Quem passsa, pela primeria vez, pelos fundos da 705 Norte, Bloco C, invariavelmente, pára e se deslumbras com dois carros Puma à entrada de uma oficina.Um na cor branca, modelo GTE-1978, e o outro vermelho GTI-1980. Para os apaixonados por automóveis, coisa de cinema. Principalmente, o segundo, que desfilou pelas telas do cinema nacional, soltando o ronco do seu motor pelo roteiro do filme Faroeste Caboclo, de 2013, produzido por Daniel filho e dirigido por René Sampaio, com Fabrício Boliveira e Ísis Valvedr nos papéis principais.
O Puma vermelhão, até virar astro do cinema,
viveu uma história que bem poderia, também, virar filme. Vivia abvandonado pelo
proprietário, debaixo de uma árvore, no Lago Sul, onde o seu proprietário dava
mais atenção outros carros de sua coleção – Maverick, Galaxie, Opala, aquelas
velharias. Era 2.010 quando o também
apaixonado por carros Wiliam Bezerra da Silva o viu e propôs ao dono do Puma
dar um destino melhor ao carro. Negocia daqui, dali, dacolá, até convencer ao
homem a vencer-lhe o bólido.
- Levei mais de 700 dias restaurando o Puma (o
vermelhão). Praticamente, o desmontei todo. Troquei bancos, carpetes, etc,
inclusive os quatro pneus. O que não consegui arrumar por aquela pegada
inicial, por sorte encontrei, em uma loja da Disbrave, que dispunha de seus
últimos itens Michelin V-12, conta William.
Carango encantou produtores de cinema que o levaram para tela
Já a histórias cinematógráfica do Puma
“Vermelho Ferrari”, como William o apelidou, começou por inteiro acaso. A
produção de Faroeste Caboclo o viu em
uma reunião de colecionadores, no Parque da Cidade, e achou que ele seria o
veículo ideal para o traficante João de Santo Cristo viver a aventura. William
aceitou alugá-lo, por R$ 120 reais a diária e, por pouco não se tornou dublê de
ator, pois Fabrício Boliveira tinha tremendas dificuldades para dirigí-lo. Foi
preciso William tirar três dias de folga no trabalho para dar um jeito nas
coisas do cinema nacional.
- As filmagens começaram, em
abril de 2011, no Jardim ABC - região
que o brasilense conhece, também, por Tororó e que seria a Ceilândia dos
inícios de 1970, sem asfalto e prédios, lembra William, que esteve presente à
pré-estreia da película, em maio de 2013 – depois, houve o lançamento, no Rio
de Janeiro.
Com as suas aulas de direção,
William, com certeza, ajudou o ator Fabrício Boliveira a ganhar o prêmio de
melhor ator do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro-2014. O filme teve 13 e
venceu sete indicações para os demais prêmios. Ficou oito semanas em cartaz e
trotalizou cerca de 1,5 milhão de espectadores.
Já o Puma GTE-1978 branco está
com William há duas décadas. Pertencia a uma amiga - Cláudia, irmã da cantora
Cássia Eller e que, também, participava de reuniões de colecionadores de carros
antigos. Ele afirma que, até, não se interessoumuito pelo carro.
O Puma branco não estava tão derrubado quanto
o “Vermelho Ferrari”, quando William o comprou. Mas mandou ver, também, um
trato no carango. Pegou umas manhas de pintura pelo Discoveri e fez os desenhos
que hoje o auto tem.
O primeiro Puma GT foi fabricado
em 1966. Entre 1967 e 1970 saíram 423 modelos da fabricação. Os dois de William
contam com motor de quatro tempos, refrigerados a ar; quatro cilindros; quatro
marchas à frente e a maracha à ré; tamanho 3.960 mm; largura 1.580mm; altura
1.160mm e peso 640 kg. Ele só os usa
para passeios de finais de semana. E onde os dois cacrros param (sai com um de
cada vez) despertam grande curiosidade, principalmente de crianças de uns 12 de
idade, em diante.
- Devem ter sido mais fotografados do que os atores do filme – brinca o proprietário, para quem, os seus dois automóveis nunca terão preço.
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