No dia 4 de agosto de
2015, o presidente vascaíno Eurico Miranda reuniu a imprensa em uma entrevista
coletiva e acusou o seu antecessor, Roberto Dinamite, de “ter provocado um rombo nas contas do Vasco”. Na semana, a
“Turma da Colina” ocupava a penúltima colocação do Campeonato Brasileiro e
enfrentaria o catarinense Joinville.
Eurico, que gosta de intitular-se “Rei Sol”,
em alusão a Luís XIV, da França, afirmou ter pago mais de R$ 30 milhões, em
dividas, após suceder o Dinamite, ao qual acusou de passar-lhe o cargo sem
pagar salários, há três meses, além de não conceder, há oito meses, a ajuda de
custo aos garotos das bases. “Tivemos de pagar imposto para obter a certidão
negativa de débito. O imposto era a lista de obrigações não cumpridas. O Vasco
não pagava as contas de água, chamava um carro-pipa e, também, não pagava.
Provocou um acordo (com a empresa de águas e esgotos) no valor de R$ 10
milhões”, bateu Eurico.
O presidente vascaíno bateu mais. Disse não
ter contratado mais reforços, porque tivera de assumir dívidas deixadas pelo
desafeto junto ao colombiano Nacional, pela negociação envolvendo o
meio-campista Montoya; cobrança do espanhol Málaga, por Sandro Silva; do
português Benfica, por Éder Luís; da Federação Paraguaia de Futbol, pela liberação
de Benítez, e do também paraguaio Libertad,
pelas cessões de Guiñazu e de Tenório.
Eurico Miranda e Roberto Dinamite tiveram
pouquíssimos momentos de proximidade em suas vidas vascaínas. Antes,
criticavam-se de leve. Nesta pancadaria de agosto de 2015, o primeiro afirmou ter encontrado uma
“herança maldita...irresponsável” em São Januário. “O que ele fez no Vasco foi um crime”, bateu mais forte.
Vice-presidente de Antônio Calçada, entre 1983
a 2001, Eurico assumiu o comando do Vasco, até julho de 2008, quando entrou
Roberto Dinamite, que ficou até novembro de 2014, quando voltou Eurico. Segundo
este, conforme publicação do jornal “Lance” – Nº 6457, Ano 17, de 05.08.2015,
página 9 –, em junho de 2006, a dívida vascaína era de R$ 192 milhões, subindo
a R$ 354 milhões, com Roberto. “Agora é de R$ 688 milhões”, afirmou, pela mesma
edição citada acima, acrescentando que isso representou “dívida equivalente a
um período de 110 anos de existência do clube”.
Como presidente do Vasco, Roberto Dinamite acumulava
a função de deputado estadual, para a qual não reelegeu-se, em 2014. O jornal
carioca alegou não tê-lo localizado, em 4 de agosto de 2015, para responder a
Eurico Miranda. Para o editor Maurício Oliveira, “mesmo considerando a
administração Dinamite catastrófica... é, no mínimo, curioso ouvir de
Eurico...que seu antecessor levou o Vasco à bancarrota” – fuxico que não demorou na imprensa carioca.
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