Vasco

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CLUB DE REGATAS VASCO DOS FUXICOS - 7

Em 1970,o Vasco entrava na 12ª temporada sem um título estadual. Porrada de todo lado em sua cartolagem. O ambiente era terrível na Colina. Até cassação de presidente –Reinaldo Reis – já rolara – em 1969. Das arquibancadas, a galera não se entendia com o time. Na sede, o apoiador Bougleux estava proibido de entrar. Fuxico por todos as vias que levavam à Rua General Almério de Principalmente, depois que o atacante Valfrido cuspira na cara de um torcedor.
Buglê (D), de banido a capitão
Se tanta bagunça dava assunto para a imprensa malhar e malhar o Vasco, o barco quase foi ao fundo do poço, quando o cartola que mandava no futebol cruzmaltino, João Silva (ex-presidente e ex-vice) decidiu contratar o técnico Elba de Pádua Lima, mandado embora do Flamengo sob a acusação de não ter pulso para comandar um time. E se poderia piorar mais, porque não tentar? Então, João Silva com tratou o capitão José Bonetti, em um momento em que toda a nação odiava os militares que estavam no poder, naquele momento mais duro da repressão patrocinada pelo governo do presidente Garrastazu Medici.
MAIS PANCADA - José Bonetti teve que se virar para convencer torcida, cartolas da oposição, sócios do clubee a imprensa que João Silva não escalaria ao time. Tim chegava para arrumar a casa, só ele decidiria quem jogaria, ou não. Ninguém acreditou. A fuxicaria continuou.
Tim começou a trabalhar. Conseguiu a reintegração de Bougleux, que, de banido, passou a capitão do time, e montou com este uma espinha dorsal que incluía o goleiro Andrada e o atacante Silva. Chegou a quarta rodada, e o goleiro do Campo Grande, Sanches, fechou o gol contra o Vasco: 0 x 0 e clima pesado no vestiário. No entanto, Tim conseguiu segurar a rapaziada, sob o argumento de que eles haviam passado por “um acidente de trabalho e que aquilo voltaria a se repetir”. No jogo seguinte, novo empate, com o Fluminense. Mas o time viu que Tim tinha razão. Eles estavam pegando pesado. Os goleiros era que não lhes deixava balançar o filó. ali pro diante, a rapaziada foi com muita gana em cada bola, em cada jogo, ganhou o respeito da torcida, dos adversários. Até o zagueiro Renê, que fizera nome de “pauladeiro” no Bonsucesso, vinha jogando beme já fazia parte da “espinha dorsal” de Tim.
Ninguém criticava mais João Silva. Bonetti, porém, não estava gostando nada de ver tantos cartazes apregados pelas paredes de São Januário, proibindo de tudo. Um dia, trocou o espírito de capitão pelo de “sargentão”, enfiou a mão nos cartazes e rasgou um a um. Acabava o último resquício do mandonismo dos cartolas, que viviam acusando os jogadores de indisciplina, para justificarem os fracassos do time. Agora, todos iriam ser ouvidos pela comissão técnica. E a fuxicaria pela rasgação dos cartazas se espalhou pela Rua Acre, onde rolava a boca maldita do “Almirante”.
VASCAÍNO CONTRA EX-VASCAÍNO - O tempo foi passando e a fuxicaria diminuindo, graças a resultados satisfatórios dentro dos gramados. No dia 2 de junho, o adversário seria o Madureira, treinado pelo ex-vaScaíno Jair Rosa Pinto. Pelas contas de Tim, se vencesse um grande e um pequeno, ele manteria o time focado, já que a disputa pelo título estava apertada. OMadureira mandou uma tremenda retranca no primeiro tempo. O Vasco só conseguiu duas finalizações. Na etapa final, o “Batuta” Silva resolveu. Abriu a retranca do “Madura, cadenciou e cantou o jogo e os deslocamentos da patota. Então, sobrou para Alcir Portella fazer o segundo gol e liquidar a conta.
Que viessem Campo Grande, América, Botafogo e Fluminense. O Vasco era mais Vasco. E as contas de Tim deram certo: 2 x 0 Madureira (pequeno); 3 x 2 América (médio); 5 x 0 Campo Grande (pequeno) e 2 x 1 Botafogo (grande). Contra o Fluminense, não valeria mais nada. O Vasco já acabara com o tabu, de 12 anos, sem títulos estaduais. Campeão na bola e no fuxico! (foto de Jair reproduzida de www.osgigantesdacolina.blogspot.com). Agradecimento.

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