Vasco

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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

ÁLBUM DA COLINA - ADEMIR ESMAGA FLA

                COM ELE, SEGURAMENTE, ERA O QUE VOCÊ ESTÁ VENDO 
    Ademir Menezes marcando gols sobre o Flamengos, em jogos do Campeonato Carioca-1952. Naquela temporada, o Vasco da Gama foi o campeão, fechando o ciclo do Expresso da Vitória, montado pelo treinador uruguaio Ondino Viera e mantido por Flávio Costa, que trabalhou com estrelas como Barbosa, Augusto, Ely, Danilo, Sabará, Ipojucan, Maneca, Alfredo dos Santos e Chico, entre outras feras.

Ademir Menezes scoring goals over the Flamengos in games of the Campeonato Carioca-1952. In that season, Vasco da Gama was the champion, closing the cycle of "Expresso da Vitória", set up by Uruguayan coach Ondino Viera and maintained by Flávio Costa, who worked with stars like Barbosa, Augusto, Ely, Danilo, Sabará, Ipojucan, Maneca, Alfredo dos Santos and Chico, among other beasts.

                                            2 - A CARA DO MATADOR

Cara de quem nasceu para balançar a rede. Era abrir a boca, mostrar os dentes, soltar o grito e sair pro abraço, exibindo um bigodinho por lá de brega da moda de 1956. Profissão do cara: desempregar goleiros.
Com o pernambucano Ademir Marques de Menezes era assim. Em 15 anos de carreira, numa época em que não havia preocupação com estatísticas, ele teria marcado mais de 500 gols.
Nascido em Recife, em 8 de novembro de 1922, Ademir foi  capa da "Manchete Esportiva" Nº 10, da semana que começava em 21 de janeiro de 1956, data em que o Vasco empatou, por 1 x 1, com o Flamengo, pelo Campeonato Carioca, ainda, de 1955.
Apelidado por "Queixada", evidentemente, devido ter o "dito cujo" avantajado, Ademir foi o responsável pelo fim do "reinado" do sistema tático inglês WM no Brasil, que rolava pelos gramados desde 1925.
 Com um cruzmaltino daqueles, rápido, excessivamente agressivo, com piques impressionantes, pra quê seguir velhas fórmulas importadas:?  O técnico Flávio Costa, então, o expulsou  da meia direita e o enviou para a frente, onde seus "rushes", em diagonais, no rumo das redes teriam melhores resultados.
A característica daquele "cabra da peste" nordestino fez surgir a figura do quarto atacante, o ponta de lança que, por tabela, criou o quarto zagueiro, espécie de meio-campista recuado. Com Ademir e Flávio Costa, o Vasco jogou no 4-2-4, a partir de 1949, tornando-se quase imbatível e conquistando metade dos torcedores brasileiros.

                                                                        ADEMI-LIN HA
Reprodução de "O Globo Sportivo", com agradecimento
do Kike, que não blog comercial, mas só de divulgação
da história do Vasco da Gama

 Ademir Marques de Menezes considerado o melhor jogador vascaíno entre 1949 e 1952, durante a época em que a "Turma da Colina" tinha uma máquina de jogar futebol, por isso mesmo chamada de "Expresso da Vitória".
Nascido em Recife, em 8 de novembro de 1922, viveu até 11 de maio de 1996, tendo nesse período sido campeão sul-americano-1949 e vice da Copa do Mundo-1950, quando foi o principal artilheiro com nove tentos. Nesses tempos em que há maior número de jogos, ele ainda é o terceiro maior goleador da Copa América, com 13 bolas nas redes.
Os inícios de Ademir com a pelota, como profissional, foi pelo pernambucano Sport Clube. Infantil do time que tem o "Leão Lampejante" no escudo, em 1938,  foi campeão estadual do ano e do seguinte, o que valeu-lhe chegar ao time A, aos 16 anos de idade, estreando em Sport x Tramways, pelo Estadual-PE.
Em 1940, foi ganhando espaço no time de cima. Em 1941, já era considerado "craque" e foi campeão da Taça Pernambuco, como artilheiro de 14 pipocadas no filó. Naquela temporada, no incrível Sport 8 x 1 Náutico, ele marcou três gols, o que era dificílimo, pro ser um clássico estadual.
 Pelo final de 1941, o Sport fez uma bela excursão pelo Sul/Sudeste do país, vencendo 11, em 18 jogos, que tiveram mais dois empates e cinco escorregadas. Enfrentando o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, encantou os cruzmaltinos, que o levaram para São Januário, em 1942.

  Nesta foto publicada pelo N 230, da Revista do Rádio, datada de 6 de agosto de 1954, o então maior ídolo da torcida do Clube de Regatas Vasco da Gama, o pernambucano Ademir Menezes, aparece ao lado da então “Rainha do Rádio”, a cantora Emilinha Borba. Ser eleita para um posto desses, na década-1950, era ser tão ou mais importante do que o presidente da República. Emilinha levava as suas fãs ao delírio. De sua parte, Ademir já estava em final de carreira e nem mais era convocado para a Seleção Brasileira. Mesmo assim, a torcida vascaína o adorava.
A foto não tem crédito, porque na época não se ligava para isso. O expediente da “RE” nem citava o nome de quem clicava para a publicação de Anselmo Domingos.               



 In this photo published by N 230 of Revista do Rádio, dated August 6, 1954, the then greatest idol of the fans of the Vasco da Gama Regattas Club, the Pernambuco Ademir Menezes, appears next to the then "Radio Queen" the singer Emilinha Borba. To be elected to such a post in the 1950s was to be as or more important than the president of the Republic. Emilinha took her fans into delirium. For his part, Ademir was already at the end of his career and was no longer invited to the Brazilian team. Even so, the Basque fans loved him very much.

