Vasco

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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

CLUBE DOS ESQUECIDOS - IPOJUCAN

Protagonista de jogadas monumentais, especificamente, clássicas e inteligentes, Ipojucan foi campeão carioca pelo Vasco da Gama de 1949/50/52, formando um ataque fera, com Tesourinha, Maneca, Ademir Menezes e Chico, todos jogadores que vestiram a camisa da Seleção Brasileira, pela qual foi campeão pan-americano-1952, no Chile.
 Pelo final da década-1960, Ipojucan passava por problemas de saúde,  nefrite e artrite, no braço esquerdo e chorava a falta de solidariedade dos que se diziam amigos, em seus tempos de craque badalado.
Reprodução de "O Cruzeiro"
Em sua residência, à Rua Caraíbas, 66, em São Paulo, ninguém aparecia.  O Vasco da Gama, porém não agiu assim.
Ao saber do que acontecia, enviou um dirigente à capital paulista, a fim de ver atende-lo em todas as necessidades, inclusive, financeiras.
 Além disso, os vascaínos propuseram um amistoso, com a Portuguesa de Desportos, o último clube de Ipojucan, com toda a renda em seu benefício.
 No estado em que se encontrava, o antigo meia cruzmaltino lia em jornais que ele estava na miséria, o que negava, afirmando não precisar de esmolas, só de consideração, por achar-se merecedor.
 A uma revista carioca, ele queixou-se, em 1968: “Não é justo que agora, quando a saúde me impede de trabalhar, aqueles a quem eu servi me abandonem assim, com tanta indiferença”. 
 ALÉM DO VASCO, Ipojucan revelava ter recebido apoio só da  Fundação de Garantia ao Atleta Profissional-FUGAP-RJ, presidida pelo ex-goleiro vascaíno Humberto Torgado, e que a Lusa do Canindé só o procurou  depois de ele ter conseguido assistência médica no Hospital das Clínicas de São Paulo.
 Sem nada ter a ver com a Portuguesa de Desportos, ele recebeu Cr$ 751 mio cruzeiros, grana razoável para o tratamento e proveniente  da renda de um jogo entre os veteranos daquele clube e uma seleção paulista de velhos companheiros.
Jogador muito alto, para os padrões métricos do futebol brasileiro do seu tempo, Ipojucan Lins Araújo, com o seu malabarismos que improvisava e destilava genialidade com o pé esquerdo, tornou-se o quarto maior “matador da Colina”, com 225 gols em 413 jogos, entre 1944 e 1954.
O treinador Flávio Costa considerava Ipojucan um artista com a bola. Nunca esquecia do dia em que o meia driblou vários defensores do América e tentou o gol de placa, permitindo a defesa do goleiro.
Reprodução de "Esporte Ilustrado"
VAVÁ, BICAMPEÃO MUNDIAL-1958/62, atribuía a Ipojucan a sua titularidade no ataque vascaíno, a partir de  1953, quando marcou dois gols sobre o Bangu. Por uma de suas entrevistas, ele contou: "Eu era juvenil e fã dos astros vascaínos. Em um daqueles tentos, o Ipojucan me deixou na cara do gol. Malmente a bola chegou ao seu  pé, já estava à minha frente. Só peguei o embalo”
Ao deixar São Januário e ir para o Canindé, o alagoano Ipojucan formou o seu primeiro ataque no nova casa ao lado do  magistral Julinho Botelho, e de Renato, Átis e Ortega.
Em 1955, ajudou a Lusa a conquistar o Torneio Rio-São Paulo. Ficou pelo clube até 1960, quando iniciou a carreira de treinador das suas categorias de base. Trabalhou até o abalo na saúde. 
Nascido em Maceió, em 3 de junho de 1926, viveu até 19 de junho de 1978. Na véspera, a Seleção Brasileira empatava, por 0 x 0, com a dona da casa, pela Copa do Mundo-1978, na Argentina.            

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