Vasco

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

HISTÓRIAS DO KIKE - UM REI MUITO BOLA FORA EM MATÉRIA DE ESCALAR AS FERAS

 Em 20 de maio de 2004, Brasil e França jogaram um amistoso festivo, o Centennial Matach, no Stade de Farnce, em Paris, encerrado no 0 x 0. Até aí, nada de menos, ou de mais. O bicho só pegou quado a FIFA-Federação Internacional de Futebol Associado divulgou a lista dos 100 maiores atletas vivos naquele seu centenário. Quem aprontouo rolo? Pelé! Isso mesmo! O Rei do Futebol,  ao fazer a seleção final dentre 200 nomes lhe apresentados pela entidade.

Os 100 eleitos pelo Rei entraram para o livro Hundred, que valeu uma edição limitada da FIFA. Italianos e franceses, que tiveram, cada um, 14 nomes nesta seleção gloriosa, adoraram as escolhas do Pelé, mas os brasileiros, pentacampeões mundiais, a execraram. Não aceitaram, principalmente, que a equipe canarinha do tri-1970, no México, tivesse só o capitão Carlos Albrto Torres lembrado – Pelé entrou na lista como hour concurs, número 1 absoluto.

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Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar, Mauro, Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe, bicampeões mundiais por clubes, esquecidos por Pelé, o penúltimo agachado à direita

O treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, bi-198/62, como atleta; técnico ganhador-1970 e coordenador-técnico campeão-1994, não entendia como a França – campeã mundial só em 1998 – poderia superar os cinco títulos brazucas.  Para o meia Ademir da Guia, um dos maiores ídolos da história da torcida do Palmeiras e que foi à Copa do Mundo Alemanha-1994, viu o lance do Pelé como bola fora, “um erro injustificável”.  Da mesma forma, analisou o tri mundial Rivellino, colega do Rei na equipe comandada por Zagallo, em 1970, lembrando que o Camsia 10 fazia questão de diferenciar o Pelé do Edson (Arantes do Nascimento), o cidadão. E mandou uma patada atômica em cima do que leu e ouviu: “O Pelé sabia tudo de futebol, foi eleito o Atleta do Século (pela FIFA). Esta lista só pode tere sido feita pelo Edson”, descascou.

Muitos campeões mundiais brasileiros procurados pelos jornalistas para comentar as escolhas do Pelé preferiaram evitar polêmicas, casos dos colegas dele (no Santos e na Seleção Brasileira) Clodoaldo (meio-campista) e Coutinho (atacante), este o seu maior parceiro de tabelinhas e de bolas na rede. Outros não escondiam a decepção pela desconsideração por vários cracaços patrícios, afirmando que a lista trazia figuras que não seriam titulares em nenhum time grande brasileiro, como Nagata (japonês); Hong (sul-coreno); Vieira (francês); Keane (irlandês); Vieri (italiano); Ceulemans (blga) e Belozoglu (turco). O Pelé foi muito criticado, ainda, por ter incluído em sua lista só o meia-atacante Puskas da seleção da Hungria que maravilhou o mundo durante a Copa do Mundo-1954. 

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Rogério, Gérson, Roberto, Jairzinho e Paulo César Lima, também, esquecidos pelo "Rei"

O meia Gérson Nunes de Oliveira, o apelidado Papagaio (por motivos óbvios), craque em Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense, além, é claro, na seleção canarinha tri-1970, bateu no Rei, indignado: “Ele tem o direito de selecionar quem lhe agradou mais, mas não de esquecer companheiros que o carregaram nas costas, em muitas partidas em que não esteve bem. Foi um absurdo. Da minha parte, graças a Deus, fiquei fora de uma seleção que tem jogadores como Vieira (francês) e Cafu (brasileiro).

Um outro tricampeão mundial, o meia-atacante Tostão, de nível cultural bem acima da sua antiga categoria e que graduou-se e tornou-se professor de Medicina, garantiu não ter ficado magoado com o seu parceiro de ataque no México-70, mas criticou o que considerou “falta de corência nas escolhas”. Confira os brasileiros da lista do “Rei das Críticas”: Carlos Alberto Torres, Cafu, Roberto Carlos, Leovegildo Júnior e Djalma Santos (laterais); Paulo Roberto Falcão,  Rivaldo, Sócrates e Zico (apoiadores); Romário e Ronaldo Fenômeno (atacantes). 

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