Vasco

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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

O TIME DOS APELIDOS DA COLINA (2)

 3 - O Vasco já meteu ferro em muitos desafiantes. As vezes, sem dó (ré, mi fá, sol, lá si) e nem piedade. O que tocava, na fase do Expresso da Vitória, a turma dançava, com um dos candidatos a dance partner sendo o Ferrinho – tudo em cima, confere?

Registrado, pelos pais - Pedro Luiz da Silveira e Marcionília da Silva Silveira - por Milton da Silveira, o apelidado Ferrinho pintou pelo planeta no 19 do 9 de 1928 - 19 + 9 = 28. Está no cartório de Paracamby-RJ, quando a grafia municipal ainda era assim. Tempos depois, rolando uma  bola legal, ele trocou o Esporte Clube Oposição, em 17 de maio de 1947, pelo então glorioso Club de Regatas Vasco da Gama. Pra viver uma bela história, embora só lembrada pelo pesquisador Mauro Prais, que a repassou do Kike.

                                  Foto de ficha de Ferrinho no Vasco 

Seguinte: o esquecido Ferrinho tomou parte (como se falava na época) no primeiro jogo (n 1.243) e primeira vitória do Vasco da Gama no gramado do Maracanã. Aconteceu durante Almira 1 x 0 Madureira, com gol por Ipojucan, valendo pelo Torneio Início do Campeonato Carioca-1950, em pugna apitada por Mário Gonçalves Vianna. Turma do dia: Ernani, Laerte e Wilson Capão; João Martins, Lola e Jorge Sacramento; Ferrinho, Vasconcelos, Lima e Jansen.  No mesmo dia, Ferrinho participou, ainda, de Vasco 0 x 0 Flamengo (4 x 2 nos pênaltis), e dos 2 x 3 Bangu da final, marcando um gol e participando do lance em que o banguense Sula marcou (contra) o outro tento vascaíno.

A estreia vascaína do ferrador Ferrinho havia sido pouco antes - 11 de junho de 1950 -, em Vasco 2 x 2 Ponte Preta, amistosamente, no Estádio Moisés Lucarelli, em Caminas-SP, lançado pelo treinador Oto Glória. Naquele dia, ele não bateu na rede – foram Lima e Álvaro Xaxá  -, mas formou em time com muita gente cascuda: Ernâni, Laerte e Wilson Capão; João Martins, Lola e Jorge Sacramento; Ferrinho, Ipojucan, Álvaro Xaxá, Lima e Ismar.

De acordo com a ficha pesquisada por Mauro Prais, o atacante disputou mais 10 outros jogos com a jaqueta cruzmaltina, mas pelo time aspirante – 20.08.1950 – Vasco 1 x 1 São Cristóvão; 27.08 – 3 x 2 Bangu; 03.09 – 4 x 1 América;07.09 -  Formiga-MG 4 x 0;  20.11 - 5 x 1 Flamengo; 10.12 – 5 x 3 Bonsucesso; 16.12.1951 – 6 x 2 Bonsucesso (fez um gol); 22.12 – 4 x 3 Flamengo; 30.12 – 3 x 0 São Cristóvão; 06.01.1952 – 3 x 0 América.  

                                 Tesourinha cortou o barato de Ferrinho

4 - Não dava mesmo  pra Milton da Silveira virara ídolo da torcida vascaínos, pois, desde 4 de janeiro de 1950, o treinador Flávio Costa escalava um tremendo ponta-direita gaúcho, Osmar Fortes Barcelos, o Tesourinha, que começou marcando gol batendo falta, em Vasco da Gama 5 x 2 Portuguesa de Desportos, em São Januário, pelo Torneio  Rio-São Paulo – Barbosa, Augusto e Jorge Sacramento; Ely do Amparo, Danilo Alvim e Alfredo II; Tesourinha, Maneca (Nestor), Ademir Menezes, Ipojucan (Lima) e Mário (Chico) foi o time.

 Nascido, em Porto Alegre, no 3 de dezembro de 1921, o atacante gaúcho jogava pela Seleção Brasileira desde 1944 (devido lesão, o fez até um mês antes da Copa do Mundo-1950), chegando a totalizar 23 jogos e 10 gols. O craque Tesourinha ficou por São Januário, até 1952, cortando as chances de Ferrinho meter ferro pelo time A – se ferrou. 

Um comentário:

  1. Sobre Tesourinha, vascaíno que sou dos bons tempos do Expresso da Vitória, lembro-me que em 1949 a Rádio Nacional lançou em todo o Brasil uma "enquete", ou um "certame" patrocinado pelo conhecido comprimido analgésico Melhoral (o que "era melhor e não fazia mal").
    O nome da promoção era "Melhoral dos Craques do Brasil". O ouvinte escolhia remetendo à emissora o maior número possível de embalagens do comprimido (os famosos "clarapéis invioláveis") com o nome, em sua opinião, do melhor jogador do Brasil.
    Evidente que cada envelope valia um voto.
    O "player" vencedor ganharia como prêmio um apartamento.
    Venceu Tesourinha, que na época atuava no futebol gaúcho, vindo pouco depois compor o famoso ataque vascaíno: Tesosurinha, Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico.
    Um abraço para todos. Parabéns ao imperdível Kike da Bola.

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