Vasco

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domingo, 24 de maio de 2015

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - OS MISTÉRIOS DE (MONA) LISA GHERARDINI

Nenhuma personagem feminina fascina tanto o homem quanto uma moça pintada sobre uma prancha de madeira, de 53cm de largura por 77 cm de altura, pendurada em uma das paredes do Museu do Louvre, em Paris. Famosa, como “Mona Lisa”, embora esta tenha sido a sua avó, o homem não a deixa em paz. Desde que ela saiu deste planeta, em 14 de julho de 1542, vira e mexe, vira manchete de jornal.
Seguramente, a admirável mulher jamais imaginara merecer tanta curiosidade, em 1503, quando um sujeito, vestindo roupas esquisitas, apareceu em sua casa, dizendo-lhe estar ali, com um pincel, para captar-lhe até a alma. Pedido de um primo que fora o seu único namorado, evidentemente, antes de ela casar-se com o rico mercador de sedas florentino Francisco Del Giocondo.
Tela original pintada entre 1503 e 1506
 A partir de 1506, quando o esquisito pintor, nascido na aldeia de Vinci, perto de Florença, conhecido por Leonardo, cumpriu com o combinado,  começaram os fuxicos sobre a identidade da modelo. Disseram teratar-se da mãe do “pincelista”; de um seu auto-retrado, usando roupas femininas; de um travestido amante dele, que não era chegado a um rabo de saia, e, também, de algumas dondocas celebradas da época, como a Marquesa de Mântua, Isabella d´Este, e a Duquesa de Francavilla, Constanza D´Avalos.
Após 502 anos de bisbilhotices sobre a identidade da moça, finalmente, peritos da universidade alemã de Heldelberg encontraram um livro no qual, em outubrode 1503, o oficial florentino Agostino Vespúcio anotou à margem de uma das págins que o seu amigo Leonardo “trabalhava, simultaneamente, três pinturas, uma delas o retrato de Lisa del Giocondo”, isto é, Lisa Gherardini. Como a pintura atravessara séculos chamada pelos italianos de “La Gioconda”, estava ali a cobra matada e o porrete assssino. Mas, desde 1550, o historiador Giorgio Vasari já abrira a temprada de caça à dona daquele sorriso enigmático, ligando o apelido da tela ao nome do mercador florentino. No entanto, ninguém deu-lhe muitas bolas, pois o livro em que tratava do tema saira quase 50 anos depois das pinceladas do Leonardo.    
Confirmado, em 2008, que Lisa Gherardini era a “Mona Lisa”, se o epírito dela desceu em algum terreiro, dizendo-se livre das bisbilhotices terráqueas, visitou o terreiro errado. Não sabia que pesquisadores do Conselho Nacional Nacional de Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Itália andavam querendo ver, na real, como  seria o “look” fascial da figura que permitira a criação da imagem mais “curiada” da galáxia. Um ano antes, eles haviam encontrado um livro com anotações das freiras do Convento de Santa Úrsula, em Florença, informando que “Lisa de Francesco del Giocondo ‘partira”, em 15 de julho de 1542, para debaixo do chão daquela casa. E indicavam o local exato onde a sua carcaça encontrava-se, para exames de Raios X e de GPS sobre um crânio feminino achado, abrindo caminho para a volta de Lisa à parte de cima do solo pátrio, afim de submeter-se ao impensaval (para ela) do exame de DNA.
 A bisbilhotice, porém, foi mais longe do que Lisa poderia se queixar no terreiro mais próximo. Mexeu até com os seus dois filhos. Os últimos ossos da  super “top model” renascentista seriam comparados com os crânio dos rebentos, que “repousavam”  debaixo do piso de uma capela no centro histórico de Florença. O restante seria por conta do computador, que levaria 120 dias para mostrar um rosto verdadeiro.
Sujeito bem adiante do seu tempo, poderia ser que Leonardo já desconfiasse de que, no futuro, o homem chegaria à computação gráfica. Então, poderia avisar à amiga Lisa de que o seu rosto seria buscado por centros de estudos científicos avançadíssimos da França e do Candá, e pela Univesidade da italiana Pisa. Não precisaria temer distorções na aparêcia. Tutacâmon, o faraó egípicio – viveu até o ano 14 antes de Cristo –, por exemplo, jamais reclamou da aparência aproximada do seu rosto. Pelo menos, em nenhum terreiro da Bahia.
Cópia rejuvenescida do Museu do Prado
Hora, então, de deixar Lisa Gherardini em paz. Ceerto? Nem tanto! Os caras queriam, agora, saber se o rosto de “La Gioconda” seria uma fusão de sua face com a de Salai, servo e aluno de Leonardo, usado em outras pinceladas. Enquanto isso, historiadores contradiziam teorias, desacreditando que Lisa se recolhera a um convento, após Francesco “ter partido desta”, pois o costume da época era a viúva encontrar, rapidão, um parceiro na horizontal. E viver em um convento era pra gente rica e nobre, e Lisa só preenchia a primeria opção. Pra piorar, citavam registros como privilégios quase exclusivo do clero. Nem todos os mosgteiros e conventos tinham pessoas letradas. Quando sim, eram para copiar livros, como a Bíblia.  
Assim, a “Mona Lisa” e os bisbilhoteiros não conseguiram assinaram nenhum armistício, em mais de 500 anos de “invasões de privadidade”. Convenhamos, portanto que a moça viera pra complicar. E, se uma já compliva tanto, imagine duas. E não foi que técnicos do Museu do Prato, na espanhola Madrid, encontraram, em 2012, uma “Gioconda” mais jovem, com roupas bem mais vistosas! Estava escondida sob camadas de verniz em uma tela perdida na reserva técnica da casa.
De cara, os caras intuíram ser uma cópia menor e posterior às “pintanças” de Leonardo. Posteriormente, disseram ser uma espécie de fac-símile do original, criado no estúdio do “doidão”, por um discípulo, enquanto ele trabalhava uma outra tela. Radiogafias das duas “Mona Lisas” indicaram que a segunda fora mudando-se de acordo com as piruadas do mestre ao assistente (não identificado e para trabalhos importantes). Imagina-se sido sido alguém que vira a Lisa possando, provavelmente, aos 30 anos de idade, retratada como uma senhora de meia-idade. Na cópia, é uma gatona na casa dos 20 aos 30.     
Confiramos, agora, então, o que era igual, mas diferente: cópia um centímetro mais baixo e quatro centímetros mais largo; paisagem de fundo coberta por camada de verniz escuro que, no restauro, mostrou fundo quase idêtico ao do original; cópia sobre nogueira indicando que copista era, possivelmente, florentino, por usar madeira da região onde havia o alámo usado por Leonardo para pintar a “Gioconda”; cópia com detalhes mais nítidos, com rendado no decote e cores mais vibrantes.    

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