Vasco

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

O TORPEDO ATÔMICODA COLINA

A edição de 18 de dezembro de 1954 da revista carioca “O Cruzeiro” saiu coma esta manchete em uma de suas páginas: “Campeão pela 11ª vez”. E abriu um bom espaço, com cinco fotos de Geraldo Viola, para contar que, na manhã do ensolaradaço domingão 29 de novembro, um grande número de torcedores compareceram à lagoa Rodrigo de Freitas, para assistirem a mais um título consecutivo dos remadores cruzmaltinos.

“O Vasco da Gama, como era de se esperar, levantou, brilhantemente, o campeonato” escreveu ao repórter Elias Nasser, informando que a “Turma da Colina” vencera quatro das sete provas disputadas.

A mais importante das vitórias fora a última do programa, no “outriggers a oito”, páreo em que o Flamengo era “favoritíssimo”, com o seu barco chamado de “Transatlântico de Luxo”. No entanto, os vascaínos, a bordo do “Torpedo Atômico”, o deixaram para trás, durante as últimas braçadas, percorrendo os dois mil metros em 6 minutos e 17 segundos. Era o fim de uma invencibilidade, de duas temporadas, do maior rival.
Um outro grande destaque vascaíno do dia foi a performance do pentacampeão carioca Francisco Medina, no terceiro páreo de “single-skiff”. Não teve pra ninguém. Mereceu o banho de champanhe, patrocinado por um torcedor vascaino.
BARACAÇO - Fundado para a prática do remo, o Clube de Regatas Vasco da Gama já havia carregado faixas e canecos, indiscutivelmente, de trinta temporadas estaduais (1905/06/12/13/14/19/21/24/27/28/29/30/31/32/34/35/36/37/38/39/44/45/46/47/48/49/50/51/52/53), quando encontrou uma pedreira pela frente, em 1954: demolir a guarnição de “um-oito” do grande rival Flamengo, a única em que não o vencia.
Para acabar com aquela escrita, o Vasco contratou o treinador alemão Gerard Boetzlind, medalha de prata olímpico, em 1936. Imediatamente, ele examinou os barcos vascaínos e avisou que só poderia bater o rival se lhe entregassem uma flotilha moderna, de preferência, fabricada em Pilze, em sua terra.

O "Torpedo Atômico" acabou coma a invencibilidade do rival
Muito bem! O Vasco fez um esforço e, tendo barcos moderno à disposição, Boetzlind definiu a sua rapaziada: Adriano Monteiro (patrão); Lon Teixeira de Menezes (voga); Mário Lamosa (sota-voga); João Calixto de Oliveira (contra-voga); Manoel Figueiredo (primeiro centro); Ruy Couto (segundo centro); Nélson Guarda (contra-proa); Cecílio “Lourinho” (sota-proa) e Sílvio Gelli (proa). A conversa, agora, era outra. A rapaziada transformou o “Transatlântico de Urubu” em sucata, afundando-o nas águas da baía de Guanabara. De quebra, surgiu o “Torpedo”, apelido colocado pelos repórteres, por estabelecer um novo recorde sul-americano na prova, com 6 minutos e 10 segundos. Para se mensurar o que isso significava, em 1983, os barcos mais modernos ficavam pela marca 6m4seg

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