Vasco

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quinta-feira, 14 de maio de 2015

OS CRUZMALTINOS DA FLORESTA

  Dentro de um carro de transporte escolar, humildes e apertadamente instalados, os jogadores do Vasco do Acre aguardavam, pacientemente, o motorista que os levaria ao Kingston Hotel, em Taguatinga. Era quarta-feira de cinzas (13/2/2002) e eles haviam acabado de perder para o  Brasiliense, por 1 x 0, resultado que encerrava a sua segunda aventura na Copa do Brasil. Quase todos aqueles rapazes haviam saído das categorias de base do clube. Viajaram durante quatro horas de voo, entre Rio Branco e Brasília, para jogar na capital do país usando um dos quatro jogos de camisas presenteados pelo então presidente do Vasco da Gama-RJ, o então deputado federal Eurico Miranda.

Não era fácil conseguir uniformes idênticos no Acre. Celsimar Maciel, o preparador físico, garantia que, no máximo, o que se podia fazer na terrinha era comprar camisas brancas, ou pretas, e pintar as listras e a cruz de malta, pois, na capital acreana, não havia fábricas de roupas.

CERTIDÃO - O Vasco do Acre foi fundado no dia 28 de julho de 1952, por um grupo de desportistas que incluía um ex-governador acreano, Ronaldo Magalhães, Toninho Almeida e alguns cariocas que viviam no perto dos seringais. Em 2002, o clube fez meio-século de bola rolando, mas não pode badalar muito. Para representar o Acre na Copa do Brasil, o máximo que conseguiu foi uma ajuda, de R$ 1 mil, do governo estadual, que colocou o seu logotipo nas camisas, e quantia idêntica do Supermercado Araújo.

Os vascaínos acreanos se consideram donos da maior torcida estadual, levando uma média de 3 mil torcedores aos seus jogos. Mesmo assim, o time tem poucos títulos estaduais: campeão amador acreano, em 1962, e no profissionalismo, em 99 e 2001. Em 2001, teve a sua primeira participação na Copa do Brasil, perdendo os dois jogos contra o Ji-Paraná, de Rondônia.

Contra o Brasiliense, em Rio Branco, venceu, por 2 x 1. No jogo de volta, em Taguatinga, fez quantas faltas pôde, fechou-se na defesa, contra-atacou, mas deixou de eliminar o time da casa, porque aos 45 minutos do segundo tempo o atacante Evilásio, cara a cara com o goleiro, chutou para fora. Quando nada, o Vasco acreano mostrou aos brasilienses um ótimo lateral esquerdo, o "russo" Ananias, tão habilidoso com a bola que parece tê-la produzido a partir do látex das seringueiras de sua terra.

O Vasco acreano jogou no DF com: Máximo; Paquito, Marco Anônio, Josué e Ananias; Serginho, Mamud, Ciro (Léo) e Siqueira: Índio (Evilásio) e Marcelo Lopes (Paulinho). O técnico Marcelo Altino e Josué foram expulsos de campo. O preparador físico Celsimar Maciel dirigiu o time durante quase todo o segundo tempo.

 

Em 1999, a revista paulistana Placar, da Editora Abril, publicou este poster do Vasco do Acre, em sua Edição do Campeões.

 

 

 



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