Vasco

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sábado, 19 de outubro de 2019

O VENENO DO ESCORPIÃO - HISTÓRIA MAIS MÓVEL DO QUE O MAIS VELOZ AUTOMÓVEL

Reproduzido de wikipedia, Zezinho Boni
 tinha tudo para ser um vascaíno. Veja a cruz.

Como será a  história do Brasil que o meu bisneto aprenderá, em 2040? A que o meu pai ouviu na escola da década-1920 era de feitos épicos e de heróis acima de qualquer suspeita, como, como o cachaceiro do Tiradentes que, se 10 vidas tivesse, todas daria pela liberdade (e cachaças) do Brasil. 
 Novos (velhos) documento estão mudando a história que o meu filho aprendeu na escola pelas temporadas-1990. Pelos que já rola de novas interpretações históricas, se brincar, José Bonifácio vai perder as honras de Patriara da Independência.
 Já estamos convivendo com teses de que a Independência saiu muito mais por pressões do que hoje seria o funcionalismo público carioca, isto é, os empregados pela Coroa no Rio de Janeiro. Explica-se: a portugada fez uma revolução constitucional em sua terra, em 1820, e depois passou a exigir a volta do rei Dom João Sexto, ausente há 12 temporadas – fugira de Lisboa, com medo da invasão anunciada e cumprida por Napoleão Bonaparte - e, depois, de Dom Pedro I.
 Dom João, velho chifrudo, corno manso, além de bissesexual, não teve peito para desobedecer as cortes portuguesas. Voltou, roubando tudo o que havia nos cofres do Brasil, pra ser um rei de presépio em Lisboa. De sua parte, o taradão e ditador Dom Pedro I – ele, Getúlio Vargas e os milicos do golpe de 1964 foram os caras - , quando príncipe regente, deu uma de durão e disse que não volto. Nossos historiadores, então, criaram o Dia do Fico, data que deveria ser consasgrada ao machão brazuca.
Reprodução de capa da
revista O Cruzeiro
 A verdade da nova verdade é a de que Dom Pedro I nada mais fez do que garantir o seu emprego com o aval do funcionalismo público lotado no Rio de Janeiro. Se ele voltasse para Portugal, os burocratas morcegos que sugavam os cofres públicos da Corte se veriam, da noite para o dia, desempregados, pois todas as tetas da mamãe gata seriam desativadas. Se o seu pai há havia voltado pra casa como rei, o que ele iria fazer por lá como príncipe? Iria tomar-lhe a coroa? Entre ser boi de presépio em Lisboa e mandante no Brasil, era mais negócio ficar por aqui. Era assim que pensavam os burocratas que lhe deram o serviço.
Mas nem só esta turma de inúteis queria que o Pedrão ficasse. Os capitalistas, também. Afinal,  não dava para perder aquela boca de grandes negócios abertos com a chegada da Corte de Dom João Sexto e a abertura dos portos, em 1808.
 Uma outra interpretação pós-moderna da Independência prefere ver a burguesia portuguesa querendo restabelecer os seus privilégios no comércio com o Brasil de portos abertos. Estava armada com os nossos capitalistas, em torno de preços mais camaradinhas.
 E onde onde entram o Zezinho Bonifácio e a Impertriz Leopoldina nisso? Meu pai e eu aprendemos na escola primária que eles foram os principais convencedores do Pedrão a independir o Brasil. De repente, foi aquele burocratão que deixava a o paletó na cadeira da repartição publica no Rio de Janeiro, se mandava e voltava pelo final do expediente. Há grandesa chances, dentro do ponto de vista das releituras históricas.
Reprodução de www.grupoescolar.com
 Releituras, por sinal, impiedosas. Além de ameaçarem o patriarcado do Zezinho Bonifácio, já ameaçam, também, os gloriosos estudos de Gilberto Freyre, para sua Casa Grande & Senzala, e de Sérgio Buarque de Holanda, para suas Raízes do Brasil. As duas  obras já estão sendo consideradas inferiores a Sobrados e Mucambos, do primeiro, e a Caminhos e Fronteiras, do outro.
 Sobra, também, para outros explicadores do Brasil, aqueles que gastaram, ou gastam  tempo à procura do tal enigma brasileiro. Estes estão se tornando forjadores de um futuro caminho para a irrelevância. A nova ótica  é ver o Brasil é, meramente, metade falta de caráter (leia-se corrupção, e metade incompetência administrativa.
 Espero que o meu tataraneto, em 2.080, pergunte ao meu bisneto: Vovô, o que é corrupção? Será que vai acontecer? Se, no Brasil, já é difícil prever o passado, porque a sua história muda, será difícil, porque, por aqui, nem o futuro a Deus pertence. Bota fé?.                  
    

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