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sábado, 15 de setembro de 2018

91 - O VENENO DO ESCORPIÃO - OS DESCONVOLADOS DA PÁTRIA AMADA

Foto oficial do presidente Collor
 Se você não estivesse ligado, andasse meio-desligado na fala de um locutor de rádio que tivesse falado "convolare”, certamente, esperaria ouvir uma música italiana. Certo?  “Convolare”, no entanto, é uma palavra latina que virou “convolar” no jardim da “última Flor do Lácio”. Por sinal, termo muito tesudo. O meu pai, por exemplo, “convolou” com a minha mãe e os dois adoraram.  Alias, mulher – quase todas -  adora “convolação”, principalmente quando pinta núpcias no lance.
 Cá entre nós: se o carinha que  “convolou” é um “convolado”, logo quem abandonou tal prática é um “desconvolado”, cofere? Pode ser! E anote: parar “convolações”, as vezes, faz rolar tremendos rebus.  Vamos tirar as provas?
Em Brasilia, o então presidente Fernando Cololor não ligara para as acusações de corrupção à então mulher Rosane Malta, que presidia a Legião Brasileira de Assistência. Além de tirar argola do dedo “argolar”, não a levou ao almoço “marcativo” dos seus 42 de idade, fazendo-a chorar, em público, durante uma missa - pegou pesado. 
A coisa ficou tão feia  que a Dona Rosita Malta, mãe da moça, mandou um aviso ao Palácio do Planalto: "Aqui nas Alagoas, em minha família, mulher não se separa de marido. Fica viúva". E o genrão, primeiro campeão brasiliense de karatê, ouviu bem o recado e tratou, o quanto antes, de se “reconvolar-se”.
 Realmente, mexer com o indevido nas Alagoas é tema pra cabra muito mais do que muito macho. Que o diga o ex-governador Geraldo Bulhões. Ao garantir que o maridão andava prevaricando, lá pelos idos de 1993, a primeira-dama Denilma o fez correr do palácio governamental da “Terra dos Marechais”. Rebaixou-o a soldado raso. Sem falar, afirmavam as más línguas trabalhadoras naquela douta casa, que aplicara no governador vacilão uma tremenda surra com toalha molhada, como mostrou na capa da revista "Caras". E passou a falar mal do 'sujeitim', que viu o seu futuro político completamente “desindereitado” - pior do que o “péla-saco”  horário eleitoral gratuito da TV.
Niceia mostrou suas garras ao www.terra.com.br
  São Paulo, porém, há história muito mais “horroshow”. Em março de 2.000, o prefeitão Celso Pitta, após 30 temporadas “convolado com Nicéia, foi acusado, pela dita cuja, de comprar vereadores que cavavam a caveira dele em uma CPI. Também, de saber das tramoias para a Câmara Municipal paulistana extinguir, em 1999, a CPI da “Máfia dos Fiscais” acusados de cobrar propinas.
 Pita havia sido secretário municipal de Finanças (1993 a 1996) de Paulo Malufe, e eleito prefeito (1997) de uma cidade com 3,1 milhões de votos. 
Quando Nicéia o detonou, em dezembro daquele mesmo 2000, Pita encarou 13 processos, a maioria sobre irregularidades, como superfaturamento de obras e desvios de recursos públicos. Em 2008, foi parar na cadeia, por não pagar pensão a “ex”. Condenado a repassa-la R$ 150 mil, por atrasos na grana, pagou com um mês de prisão domiciliar - e saiu  no lucro.
Henrique Alves reproduzido de
 Agências Brasil-EBC. Agradecimento
 Na potiguar Rio Grande do Norte, quem “sifu” foi o então deputado federal Henrique Alves, em 2002. Não foi mole. Durante o seu processo de "desconvolação” litigiosa, a ex, Mônica Infante, o acusou de ter US$ 15 milhões em paraísos fiscais e outro tanto entre Suíça, Bahamas, Ilhas Jersey e Lloyds Bank, nos USA.
 O deputado, no entanto,  afirmou que a Infante delirava, algo como se “infante achasse ser o rei”. Já ele perdeu a chance de disputar a vice-presidência da república de “Pindorama”, pelo PMDB.
Presidente da Câmara dos Deputados-2013/2015, com 11 mandatos consecutivos, desde 1970,  o “depu”  fora, ainda, ministro do Turismo dos “pê-érres” Dilma Rousseff e Michel Temer. Em 2017, hóspede do Estado, a convite da “Operação Lava-Jato”, acusado por desvios de ‘sarapatel" durante a construção da Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo-2014 – já está "desconvolado" da cadeia.

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