Pinga trocu de posição e arrasou com Martim |
Durante a campanha que levou o Vasco ao título carioca de 1956, certo de que só retribuindo à confiança que o grupo tinha nele poderia chegar ao caneco, jamais foi áspero com seus atletas, nunca culpou ninguém por nada. Indagado pelo destaque da partida, respondia: “Todos! Todos jogam em função da equipe. O sucesso pertence a todos”. Na derrotas, pretendia: “O culpado sou eu, que não soube distribuir as funções como deveria. Os jogadores fizeram, exatamente, o que eu mandei”.
Sabará era dos poucos conhecidos do chefe |
PANELA DE PRESSÃO – Como o futebol carioca era cheio de fuxicos, quando o Vasco contratou Martim Francisco, o presidente Arthur Pires e o vice Antônio Calçada tinham um plano: enviar a equipe à Europa, a fim de que o novo comandante da rapaziada pudesse observar, trabalhar, calmamente. Sem atribulações e cobranças, poderia selecionar o material a ser usado durante o Campeonato Carioca e voltar com uma base.
Bellini estava em baixa e logo decolou |
Para o presidente Arthru Pires, a identificação de ideias, ações e pensamentos dos dirigentes do departamento de futebol foi um dos responsáveis pelo título. “O que o treinador pediu, teve”, disse ele ao Nº 58 da revista “Manchete Esportiva”, considerando Martim Francisco “decisivo e sabendo dosar o trabalho físico que fez o Vasco ser o único time, em todo o certame, com uma equipe ouças vezes mexida”. O presidente vascaíno considerou os jogos contra o Botafogo (3 x 2, em 25.11), o América (1 x 0, em 07.12) e o Bangu (2 x 1, em 15.12) como as chaves da conquista que gerou um superávit de Cr$ 6 milhões de cruzeiros.
Martim Francisco usou 16 jogadores para se campeão carioca em 1956. Para a imprensa, a revelação foi o lateral-esquerdo Coronel, saído do time juvenil. Testado em um time misto que fez vários amistosos pelo Brasil, o garoto claudicou nos jogos em que o time não atuou bem na Europa. Mas Martim via futuro nele e o bancou. Já o craque eleito por todos os homens das imprensa foi o meia Válter Marciano. Ataque empurrado por ele era sucesso garantido. Além da classe, jogou com muito amor à camisa. A ponto de chorar, após a partida contra o Bangu, por achar que tivesse jogado mal.
Se o craque Válter era unanimidade, para o colunistas Nélson Rodrigues, a alma do time era o zagueiro Bellini. Não só Nélson, mas todos que foram aos jogos do campeão tinham tal pensamento. Jogava duro, mas na bola. Se esta pintasse na área vascaína, haveria o bico de duas chuteiras tentando brecar o lance. Estava em baixa e foi reativado por Martim Francisco Ribeiro de Andrada, tetraneto do “Patriarca da Independência do Brasil”, José Bonifácio de Andrada e Silva, e sobrinho-neto do líder republicano Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.
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