The photo has no credit, because at the time did not care about it. The dossier of the "RE" nor cited the name of who clicked on the publication of Anselmo Domingos.



HISTORI&LENDAS

1 - Ademir Menezes era um jogador disciplinado. Mas, também, chegou a ser expulso de campo. O fato, por sinal, foi bem explorado pela revista "Goal" (como se escrevia), Ano II, Nº 7, datada de março/abril de 1950. Aconteceu em 5 de fevereiro, em Vasco 3 x 2 Botafogo, pelo Torneio Rio-São Paulo. O jogo rolou em São Januário, com os tentos da rapaziadas marcados por Ipojucan, Chico Aramburo e Maneca. Diz a publicação que Ademir foi expulso "por desrespeito ao árbitro", Gama Malcher, e que a "Turma da Colina" era: Barbosa , Augusto e Wilson; Ely do Amparo, Danilo Alvim e Alfredo; Tesourinha, Maneca (Álvaro), Ademir Menezes, Ipojucan (Lima) e Mário (Chico).

Reprodução da revista
Grandes Clubes
Em 5 de outubro de 1947, um domingo, pelo Campeonato Carioca-1947, em São Januário, o Vasco venceu o Fluminense, por 5 x 3, tendo por adversário o seu ídolo  Ademir Menezes. Ele estava tricolor porque o “Almirante" complicara a renovação do seu contrato.

Naquele Vasco x Ademir, no primeiro tempo, Chico cravou duas bolas no barbante do Flu. Ademir, também, fez dois, para o Flu. Mas Dimas levou a “Turma da Colina” à frente, escrevendo 3 x 2, no primeir tempo. Na fase final, o mesmo Dimas fez mais dois (um de pênalti). O Vasco era treinado por Flávio Costa e alinhou Com: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Ismael, Dimas, Maneca e Chico.    
Ademir Menezes havia marcado os seus últimos gols vascaínos em 11.11.1945, em Vasco 4 x 0 Madureira, pelo Estadual – Chico e Isaías fizeram os outros, Ondino Vieira era o treinador e o seu último Vasco tivera: Barbosa, Augusto, Alfredo II, Rafagnelli, Berascochea, Ely, Santo Cristo, Isaías, ELE, Jair e Chico. Quase um ano antes, em 4 de novembro de 1945, marcara o gol vascaína do 1 x 1 Fluminense, nas mesmas plagas. Em 25.08.1946, já fazia um nos 2 x 0 tricolores sobre os antigos companheiros. De volta ao Vasco, fez um (03.11.1946), nas Laranjeiras, quando o Vasco dera o troco: 3 x 2.
Até 5 de outubro de 1947, Ademir, com a camisa do rival Flu, havia mandado quatro bolas nas redes vascaínas. Mas não fora a primeira vez que fizera aquilo. Em 1º de março de 1942, em Sport Recife 5 x 4 Vasco, amistosamente, em São Januário, deixara duas.  Para a torcida cruzmaltina, o que vale é a história iniciada nos 4 x 1 sobre o Bonsucesso – 3 de maio de 1942 –, na Rua Conselheiro Galvão, também, pelo Carioca, quando o deixou o dele.
GAROTO PROPAGANDA

  O goleador vascaíno Ademir foi um dos atletas que mais publicidade fizeram durante a década-1950. 
 Causa da sua imensa popularidade, o que ele explicou ao número 1.843 da revista carioca 'Manchete', de 15 de agosto de 1987:
 “Eu era muito requisitado pela torcida e atendia a todos, com carinho. Muitos colegas diziam que eu era bobo, por ficar falando com todo mundo  que me procurava. Não entendiam toda aquela minha paciência. Talvez, por causa daquilo, eu seja um dos poucos brasileiros daquela época lembrados até hoje (37 temporadas depois)”.
 Ademir Marques de Menezes via a década-1950 por duas vertentes: a indesejável inicial, quando a Seleção Brasileira perdeu o título da Copa do Mundo, para os uruguaios, dentro do Maracanã, e a vitoriosamente plena, por ter sido o sujeito mais popular do país, capaz de vencer, com imensa vantagem, qualquer candidato a presidente da República.
 Sobre a primeira parte, ele analisou para a mesma revista, do Grupo Adolfo Bloch: “Em compensação (à perda da Copa), o Vasco da Gama foi o primeiro (clube) a se sagrar campeão carioca no (era do) Maracanã. Revanche contra o Uruguai nós tivemos. Em 1952, jogando, novamente, pela Seleção, participei da vitória no (campeonato) Pan-Americano, primeiro título que o Brasil conquistou no exterior. Ali, vencendo os uruguaios”.
 Ademir, no entanto, considerava ter a vingança havia acontecido no mesmo 1950, quando o Vasco da Gama enfrentara o Peñarol, a base do selecionado campeão do mundo, e o goleado, por 4 x 1.        
 Após encerrar a carreira, em 1956, Ademir chegou a ser comentarista esportivo de rádio e treinador no mesmo Vasco da Gama que o consagrou como atleta. Pelo que viu, afirmou à “Manchete” que o torcedor brasileiro sempre fora o mesmo: “Se o seu time está ganhando, aplaude, estimula os seus jogadores. Se leva um gol, faz um tumulto”.
KIKE NO LANCE: Ainda bem que Ademir não convive com o torcedor vascaíno da atualidade, pois o time do “Almirante” é mais chato do que barulho de saco plástico à noite.   
       IMAGENS REPRODUZIDAS DA REVISTA 'O CRUZEIRO' 



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