Vasco

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

MEMÓRIA DA PUBLICI& SPORT- 13

1 - Em 1952, quando o Vasco da Gama conquistou o último título da “Era Expresso da Vitória”, o seu médico era Amílcar Giffone. O cartaz da esquadra do “Almirante” era tão grande que até ele chegou a fazer comercial, o que não era comum para profissionais da medicina esportiva.
Amilcar Giffone promoveu o fortificante suíço Ovomaltine, que teria sido “recebido com entusiasmo pelos mais famosos médicos brasileiros”, segundo a publicidade que o fabricante anunciava como  “o alimento oficial dos atletas em todas as Olimpíadas”.
O médico vascaíno o recomendou, pela revista “O Cruzeiro”: “A dietética dos atletas é fundamental par aumentar a sua  resistência física. E, sem dúvida, Ovomaltine restaura as forças dos atletas após as mais duras provas”.      
           
2 - O meia-armador vascaíno Juninho Pernambucano, também, foi convocado para o time dos garotos-propaganda.
Fez campanha para uma empresa que atua no setor do benefício-refeição, divulgando o "Ticket Restaurante".
O recado saiu em várias revistas. Bem antes dele, nas décadas 1940/50, os goleadores Lelé e Ademir Menezes também fizeram comerciais, como veremos abaixo, onde estará um outro atleta vascaíno, Edmundo.

3 - A edição Ano V,  Nº 19, de setembro/outubro de 1987, da Revista do 
Vasco, em sua terceira página traz um anúncio publicitário estrelado por uma atleta – vascaína, evidentemente –  vendendo a imagem da empresa Minasgás. 
Enquanto  anúncios produzidos pelas mais conceituadas agências publicitárias nunca citam o nome do atleta vendedor, sob o argumento de que ele é muito conhecido, o editor das revista vascaína balançou a rede. 
Este colocou o nome da bela morena Márcia Regina Cunha, vascaína campeã mundial-1987. Passadas 30 temporadas, sem o nome dela destacado no anuncio, ninguém que o visse saberia quem é. Confere? 
                                       
Ademir (D|) colocou o terno e foi á casa do patrocinador
4 - Pela década-1950, o comércio já abria as suas portas para o futebol.
Ainda não havia a palavra marketing e a revista Esporte Ilustrado”, de 12 de fevereiro de 1953,  apresentou 28 páginas dedicadas ao campeão estadual da temporada anterior, o Vasco da Gama. 
A loja J. Isnard&Cia.Ltda. patrocinou duas página, no reverso do "pôster", com quatro fotos.
Na concentração, Ely era chegado ao sonzinho de radioeletrola
Dizia o texto original: “...enquanto descansavam, os craques esqueciam as preocupações sobre as difíceis pelejas do campeonato, escutando os seus discos preferidos e as suas emissoras favoritas na radioeletrola e no possante rádio, instalados pela firma J.Isnard&Cic.Ltda, que gozou da preferência da diretoria do Vasco da Gama na vontade de cercar todo o conforto moderno os seus defensores.
 Outro detalhe importante na questão do repouso espiritual dos craques é a certeza de que os objetos que adquirem para o conforto dos seus lares em J.Isnard&Cia.Ltda......não lhe dão aborrecimento. 
Assim os campeões puderam ficar tranquilos na concentração e disputaram o campeonato despreocupados com os artigos adquiridos em J. Isnard, como por exemplo, Ely, com os discos de sua grande discoteca, Ademir com sua radiovitrola, Chico como seu liquidificador e Jorge com o seu rádio. J.Isnard, a casa  dos discos portugueses preferidos dos campeões cariocas de 1952, goza da simpatia de craques de todos os clubes da cidade e dos radialistas mais famosos, e além de ter proporcionado alegria e satisfação aos jogadores vascaínos também encheu de contentamento os associados da prestigiosa agremiação da Cruz de Malta, pois forneceu os excelentes prêmios aos felizardos ganhadores dos “Bingos” promovidos pelo Vasco”.
COMENTÁRIO DO ‘KIKE” – Para a época, o patrocinador mandou bem o seu discurso, rebuscado de brasa para a sua sardinha. Hoje, ainda há patrocinadores que adotam o texto longo, com recado que não fica muito longe do citado, só que em linguagem mais informativa, pois a concorrência é em maior.     


