A data 7 de abril marca um dos momentos mais significativos da história cruzmaltina – e, também, do país. O Vasco da Gama discordou da postura racista dos clubes da elite carioca – Fluminense, Flamengo, Botafogo e América – que exigiam-lhe a dispensa de seus negros e operários, e deixou claro preferir não disputar o campeonato estadual de 1924, a ter que sacrificar 11 jovens participantes do seu do seu título e 1923. Resoluto, o presidente vascaíno, José Augusto Prestes (foto) avisou que tal atitude jamais seria praticado por seu clube, conforme Nº 261, enviado à Associação Metropolitana de Esportes Athleticos-AMEA.
A recusa vascaína à discriminações provocou o segundo racha no futebol carioca. Os quatro grandes criaram a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos-AMEA, incluindo o suburbano Bangu, por ter os seus atletas com empregos definidos, ao contrário do Vasco da Gama, acusado de manter jogadores com ocupações duvidosas.
O Almirante (ainda não tinha o apelido) foi, então, disputar campeonato pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres, contra Vila Isabel, Carioca, Palmeiras-RJ, River, Andaraí, Mackenzie, Mangueira, Engenho de Dentro e Bonsucesso, e conquistou o título – o seu segundo no futebol carioca, tendo o primeiro sido pela AMEA, que reuniu em sua disputa tricolores, rubro-negros, alvinegros, banguenses e americanos, juntamente com os seus aliados São Cristóvão, Brasil e Helênico.Para ser campeão antiracista, o Vasco venceu os 16 desafios encarados, tendo por treinador o uruguaio Ramon Platero e este time-base: Nélson, Leitão e Mingote; Brilhante, Claudionor e Arthur; Pascoal, Torterolli, Rusinho, Cecy e Negrito.
Campeões, em 1923, estes vascaínos abriram caminhos democráticos para esta turma de 1929 |
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