistada na Justiça comum. Os cartolões do futebol nacional queriam tirá-lo da elite, para o Botafogo não ser rebaixado.
O Gama brilhou por causa de: Fernando; Paulo Henrique, Gérson, Jairo e Rochinha; Deda (Caçapa), Sérgio Soares, William e Lindomar: Romualdo e Juari (Sílvio). No Fluminense, o técnico Valdir Espinosa contou com: Murilo; Régis, César, Flávio, Fabinho, Donizete Amorim (Yan), Jorginho, Roger Flores, Roberto Brum (Jocian), Alessandro e Magno Alves (Marco Brito).
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