5 - Veja a ilustração colorida à esquerda de sua tela. Lembra quem? Ademir Menezes, não é mesmo? Olhe par a foto à direita. Confere?
 Maior ídolo da torcida vascaína, até o surgimento de Roberto Dinamite, na década-1970,  Ademir é o terceiro artilheiro da história cruzmaltina, com 301 gols, em 429 jogos – Roberto Dinamite lidera, com 698, em 1.110 partidas, e Romário tem 315, em 410. 
Ademir chegou a São Januário, em 1942, fez um passeiozinho por fora, em 1946, mas voltou logo, para continuar escrevendo sua história na Colina, até 1955. 
Ele seria o artilheiro exato na marca do pênalti  para executar a propaganda do “Polvilho Antisséptico Granado”, que garantia estar  “proporcionando uma sensação de conforto e leveza nos pés desde 1903”.
 Na década de 1950, as empresas já recorriam muito aos craques para anunciar os seus produtos. Uma delas era a sueca Gillette, que escalava uma seleção de craques lhe promovendo pela revista “O Cruzeiro”. 
 No caso deste “clone” do Ademir, observe que ele usa o “fardamento” da Seleção Brasileira,  também defendidas pelo atacante do “Gigante da Colina”.

6 - Neste desenho em preto-e-branco à direita, a incrível semelhança é com o atacante Lelé, o artilheiro do Campeonato Carioca de 1945, com 13 tentos, na temporada em que o time vascaíno foi campeão invicto.
 Lelé, isto é, Manuel Pessanha, esteve vascaíno entre 1943 e 1948, período em que mandou 147 bolas no barbante, tornando-se o nono maior goleador da rapaziada. Ao lado de Edmundo “Animal”, ele é o atacante que mais gols marcou pelo clube em um só jogo, nos 9 x 2 sobre o Sport Recife, em 8 de maio de 1946, amistosamente – Edmundo fez a sua graça em 11 de setembro de 1997, nos 6 x 0 sobre o União São João, de Araras-SP, pelo Campeonato Brasileiro.
Lelé chegou até a merecer uma marchinha de carnaval, cantada por Linda Batista. Chamada de “No boteco do José”, era assim: “Vamos lá!/Que hoje é de graça/No boteco do José/Entra homem, entra menino/Entra velho, entra mulher/ É só dizer que é vascaíno/E amigo do Lelé”.
Quanto ao “reclame” do “clone” do Lelé, este era muito divulgado pela revista “Esporte Ilustrado”, promovendo as “Pelotas Superbal”, da fábrica carioca “Santos  &Moreira Leite”.  (foto PB de Ademir reproduzida de NetVasco). Agradecimento.
     
 7- A história do futebol cruzmaltino registra jogadores que estiveram, sempre, por cima. Mas foram anunciantes por baixo. Isto é, fizeram propaganda de cuecas. Casos do goleiro Emerson Leão e do atacante Edmundo.
 Após a Copa do Mundo-1974, na então Alemanha Ocidental, o arqueiro tornou-se o primeiro atleta brasileiro a posar para as chamadas roupas de baixo. Se bem que, na época, ainda não havia vestido a camisa vascaína. Mas, depois, vestiu camisa, calão e cueca como membro da "Turma da Colina".   
Edmundo foi quase cria da casa. Passou por outras casas antes de chegar à Colina, mas foi lá que se consagrou como craque, o mais amado pela torcida colineira, depois de Roberto Dinamite.
O  "Animal" marcou o seu primeiro gol  oficial em 23 de fevereiro de 1992, aliás, dois, em Vasco 4 x 0  Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro. Chegou ao 10º no empate, por 3 x 3, com o alagoano CSA, em 12 de setembro, seis meses depois, pela Copa do Brasil. 
Foi o caminho do sucesso, que incluiu cinco passagens por São Januário e o jogo de despedida. Edmundo (acima) fez publicidade para a Valisère, enquanto Emerson Leão para a Dog. 




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