Impressionante! A quantidade de fofocas publicadas pelas revistas antigas sobre o Vasco dá a entender que a Rua General Almério Moura era aquela tradicional cerca de quintal de interior, onde as comadres se reuniam para falar mal de todo o povo da cidade.
Um perfeito exemplo disso foi o rolo da contratação do ex-lateral-direito Paulinho de Almeida, como treinador, para a temporada de 1968.
Paulinho de Almeida |
Mas o que rolou? O presidente eleito, Reinaldo Reis, surpreendeu a todos e contratou Paulinho, durante reunião na casa do vice eleito, Agatirno da Silva Gomes, em 20 de dezembro daquele “meia-sete”. Tocou o reu!
Um dos “cardeais” vascaínos, Alah Batista, não gostou e rolaram agitações da galera. Inclusive, com a chefe da torcida, Dulce Rosalina, indo para a frente do Edifício Cineac, manifestar desagrado público. Pra completar, o presidente do Olaria, Norberto Alcântara, soltou os cachorros pra cima de Paulinho, que colocara o clube da Rua Bariri entre os oito primeiros da temporada carioca-67. Segundo ele, mesmo já acertado com a “Turma da Colina”, o treinador lhe prometera renovar contrato.
Os dirigentes vascaínos, no entanto, negociaram uma trégua, para o Natal. Marcou-se um almoço no Clube Comercial, e um grupo de beneméritos de maior prestigio saiu da reunião dizendo que apostaria na contratação de Paulinho. Na imprensa, uma das primeiras notícias divulgadas sobre os planos de Paulinho fora um listão de dispensas, para trabalhar só com 20 atletas. Do grupo que receberia, ficariam só os goleiros Pedro Paulo e Valdir Apple; os defensores Jorge Luís, Sérgio, Álvaro, Major e Almir; os apoiadores Oldair e Danilo Menezes, e os atacantes Nei Oliveira, Adílson Albuquerque e Valfrido. (foto reproduzida de "Esporte Ilustrado".
CHICO DOS FUXICOS -Líder invicto, absoluto, campeão imbatível
dos fuxicos, o Vasco não conseguia uma trégua com a paz, antigamente. Vamos
para 1958, a temporada em que ganhou tudo o que disputou. Pelo Nº 122
de Manchete Esportiva, que circulou a partir
do dia 22 de março, o
ex-“scratchman” e então “chofer-de-praça” (no Rio de Janeiro), Francisco Aramburo desceu a
pancada no seu ex-treinador Flávio Costa.
Barbosa, Haroldo, Augusto, Ely, Danilo, Jorge (em pé), Sabará, Alfredinho, Ademir, Ipojucan e Chico |
Chico foi motoristas de praça após pendurar as chuteiras |
Atleta cruzmaltino desde 1942, Chico ficou em São Januário por 12 temporadas. Foi campeão carioca em 1945/1947/1950/1952 e campeão sul-americano, em 1948. Ele é o 12º artilheiro da história do Vasco, com 127 gols. Da sua turma de 1952, só o centroavante Ademir Menezes e o goleiro Barbosa continuaram após ele parar. Ademir foi até 1956 e Barbosa até 1961, levando-se em conta que o desgaste físico do arqueiro é menor. “Se não fosse a injustiça sofrida em 1952, ainda estaria em evidência, em 1958”, afirmou Chico.
COMENTÁRIO DO “KIKE” - Em 1958, Chico estava
com 38 anos. Seguramente, não barraria Pinga na ponta-esquerda vascaína. E nem outros
concorrentes da sua posição, como Zagallo, do Botafogo; Escurinho, do
Fluminense; Pepe, do Santos, e Canhoteiro, do São Paulo. Se Flávio Costa não gostava
dele, porque o teve como titular do “Expresso da Vitória” que pilotou? E porque
o convocou para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1950? Só
há uma resposta: Vasco, campeão de fuxico.
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