Era um domingo. A torcida cruzmaltina vivia a expectativa de assistir Ademir Menezes balançar a rede. E foi para o estádio da Rua Conselheiro Galvão, acompanhar a quarta partida vascaína do atleta pernambucano, que não marcara gol durante a estreia e os dois jogos seguintes – 05.04.1942: Vasco 0 x 0 América; 12.04: 1 x 5 Madureira e 26.04: 1 x 1 Flamengo.
Ademir Marques de Menezes encantara aos vascaínos durante excursão do selecionado pernambucano, pelo Sul/Sudeste do país, com 11 titulares e vários reservas do Sport Recife, razão de a imprensa noticiar os amistosos como sendo do Leão da Ilha. Foram 10, vitórias, dois empates, duas derrotas, 46 tentos marcados e 29 levados.
1 - Foi em Brasil 2 x 1 Bolívia, de 28 de janeiro de 1945, pelo Campeonato Sul-Americano, que Ademir Marques de Menezes marcou o seu primeiro gol pela Seleção Brasileira – no total, foram 35 tentos, em 41 jogos, com 30 vitórias, cinco empates e seis escorregadas. Ao ser convocado para a sua primeira participação pelo selecionado nacional, o “Queixada” já tinha feito 80 estragos nas redes dos adversários, como profissional. Dos goleiros que fizera chorar, 53 fora em nome do Vasco e 27 pelo clube que o revelara, o Sport Recife. O jogo do seu primeiro gol canarinho saiu aos 48 minutos, no Estádio Nacional de Santiago do Chile, assistido por 28 mil pagantes e sob arbitragem do argentino Bartolomé Macias.
No 1º de maio, aproveitando o feriado do Dia do Trabalho, o Vasco convidou a equipe pernambucana a encará-lo, no estádio da Rua Campos Sales. O treinador uruguaio Ondino Viera ainda estava desenhando a engrenagem do assombroso Expresso da Vitória, que começaria a entrar nos trilhos, em 1944, para tornar-se uma das máquinas mais poderosas do futebol mundial, pelos próximos oito anos.
ROLOU A PELOTA – Era normal, para o torcedor vascaíno, a sua patota abrir 3 x 0 de frente – Villadoniga (2) e Nino – sobre adversários nordestinos. Não fazia mais do que a sua obrigação. No entanto, aos 30 minutos do primeiro tempo, um rapaz magrinho, com uma cabeleira invocada, repartida do lado esquerdo, foi lançado e, como se tivesse um motor a propulsão a jato, diminuiu o placar do primeiro tempo: Vasco 3 x 1.
ROLOU A PELOTA – Era normal, para o torcedor vascaíno, a sua patota abrir 3 x 0 de frente – Villadoniga (2) e Nino – sobre adversários nordestinos. Não fazia mais do que a sua obrigação. No entanto, aos 30 minutos do primeiro tempo, um rapaz magrinho, com uma cabeleira invocada, repartida do lado esquerdo, foi lançado e, como se tivesse um motor a propulsão a jato, diminuiu o placar do primeiro tempo: Vasco 3 x 1.
A segunda parte da surpresa veio durante a etapa final. Aos dois minutos, Valfredo encostou o visitante no escore da partida: 2 x 3. Aos 6 e aos 7, em outros dois grandes lances, Ademir virou a história, para 4 x 3. Surpreendente? Aos 18, Nino colocou a casa em ordem: 4 x 4. Ninguém, n entanto, esperava que Pirombá derrubasse os anfitriões: 5 x 4, aos 27 minutos. Incrível!
Surpresa acontecida, foi a vez de o Flamengo, também, desafiar os pernambucanos. Três dias depois, levou 3 x 1, no mesmo estádio, sem Ademir visitando o barbante, mas fazendo outra boa atuação – Pirombá (2) e Beressi marcaram os gols dos vitoriosos.
CORRIDA PELO CRAQUE – Quem vira, quisera ter Ademir em seu time. Menos a mãe dele, a inegociável Dona Otília Menezes, que não abria mão de ter o filho usando o anel de dentista – era estudante universitário, em Recife. Só concordaria com uma eventual saída do rapaz de casa se o clube que o levasse garantisse a sua matrícula em uma faculdade de sua cidade. Não queria vê-lo só “doutor em gols”.
Já que ter Ademir em seu ataque dependia de transferência escolar, ficou fácil, para o Vasco. Afinal, o seu presidente, Cyro Aranha, era irmão do ministro das Relações Exteriores, Osvaldo Aranha. Então, os cartolas vascaínos colocaram 40 contos de reis na mão do “Coronel” Menezes – primeiras luvas pagas pelo futebol brasileiro – e mais 800 ao Sport, e levaram o craque, que tinha o Fluminense como o mais duro pretendente a ser batido. Voltemos ao parágrafo lá de cima. Nele, a galera vascaína estava nas arquibancadas do estadinho da Rua Conselheiro Galvão à espera do primeiro gol de Ademir. Confere? Pois bem! O juiz Rubem Pereira Leite mandou a bola rolar e a rapaziada cruzmaltina abriu dois gols de frente, marcados por Nino. O “Bonsuça” apertou e diminuiu, mas Villadoniga voltou a folgar o Vasco no placar. E, até que, enfim, Ademir saiu para o abraço: 4 x 1 e o seu primeiro dos 301 gols marcados em 429 partidas pelo time da Colina – Valter, Florindo e Oswaldo; Figliola, Zarzur e Dacunto; Alfredo, Ademir, Nino, Viladoniga e Orlando foi o Vasco do seu primeiro tento. Depois, ele o ajudou a ser campeão carioca-1947/49/50/52/56 e sul-americano-1948, no Chile, primeiro título de um clube brasileiro no exterior.
PRIMEIRO GOL CANARINHO
Condecorado por Getúlio Vargas |
2 - Com time dirigido pelo treinador Flávio Costa, que era do Vasco, o primeiro escrete nacional com gol do "Queixada" teve: Oberdan (Palm), Domingos da Guia (Cor) e Norival (Flu)(Begliomini (Cor); Biguá (Fla), Ruy (SP) e Jaime de Almeida (Fla); Tesourinha (Inter-RS), Zizinho (Fla), Servílio (Cor) Ademir (Vsc)(Jair Rosa Pinto (Vsc) e Jorginho (Ame-RJ).
3 - Ademir só teve dois títulos de campeão pela seleção nacional: do Sul-Americano-1949 e do Pan-Americano-1952. Antes, em 1950, fora vice-campeão da Copa do Mundo e principal artilheiro, com nove gols
3 - Ademir só teve dois títulos de campeão pela seleção nacional: do Sul-Americano-1949 e do Pan-Americano-1952. Antes, em 1950, fora vice-campeão da Copa do Mundo e principal artilheiro, com nove gols
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