Vasco

Vasco

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

VAGA PARA TREINADOR NA COLINA

                                 
Esta foi inédito no mundo da bola. Em 6 de julho de 1946, a diretoria cruzmaltina colocou um anúncio nos jornais cariocas, em três colunas, com 15 centímetros de altura, avisando que procurava por treinador. Dizia o texto, no original: “Clube de Regatas Vasco da Gama – Aviso – O Departamento de Futebol Profissional do Clube de Regatas Vasco da Gama convida os técnicos de futebol com serviços prestados em clubes das federações paulista e carioca, que desejarem se candidatar, a ocupar o lugar de técnico de futebol do referido clube, a se apresentarem até o dia 10 do corrente, às 18 horas, no Departamento Técnico, no estádio São Januário, munidos de provas de suas habilitações e de documentos de sua idoneidade moral e profissional, mediante contrato nas seguintes bases: a) prazo do contrato: 15 de julho de 1946 a 31 de dezembro de 1947; b) luvas de Cr$ 45.000,00 (mil cruzeiros); c) ordenado de Cr$ 3.000,00; d) prêmios pro vitórias ou empates, iguais aos estabelecidos para os jogadores, nas divisões principal, imediata e aspirantes; e) prêmio de Cr$ 20.000,00 pela conquista do Campeonato da Divisão Principal.
O Clube de Regatas Vasco da Gama se reserva o direito, não só de não aproveitar qualquer dos pretendentes, mas ainda o de escolher livremente entre os candidatos aquêle que, ao seu exclusivo juízo, for considerado o mais indicado”.
O redator esqueceu-se (e a diretoria, também) que o Vasco da Gama estava registrado comClub de Regatas, e não Clube de Regatas. Mas era pouco. O pior rolou depois de o anúncio circular pela imprensa. Filas de candidatos compareceram à Rua General Almério de Moura e os cartolas da Colina jogaram todos os currículos no lixo. Decidiram que alguém que não disputara o cargo, Ernesto Santos, era o melhor treinador do país. E o contrataram. E se deram mal. O time dele terminou o Campeonato Carioca em quinto lugar – oito vitórias, seis empates e quatro derrotas, marcando 42 e sofrendo 33 gols – à frente só dos “pequenos”, São Cristóvão, Canto do Rio, Bangu, Madureira e Bonsucesso.
Evidentemente, que o presidente cruzmaltino, Cyro Aranha, “convidou o Ernesto a pular fora da esquadra”. Para o lugar dele, chamou Flávio Costa, que ganhou a parada, no ano seguinte, com sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Mas isso é um assunto que o “Kike da Bola” só vai tratar no dia 28 de dezembro, data do último jogo temporada-1947, contra o Madureira. Aguarde! (foto  de Ernesto Santos (E), em 1966, ao lado do técnico e Vicente Feola, na comissão técnica da Seleção Brasileira, reproduzida da "Revsita do Esporte").

Nenhum comentário:

Postar um comentário