A feira da Torre de TV de Brasília - sempre aos sábados e domingos - está incompleta. Sumiu de lá o desenhista Carlos Henrique de Oliveira, um cara da lua. Não foi que ele trocou o pedaço pelo Reverendo Moon! Pois foi!
Exímio retratista, ele chegava, instalava um
banquinho em qualquer ponto, puxava papel, lápis e borracha, e nem precisava
fazer sobrevoos sobre rostos femininos, que eles lhe chegavam, de montão. “Enquanto houver mulher bonita, querendo
eternizar a sua beleza jovem, nunca ficarei sem trabalho”, dizia ele,
comparando a sua arte com uma fotografia: “O meu desenho envolve sensibilidade
mais apurada do que um click na
máquina. A foto passa uma sensação fria
em relação ao desenho; o meu traço vou buscá-lo no fundo da alma retratada”.
Para desenhá-las, inteiramente, dentro das expectativas delas, primeiramente, ele levava um plá com elas. “É preciso paquerar, identificar os seus mais profundos sentimentos. Penetrar em sua alma. Sem ver as suas características psicológicas, nenhum desenhista de rostos femininos consegue produto final do agrado de uma mulher”, afirmava o moreno Carlos Henrique, de 1,67cm de altura.
Para atingir o “ponto g” delas no traço, Carlos Henrique observou, rápido, que todas as que pousavam para os seus desenhos
chegavam com a expectativa de saírem mais belas do que se apresentavam. "Queriam se mostrar assim às amigas, com a vaidade falando mais alto. Mas faz bem ao ego”, ressaltava ele, revelando ser normal se deparar com mulheres
que ficavam tão nervosas, ao ponto de se levantarem do banquinho pra
verem como estavam ficando. “Transferem o sucesso da estética do desenho para o desenhista. Daí a minha necessidade de paquerar a sua alma”, discursava e
revelava algo interessante: os
acompanhantes delas ficavam muito mais ansiosos pelo resultado do que ele riscava.
Os
desenhos na vida de Carlos Henrique surgiram quando ele tinha 10 de idade. Garantia
não ter sido influenciado por nenhum artista e, também, jamais encontrado rosto difícil de retratar. “Basta
senti-lo, viajar pelas suas formas e contar com boa qualidade no material (de
desenho) que você usa.
Durante o tempo em que desenhou e fotografou a alma feminina na feira da Torre
de TV de Brasília, o Dentiale viu a mulher
brasiliense sonhadora, dona de bom gosto, adorando ser admirada e sentindo-se
bela. “Só a mulher de baixo poder
aquisitivo não tem vaidade com a eternidade da beleza”, viu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário