Vasco

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sábado, 25 de agosto de 2018

O VENENO DO ESCORPIÃO - DICIONÁRIO DO "NEOBOBISMO" FALTA UM VERBETE

Na época desta foto, reproduzida de www.history.com, o antes jovem taciturno já seduzia milhões de pessoas
   Quando eu era jornalista e cobria Palácio do Planalto, para a Rádio CBN e a Globonews, o presidente Fernando Henrique Cardoso ficava uma fera quando divulgávamos bastante palavras que ele inventava. Dizia que fora só uma brincadeira. E, certa vez, afirmou que a gente sapecava “neobobismos” em seu nome.
Frequentemente, fazem publicações sobre ele
 O glorioso FHC tinha todo o direito de inventar palavras, pois um idioma expande-se por meio de invencionces que fariam o “Luís de... e o Machado de...” terem as maiores sapitucas gramaticais, se tivessem lido as atuais colunas sociais.
 Certa vez, entrevistei o escritor Josér Cândido de Carvalho, cidadão que fazia o que queria com as palavras, e ele defendeu que “a língua deve ser a que o povo fala”. Logo, assim pensado, que proliferem os neologismos, as evoluções semânticas e os ‘neobobismos’.
 Além destas opções que fecharam o parágrafo acima, está faltando, segura e decepcionantemente, uma contribuição popularesca bem danada e que faria sucesso na coleção dos melhores garimpeiros de novos termos para futuros dicionários: “neto da puta”.
 Sim, não há o “filho da puta?” Então deve haver, tambem,  o herdeiro do “título”. Afinal, há famílias em que não assinar contratos na jurisdição voluntária do Estado torna-se rotina para as suas mulheres.
 Pode-se discordar da sugestão, é clro, graças ao direito constitucional do livre pensamento. Mas há um atenuantes para “neos e velhobobismos”. Por exemplo, com o termo  “filho da puta”, ocorre uma interessante evolução semântica. Ande pelos corredores e plenários do Congresso Nacional e tire as provas. Já ouvi de um senador que a votação fora ganha graças ao “filho da puta do líder” (de sua bancada, é claro!) Ele queria dizer: por conta da vivacidade do cara que dobrou os argumentos dos adversários.
Então! O “filho da puta do líder” deixou, em tal caso, de ser geração de “deputado sem dedo” (tire as primeira e última sílabas do substantivo) e subiu, estratosfericamente, em sua cotação parlamentar. Tornou-se um sujeito “the clever”, invejado, aclamado, longínquo de considerações pejorativa de tempos estegossáuricos, quando desafetos pegavam em armas para lavar a honra.
Autobiografia esconde verdades
 Pois bem! Por acaso, caso um neodicionarista pense em cravar o termo “neto da puta”, para justifica-lo, teria um grande representante para o verbete: Adolf Hitler. Este era filho de uma empregada doméstica, devidamente passada na saliva e que gerou um “filho da puta”, futuro funcionário público de uma cidade perto da atual austríaca Viena e que passou a vida tentando fazer do rebento um continuador do seu currículo.
Registrado por Adolf, o rebento do servidor alfandegário não deu bolas para o cara. Preferia ser um vagabundo. Largou os estudos e nunca trabalhou. Um dia, conheceu a ideologia de três sujeitos, um  músico e dois políticos, que mexeram com a sua cabeçança.
Rola a bola! Adolf, que fugira do serviço militar, implorou para ir à guerra, mais tarde. E saiu dela, como cabo e sem fazer questão de chegar a sargento, mesmo com demonstrações de muito sangue frio, coragem e duas condecorações. Preferiu politicar.
Político, o rapaz chegou onde ninguém imaginaria, sobretudo os que conhecera aquele jovem taciturno, apagado e sem nenhum resquício de liderança e que só tivera um amigo quando adolescente e mais um quando “guerreiro”. Hitler, no entanto, tornou-se "lideraço", literalmente, e, segundo os historiadores, um grandecíssimo “filho da puta” - quando já era filho do “filho da puta”.  Logo, “neto da puta” – justifica-se o “neobobismo?”      

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