Vasco

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sábado, 4 de agosto de 2012

HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILENSE - GAMA VENCE NO BICO DOS PERIQUITOS

  De um lado, quase um time (10) de seleção - Marcos, Rogério Fidélis, César Sampaio, Alex Souza, Paulo Nunes, Zinho e os gringos Arce (paraguaio) e Asprilla (colombiano) – dois títulos internacionais – Taça Libertadores e Copa Mercosul – e quatro vezes campeão nacional ; do outro, o  Gama, time-nunca-clube do futebol candango, disputando o seu terceiro Campeonato Brasileiro, então campeão da Série B.

 Procedente de cidade satélite Brasília, mais pobre do que classe média baixa, a delegação do Periquitão desembarcou na capital paulista sem que nenhum repórter procurasse os seus atletas desconhecidos para a torcida paulistana. Afinal, eles estavam na zona de rebaixamento do Brasileirão e representavam folha salarial que não passava de R$ 300 mil mensais.

 Veio a tarde do domingo 22 de agosto de 1999 e 11.648 pagantes, evidentemente, quase todos torcedores palmeirense, foram ao já demolido estádio do Parque Antártica “comemorar a vitória” do Verdão paulistano. Só se esqueceram de combinar com o time gamense. A rapaziada, comandada pelo treinador Jair Picerni, não tomou conhecimento da fama dos craques de alto salário que representavam  folha salarial de R$ 4 milhões a cada mês e os enfrentou de igual par igual, para surpresa não só dos presentes, mas do time anfitrião.

Quem era aquele camisa sete do alviverde candango? Começaram a querer saber. Além de levar um tremendo trabalho para para  a moçada  da casa, em um dos seus grandes lances, ele deixou o camisa 9 Sorato (ex-Vasco da Gama e, também, ex-palmeirense) na cara do gol para só beijar a rede: Gama 1 x 0, aos 16 minutos do primeiro tempo. 

Reprodução do Jornal de Brasília


Incrível! O grande Palmeiras, com dez atletas de seleções nacionais, virando de etapa perdendo para um time de desconhecidos? Inacreditável, mesmo! A sua torcida, porém, deixava tudo por conta da “zebra” e esperava pela virada do placar, no segundo tempo. Mais uma vez, não combinaram com o visitante ousado. E foi pior. Aos 46 minutos, nos descontos (ainda não se falava em acréscimos), o abusado Romualdo driblou Galeano e Zé Maria dentro da área fatal paulistana e balançou a rede do canto direito da trave defendida pelo “São”Marcos: Gama 2 x 0.

Não dava mesmo para acreditar. Aquilo não era uma “zebra”, mas um “superzebra”, considerava a bairrista imprensa paulista, que assistiu até um ensaio de olé gamense. Enfim, a moçada voltou ao Planalto Central do país fora da zona de rebaixamento, pulando da 18ª para a 13ª colocação, à frente de Paraná-PR, Portuguesa de Desportos-SP, Sporte Recife-PE, Botafogo de Ribeirão Preto-SP, Juventude-RS, dos ‘grandões” Internacional-RS, Botafogo-RJ e até mesmo do inacreditável batido Palmeiras.

Rapazes do grande feito: Marcelo Cruz; Paulo Henrique, Gérson, Jairo e Rochinha; Deda, Caçapa, Alexandre Gaúcho (Beto) e Lindomar (Kabila); Romualdo e Sorato (Mazinho Loyola). O Palmeiras, com time comandado por Luis Felipe Scolari, teve: Marcos; Arce (Asprilla), César Sampaio (Zé Maria), Agnaldo Liz e Júnior; Galeano, Rogério, Zinho e Alex; Paulo Nunes e Oséas (Euller). OBS: o apelidado Júnior desta escalação é o baiano Jenilson Ângelo de Sousa, campeão na Copa do Mundo-2002. Euller também chegou à Seleção Brasileira e disputou, em 2000, as Eliminatórias da Copa. Só Agnaldo Liz, Galeano e Oséas não vestiarasm a camisa canarinha.    

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