Durante toda a décda-1970, a Loteria Esportiva
era o sonho encantado de todo brasileiro. Só se pensava em fazer os 13 pontos e
ficar milionário. Havia revistas especializadas no tema e quase todos os
jornais às segundas-feiras traziam informações sobre os times incluídos no
teste do próximo final de semana. O grande problema do apostador era não ter a
mínima informação sobre um monte de
clubes desconhecidos e incluídoss nos concursos semanais e que provocavam
tremendas zebras, com Xanxereense (SC), Ferro Carril (RS), Guaxupé (MG), Icasa
(CE), São Silvano (ES) e Andirá (AC), entre outros.
Por ali propus ao Editor Executivo do Jornal de Brasília, o Edgar Tavares, fazer uma página lotérica na edição do domingo, totalmente devotada às zebraças. Ele topou, embora discordando do título da coluna - Laçando a Zebra -, pois havia grande preconceito nos jornais da época sobre começar títulos e frases com gerúndios.a revistas especializadas no tema e quase todos os jornais às segundas-feiras traziam informações sobre os times incluídos no teste do próximo final de semana. O grande problema do apostador era não ter a mínima informação sobre um monte de clubes desconhecidos e incluídoss nos concursos semanais e que provocavam tremendas zebras, com Xanxereense (SC), Ferro Carril (RS), Guaxupé (MG), Icasa (CE), São Silvano (ES) e Andirá (AC), Pioneira-DF e Caiçara-PI, entre outros.
Por ali propus ao Editor Executivo do Jornal
de Brasília, o Edgar Tavares, fazer uma página lotérica na edição do domingo,
totalmente devotada às zebraças. Ele topou, embora discordando
do título da coluna - Laçando a Zebra
-, pois havia grande preconceito nos jornais da época sobre começar títulos e
frases com gerúndios.
REPRODUÇÃO DO JORNAL DE BRASÍLIA
Ernane Banana atacava para o time da Pioneira
-
Apostador não quer saber de gerúndio, pretérito perfeito, participipio passado,
escambau. Nem sabe o que é isso. Quer é levar a bolada – justifiquei e terminei
convencendo-o. E lancei o “Professor Oduswaldo”, como prognostiqueiro do JBr.
A estreia do palpiteiro foi em um concurso do
8 de fevereiro de 1976, qauado havia o jogo do glorioso Esporte Clube Bahia
contra o destemido Leônico, pelo Campeoanto
Baiano. Informei aos meus leitores que o arrojado Bahêa (como a sua torcida o chama), mesmo tendo os principais
macumbeiros da Bahia ao seu serviço, de vez em sempre, deixava a macumba
macumbar o macumbeiro e rolar zebras
inintendíveis no terreiro. E, já que o negocio era laçar a zebra, que tal apostar nos leonionos? Resultado: Bahia 9 x
0, com Douglas, aquele que havia formado
dupla fatal com o Pelé, no Santos,
deixando três na caçapa.
Mas o
Professor Oduswaldo não ligou par as caçoadas. Seguiu à caça de zebras. Lá
adiante fomos para um concurso que reunia prélios de 7 a 10 de março de
1976,com um deles sendo Ferroviário x Dínamo, pelo Campeonato Alagano. Joguinho
de times só conhecidos em suas cidades.
Consultei várias edições do Tabelão
da revista Placar e mandei ver:
“O Ferrviário já andou saíndo fora dos trilhos quando visitou Penedense e
Canavieiros. Como o Dínamo acendeu a sua lanterna à meia-boca, empatando com
estes mesmos adversários, deverá ter mais voltagem ligada nesse pega.
Resultado: Ferroviário 7 x 0.
REPRODUÇÃO DE SITEDOBUIM.BLOGSPOT.COM
Panzilão zebrava partidas em nome do Caiçara
Chegamos a 16 de junho e a zebra que eu
propunha seria no Campeonato Paraibano, em Botafogo-PB x Nacional, de Cabedelo:
“Este Botafogo não tem feito fumaça, ultimamente. Só bate em lebreias. Como o
Nacional vem se especializando em ficar em cima do muro, não deve descer da
tijolaria. Crave coluna 2. Resultado: Botafogo-PB 7 x 0.
