De um lado, quase um time (10) de seleção - Marcos, Rogério Fidélis, César Sampaio, Alex Souza, Paulo Nunes, Zinho e os gringos Arce (paraguaio) e Asprilla (colombiano) – dois títulos internacionais – Taça Libertadores e Copa Mercosul – e quatro vezes campeão nacional ; do outro, o Gama, time-nunca-clube do futebol candango, disputando o seu terceiro Campeonato Brasileiro, então campeão da Série B.
Procedente de cidade satélite Brasília, mais pobre do que classe média baixa, a delegação do Periquitão desembarcou na capital paulista sem que nenhum repórter procurasse os seus atletas desconhecidos para a torcida paulistana. Afinal, eles estavam na zona de rebaixamento do Brasileirão e representavam folha salarial que não passava de R$ 300 mil mensais.
Veio a tarde do domingo 22 de agosto de 1999 e 11.648 pagantes, evidentemente, quase todos torcedores palmeirense, foram ao já demolido estádio do Parque Antártica “comemorar a vitória” do Verdão paulistano. Só se esqueceram de combinar com o time gamense. A rapaziada, comandada pelo treinador Jair Picerni, não tomou conhecimento da fama dos craques de alto salário que representavam folha salarial de R$ 4 milhões a cada mês e os enfrentou de igual par igual, para surpresa não só dos presentes, mas do time anfitrião.
Quem era aquele camisa sete do alviverde candango? Começaram a querer saber. Além de levar um tremendo trabalho para para a moçada da casa, em um dos seus grandes lances, ele deixou o camisa 9 Sorato (ex-Vasco da Gama e, também, ex-palmeirense) na cara do gol para só beijar a rede: Gama 1 x 0, aos 16 minutos do primeiro tempo.
Não dava mesmo para acreditar. Aquilo não era uma “zebra”, mas um “superzebra”, considerava a bairrista imprensa paulista, que assistiu até um ensaio de olé gamense. Enfim, a moçada voltou ao Planalto Central do país fora da zona de rebaixamento, pulando da 18ª para a 13ª colocação, à frente de Paraná-PR, Portuguesa de Desportos-SP, Sporte Recife-PE, Botafogo de Ribeirão Preto-SP, Juventude-RS, dos ‘grandões” Internacional-RS, Botafogo-RJ e até mesmo do inacreditável batido Palmeiras.
Rapazes do grande feito: Marcelo Cruz; Paulo Henrique, Gérson, Jairo e Rochinha; Deda, Caçapa, Alexandre Gaúcho (Beto) e Lindomar (Kabila); Romualdo e Sorato (Mazinho Loyola). O Palmeiras, com time comandado por Luis Felipe Scolari, teve: Marcos; Arce (Asprilla), César Sampaio (Zé Maria), Agnaldo Liz e Júnior; Galeano, Rogério, Zinho e Alex; Paulo Nunes e Oséas (Euller). OBS: o apelidado Júnior desta escalação é o baiano Jenilson Ângelo de Sousa, campeão na Copa do Mundo-2002. Euller também chegou à Seleção Brasileira e disputou, em 2000, as Eliminatórias da Copa. Só Agnaldo Liz, Galeano e Oséas não vestiarasm a camisa canarinha.
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