Lá pelos
finalmentes de 1969, a carioca Maria das Dores Pereira de Silva, aos
63 de idade, tornou-se a primeira monge budista brasileira. Aconteceu em São
Paulo, quando não havia, ainda, uma outra na América Latina.
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Reprodução de foto de www.sociedadebudistadobrasil |
O corte simbólico dos cabelos dela foi feito pelo ‘Venerável Superior’ da Ordem
Soto-Zen, Ryohan-Shingu, tendo este revelado que Maria das Dores dedicava-se ao
budismo há mais de 40 viradas do calendário ocidental. Eque, antes da
ordenação, ela viajara a três locais sagrados do budismo: Lubini, no Nepal,
onde o “Buda” nascera; Boddy-Gaya, onde recebera a iluminação, e Sarnath, na
Índia, local da primeira fala ao povo.
O budismo é
uma a religião/filosofia. Maria das Dores disse ter
visto nele o mais belo caminho para o aprendizado do que é positivo. “Práticas
como a meditação nos fazem desenvolver nossas melhores qualidades, que são a
consciência, a bondade e a sabedoria”, dizia ele, sempre,a aos que desejavam
conhecer mais sobre o tema. “O budismo não se direciona para um Deus criador,
ou para deuses protetores. A meta é alcançar um estado de total e completa
realização da potência espiritual do ser humano”, explicava.
Maria
das Dores recebeu, do Dalai Lama, a condecoração do “Buda de Ouro da Eterna
Vida”, pelo reconhecimento da fé e a sua importância para o desenvolvimento do
budismo no Brasil, onde chegou via emigrantes orientais, durante a segunda
metade do século 19 – mas só foi ganhar mais atenção dos brasileiros a partir
das décadas 1950/1960.
Após
a sua conversão, Maria das Dores adotou
o nome Tenko Shuei-Ni e passou a receber, em templo paulistano, muitas visitas
que a ouviam falar de amor, paz, compaixão
e equilíbrio, segundo ela, caminhos para a iluminação e que a ajudou a abrir
outras vias totalmente inversas ao espírito competitivo da atualidade.
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Siddartha Gautama, reproduzido de
www.arqueologia.descobertas.blogspot.com |
Embora
recebesse visitas em um templo, a primeira monja budistas brasileira ensinava às
pessoas que estas poderiam praticar o budismo em casa, diante de um pequeno
oratório, no qual não deveria haver representações de deuses e nem feitura de pedidos.
Quanto a Buda, Maria das Dores não se
cansava de ensinar que significava "aquele que está desperto para a
realidade".
Realmente!
No Brasil, muitos acham que Buda seria o nome de Siddharta Gautama, nascido em
566 (antes de Cristo), na Índia e que, aos 29 de idade, saiu de casa, pela
primeira vez, e encontrou um mundo atormentador. Então, ele abandonou a riqueza
e a família, vestiu um manto amarelo e foi para a floresta. Após algum tempo, à
sombra de uma figueira, dominou os meandros da vida mundana, encontrou-se com a
verdade e alcançou a iluminação. Daí receber a denominação “ Buda” e pregar
para multidões, por mais de 45 anos, até os 80 de idade.
Enfim,
Buca nunca foi, ou quis ser um deus e nem um profeta. Sem foi um ser humano. Após
o seu desaparecimento, o budismo desapareceu da Índia, por quase mil anos, mas foi
mantido vivo pelo sudoeste da Ásia – Theravada, Tibet, China, Mongólia e Japão.
De sua parte, Tenko Shuei-Ni manteve-se
viva até o final da década-1970.