Para Vitória x Ceunes, pelo Campeonato Capixaba, no 17 do mesmo junho, mandei ver: “O Vitória anda inimigo da vitória. Perdeu duas, seguidas. O Ceunes adora levar goleadas. Uma hora, vai sobrar pra alguém, quem sabe para o escorregão Vitória, de Vitória? Hora da zebra! Resultado: Vitória 6 x 0. Para América, de Natal x Potiguar, de Currais Novos-RN, lembrei que este último tinha fama de “estraga prazer” quando o dono da casa o considerava “ponto certo”. E lembrei das ultimas dificuldades americanas de vencer longe de sua torcida. Mandei apostar nos curraleiros: Resultado: América-RN 6 x 0.
O pior dos meus palpites, quer dizer, do Professor Oduswaldo, no entanto, foi para Independência x Alvorada, pela sétima e última rodada do primeiro turno do Campeonato de Futebol do Estado do Acre, em 2 de outubro de 1976. Quem poderia ter informações sobre estes dois times? Consultei umas cinco edições do Tabelão de Placar pra ver se achava caminhos zebrantes. E terminei recomendando aos meus leitores/apostadores jogarem no Alvorada - que levou 10 x 0.
REPRODUÇÃO DO TWITTER @OSWALD DE SOUZA
Oswald de Souza era o craque dos palpites lotéricos daquela época
Nas segundas-feiras, choviam telefonemas de leitores/apostadores mandando o Professor Oduswaldo pra´quele lugar. Motivo mais do que “sufici” para eu “demitir” o palpiteiro que muitos apostadores/telefoneiros chamanvam-no por Professor Burraldo.
Veio a décda-1980 e reencontrei-me com (os
velhos amigos e colegas do Jornal de Brasilia) Edgar Tavares (sendo Editor de
Economia), e Arthur Herdy (Editor Executivo) no jornal Correio do Brasil. Época
em que, havia sido lançado a Loteria Esportiva do Certo e do Errado, para o
ganhador acertar ou errar mais - coisa assim. O Arthur sugeriu-me relançar o
que havia feito no JBr. Topei e reconvoquei o Professor Oduswaldo, que seguia
errando todos os palpites. Mesmo assim, tinha muitos fãs, principalmente depois
que um apostador telefonou dizendo ter ganho pelas recomendações da coluna.
Beleza! Mais nem tanto. Algumas semanas depois, sobre o jogo Náutico x Caruaru,
do Campeonato Pernambucano, recomendei aposta no “Caru”. Resultado: Náutico 7 x 0.
No dia
segunte, o mesmo cara que havia ganho pelos “palpites
oduswaldianos” telefonou chamando o autor da coluna por “burraldaço” e
contando que, por causa dele, deixara de ganhar, novamente, por apostar no
“Caruru”, como ele chamava o Caruaru. Motivo para o Arthur Herdy sugerir trocar
o nome do “burraldo” Professro Oduswaldo para “Jegue Elétrico”. Pois bem! Rola a bola e já havimos esquecido do
“Caruru”, quando, de repente, o mesmo cara que havia ganho e perdido por conta
do Professor Oduswaldo voltou a ligar. Daquela vez, dizia que o homem era um
gênio e só ele poderia prever a derrota do Vasco para o Andirá. Segundo ele,
confiava mais no taco do nosso palpiteir do que no de Oswald de Souza, da rede
Globo e o mais famoso do país.
Ká-entre-nóiz-1!
O “burraldo” não seria o Professor Oduswaldo, sabedor de que, em um daqueles concursos, o Vasco da Coluna 2 não seria o da Gama do
Rio de Janeiro, e o seu jogo não valeria pelo Campeonato Carioca, mas do Acre.
O adversário era o Andirá, que fez o carinha apostar errado e dar certo.
Ká-entre-nóiz-2!
O sujeito que apostara errado e dera cereto ficou de passar pelo jornal pra
pagar uma rodada de cerverada pra gente, pelo final de alguma noite de
sexta-feira. Até hoje, estamos esperando-o.
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