O Vasco da Gama era bicampeão carioca e queria o título da I Copa Rio, que seria disputada por campeões brasileiros e do exterior (Áustria Viena-AUT, Sporting-POR, Juventus-ITA, Estrela Vermelha-IUG e Nice-FRA), pelos moldes e autorizado pela FIFA, entre 30 de junho e 22 de julho de 1951, promovidA pela Confederação Brasileia de Desportos-CBD, com jogos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para o torcedor, um Mundial Interclubes. Dono de equipe fortíssima, o Vasco tinha um grande problema para a competição: seu principal atleta, o atacante Ademir Menezes, não sarava de contusão. De tudo fora feito, em vão. Sem ele, a Turma da Colina perdia 50% do seu poder de fogo, e ficou provado com a rapaziada não chegando à final da disputa.
A Copa Rio passou e a imprensa carioca, diariamente, especulava a volta de Ademir aos gramados. Mas ele ficou de fora do Torneio Início (29.07.1951) e das oito primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Por ser grande a expectativa dos torcedores vascaínos, de voltar a revê-lo balançando as redes, o Vasco da Gama precipitou o seu retorno, lançando-o durante os 4 x 4 Bonsucesso ( (14.10), jogado em São Januário. Ademir até marcou um gol e voltou a ser escalado, pelo trinador Oto Glória, na partida seguinte (20.10), no Maracanã, contra o América. Por conta da precipitação, o Almirante ficou sem ele pelos próximos nove prélios. O submeteu a novo e severo tratamento, e meses se passaram até Ademir voltar aos treinamentos, aumentando a ansiedade de cartolas e torcedores. Um dia, Ademir foi dado por curado do problema em um dos pés, mas havia um outro problema: falta de condições físicas. E ele só pode jogar na última partida da temporada-1951, em Vasco 1 x 0 São Cristóvão, pelo Estadual.
Veio 1952 e Ademir foi escalado em um jogo do Campeonato Carioca e em quatro do Torneio Rio-São Paulo, apresentando atuações só regulares. Até que a tabela marcou Vasco da Gama x São Paulo (02.03), no paulistano estádio do Pacaembu. A rapaziada perdia, por 0 x 2, ao final do primeiro tempo. A um minuto da etapa complementar, Ademir voltou à rede, e desempatou o prélio, aos 43, escrevendo 3 x 2 para a sua turma – Friaça havia feito o gol do empate para esta formação: Barbosa, Augusto e Haroldo; Ely, Lola e Jorge; Edmur, Ipojucan, Ademir e Friaça, que já eram dirigidos pelo treinador Gentil Cardoso.
Com aquela atuação, Ademir calou a boca de quem não acreditava que ele pudesse voltar a ser o mesmo brilhante atacante dos tempos do Expresso da Vitória. Deixou, impressionada, a crônica esportiva paulista e os jogadores são-paulinos, que não esperavam por tão grande performance de sua parte. Um dos jornais paulistanos chegou a fazer esta manchete: “Venceu o Vasco, com um gol que somente Ademir poderia fazer”. Naquela temporada-1952, Ademir conquistou o seu último título de campeão carioca pelo Vasco da Gama e, em 1956, encerrou a carreira. Defendeu o Almirante, de 1942 a 1945, e de 1948 até o fim de linha, tendo passado 1946/47 no Fluminense.
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