O zagueiro Moacir fora barrado pelo técnico Tim (Elba de Pádua Lima), dizendo não saber do motivo e assegurando que o seu futebol seguia o mesmo dos tempos em que brigava com Brito e Fontana pela vaga de titular. Mesmo assim, não falava mal do treinador. E jurava não ter brigado com nenhum dirigente. Também, estar satisfeito em São Januário e jamais pensado em ir embora.
Entrevistado pela ‘Revista do Esporte’ - N 591, de 18.09.1970 -, Moacir queixou-se de ter descoberto ondas contra ele: “ Inventaram que pedi mais dinheiro para jogar e que usava uma máscara sem tamanho. Não foi nada disso. Gosto de jogar, de levar a minha responsabilidade a sério”, garantiu.
Zagueirão campeão |
Moacir Eustáquio Antunes, nascido em Ouro Preto-MG, em 24 de abril de 1944, queixava-se, também, de ter assinado um novo contrato e, passados quatro meses, nada recebido. Por isso, planejava voltar a estudar, em 1971, de olho no futuro. Parara pelo segundo período do curso de Agrimensura.
Campeão carioca, em 1970, disputando os 18 jogos da campanha, ele formara em um time-base, armado por Tim, e que fora: Andrada; Fidélis, Moacir, Renê e Eberval; Alcir e Buglê (capitão); Luiz Carlos Lemos, Valfrido, Silva “Batuta” e Gílson Nunes.
Esta rapaziada venceu 13 partidas, empatou três e perdeu só duas, tendo marcado 30 gols e levado 14. Encerrou tabu, de 12 temporadas, sem o Vasco carregar o caneco do Estadual para São Januário, onde Moacir esteve por quase 1.500 dias.
Cria do Olimpic, de Barbacena-MG, eleteve o Villa Nova, de Nova Lima-MG, pior seu segundo clube. Foi por lá que o “Almirante” o embarcou em sua tripulação,só tendo saído da Colina, em 1971, por um empréstimo ao Santa Cruz-PE. Em 1972, ao voltar para a “Turma da Colina”, ficou por um tempinho, decidiu pendurar as chuteiras, aos 27 de idade. Esteve casado, por 15 viradas de calendário, teve quatro filhos, separou-se, estudou até o quarto peródo do curso de Direito e, em 1974, passou a trabalhar no mercado financeiro de Belo Horizonte, ficando pelo setor até 1986.
O Vasco deve muito a Moacir, pela sua ajuda na quebra do tabu que incomodava demais uma nova geração de torcedores, a que entrava em 1970 sem jamais ver o clube ser campeão de sua terra.
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