Se o Flamengo tivesse bons pesquisadores, jamais enfrentaria o Almirante nos dias de São Guido e da Santa Cruz. O primeiro é celebrado no 12 de setembro e a outra devoção no 14 do mesmo mês. Guido de Anderlecht foi santo católico viventre entre 950 e 1012, na Bélgica. De outra parte, para anglicanos e luteranos, o Dia da Cruz celebra a vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e o demônio, conquistada na cruz. Via crucis rubro-negra nos gramados. Vejamos:
12 de setembro de 1926 - Vasco da Gama 2 x 1 Flamengo - até então, os dois clubes haviam se pegado por oito vezes, com duas vitórias cruzmaltinas – 3 x 1 (24.04.1923) e 1 x 0 (28.03.1926), além de quatro empates. Na tarde do placar acima, anotado na Rua Barão de São Francisco, valu pelo Campeonato Carioca e o Almira abriu a conta com dois minutos d pugna, por intermédio de Torterolli. Eles empataram, mas, no so segundo tempo, de pênalti, Claudionor marcou e os rivais abandonaram o gramado, para não perderem a vantagem de uma vitória a mais. Não adiantou. As estatísticas consideraram confronto em três vitórias para cada lado. A Turma da Colina, treinada pelo uruguaio Ramón Platero, fez a festa por conta de: Nélson, Hespanhol, Itália, Arthur, Nesi, Claudionor, Paschoal, Torterolli, Russinho, Dininho e Tatu. Detalhe: por falar em empate, em 1928, Vasco e Flamengo ficaram nos 4 x 4, no placar da partida.
14 de setembro de 1930 - Vasco da Gama 2 x 0 Flamengo - por aqui a pelota rolou na Rua Paysandu, em um domingo e, tmbém, pelo Estadual. Um atacante apelidado por Oitenta e um cara chamado por Russinho deixaram as coisas russas (gíria já em desuso) para a rubro-negrada. O inglês Harry Welfare dirigia a rapaziada vascaína do dia: Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Paschoal, Oitenta, Russinho, Mário Mattos e Santana.
14 e setembro de 1947 - Vasco da Gama 2 x 1 Flamengo - mais um clássico dominicalvaleno pela temporada oficial do futebol carioca. Jogado no estádio de São Januário, teve Dimas e Maneca entortando o bico do Urubu, que ainda não tinha tal apelido. O chefe da moçada anfitriã era Flávio Costa, que escalou: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Ely do Ampçaro, Danilo e Jorge; Nestor, Maneca, Dimas, Ismael e Chico.
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