Vasco

Vasco

sábado, 22 de maio de 2021

HISTÓRIAS DO KIKE - FLAMEGO TIROU GOSTINHO DO TRI DE BOTAFOGUENSES

SENFLACIONAL


O argentino Doval esteve infernal na tarde daquela glória rubro-negra


O Botafogo era bicampeão carioca e tinha um dos melhores times brasileiros, contando com craques como Carlos Roberto, Gérson, Rogério Hetmaneck, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César Lima. Corria atrás do tri, que parecia mais perto após terminar o primeiro turno do Estadual com a melhor campanha.

De sua parte, o Flamengo vencia apertado hoje, empatava amanhã e perdia depois, inclusive, para o pequeno Olaria. Para impedir a tripleta alvinegr - tinham seis vitórias, dois empates e duas derrotas durante o primeiro turno -, os rubro-negros não pareciam muito capazes de impedir o projeto do rival, que já havia lhe mandado 2 x 0.

Veio, então, o returno e a tabela marcava Botafogo x Flamengo para a terceira rodada, na tarde do domingo primeiro de junho de 1969. Os botafoguenses tinham mais craques e viviam um melhor momento, mas a sua torcida não tinha a mesma criatividade que a do rival. Quando os seus rapazes adentraram ao tapete verde do Maracanã, depararam-se com 148.863 almas, que levaram a grana de NCr$ 592.650,72, tornando-a maior arrecadação do futebol canarinho, superando os mais de NCr$ 560 de Cruzeiro x Atlético-MG, pelo Campeonato Mineiro da mesma temporada.

Além daquele povão, os torcedores flamenguistas fizeram a festa com a ajuda da escola de samba do Salgueiro, a campeã do Carnaval carioca do ano, e soltou o grito entoando o samba enredo “Bahia de Todos os Deuses”. Mais: abriu a temporada de sobrevoos de aves de rapina sobre o gramado do “Maraca”, mandando pelos ares um urubu com a bandeira rubro-negra amarradas às suas canelas.

Passada a festança, o árbitro Armando Marques e os bandeirinhas José Mário Vinhas e Valquir Pimentel deram o ok para a pugna rolar. E a festa rubro-negra continuou. Aos 9 minutos, Arílson abriu a conta. Aos 23, Doval aumentou. E o Fla virou de etapa com boa vantagem, para acabar com aquela história de quatro anos sem vencer o rival pelo Campeonato Carioca. Aos 53, Paulo César Lima, cobrando pênalti, esboçou a reação da estrela solitária, que não teve, na verdade, brilho suficiente para apagar a chama do coração do Urubu, como os torcedores rivais haviam apelidado o time da Gávea.

Graças a Dominguez, Murilo, Guilherme, Onça e Paulo Henrique; Liminha, Rodrigues Neto e Luís Cláudio; Doval, Dionísio e Arilson, comandados pelo treinador Elba de Pádua Lima, o estrategista Tim, um dos maiores atacantes do futebol brasileiro da década-1930, o Flamengo começou a espanar o sonho de tri botafoguense. Fim de tabu, inicio de dilema



Nenhum comentário:

Postar um comentário