Em 20 de maio de 2004, Brasil e França jogaram um amistoso festivo, o Centennial Matach, no Stade de Farnce, em Paris, encerrado no 0 x 0. Até aí, nada de menos, ou de mais. O bicho só pegou quado a FIFA-Federação Internacional de Futebol Associado divulgou a lista dos 100 maiores atletas vivos naquele seu centenário. Quem aprontouo rolo? Pelé! Isso mesmo! O Rei do Futebol, ao fazer a seleção final dentre 200 nomes lhe apresentados pela entidade.
Os 100 eleitos pelo
Rei entraram para o livro Hundred, que valeu uma edição limitada
da FIFA. Italianos e franceses, que tiveram, cada um, 14 nomes nesta seleção
gloriosa, adoraram as escolhas do Pelé, mas os brasileiros, pentacampeões
mundiais, a execraram. Não aceitaram, principalmente, que a equipe canarinha do
tri-1970, no México, tivesse só o capitão Carlos Albrto Torres lembrado – Pelé
entrou na lista como hour concurs,
número 1 absoluto.
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Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar, Mauro, Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe, bicampeões mundiais por clubes, esquecidos por Pelé, o penúltimo agachado à direita
O treinador Mário
Jorge Lobo Zagallo, bi-198/62, como atleta; técnico ganhador-1970 e
coordenador-técnico campeão-1994, não entendia como a França – campeã mundial
só em 1998 – poderia superar os cinco títulos brazucas. Para o meia Ademir
da Guia, um dos maiores ídolos da história da torcida do Palmeiras e que foi à
Copa do Mundo Alemanha-1994, viu o lance do Pelé como bola fora, “um erro injustificável”. Da mesma forma, analisou o tri mundial
Rivellino, colega do Rei na equipe
comandada por Zagallo, em 1970, lembrando que o Camsia 10 fazia questão de diferenciar o Pelé do Edson (Arantes do
Nascimento), o cidadão. E mandou uma patada atômica em cima do que leu e ouviu:
“O Pelé sabia tudo de futebol, foi eleito o Atleta do Século (pela FIFA). Esta
lista só pode tere sido feita pelo Edson”, descascou.
Muitos campeões
mundiais brasileiros procurados pelos jornalistas para comentar as escolhas do Pelé
preferiaram evitar polêmicas, casos dos colegas dele (no Santos e na Seleção
Brasileira) Clodoaldo (meio-campista) e Coutinho (atacante), este o seu maior
parceiro de tabelinhas e de bolas na rede. Outros não escondiam a decepção pela
desconsideração por vários cracaços patrícios,
afirmando que a lista trazia figuras que não seriam titulares em nenhum time
grande brasileiro, como Nagata (japonês); Hong (sul-coreno); Vieira (francês);
Keane (irlandês); Vieri (italiano); Ceulemans (blga) e Belozoglu (turco). O
Pelé foi muito criticado, ainda, por ter incluído em sua lista só o
meia-atacante Puskas da seleção da Hungria que maravilhou o mundo durante a
Copa do Mundo-1954.
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Rogério, Gérson, Roberto, Jairzinho e Paulo César Lima, também, esquecidos pelo "Rei"O meia Gérson Nunes
de Oliveira, o apelidado Papagaio
(por motivos óbvios), craque em Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense,
além, é claro, na seleção canarinha tri-1970, bateu no Rei, indignado: “Ele tem o direito de selecionar quem lhe agradou
mais, mas não de esquecer companheiros que o carregaram nas costas, em muitas
partidas em que não esteve bem. Foi um absurdo. Da minha parte, graças a Deus,
fiquei fora de uma seleção que tem jogadores como Vieira (francês) e Cafu
(brasileiro).
Um outro tricampeão
mundial, o meia-atacante Tostão, de nível cultural bem acima da sua antiga
categoria e que graduou-se e tornou-se professor de Medicina, garantiu não ter
ficado magoado com o seu parceiro de ataque no México-70, mas criticou o que
considerou “falta de corência nas escolhas”. Confira os brasileiros da lista do
“Rei das Críticas”: Carlos Alberto Torres, Cafu, Roberto Carlos, Leovegildo
Júnior e Djalma Santos (laterais); Paulo Roberto Falcão, Rivaldo, Sócrates e Zico (apoiadores);
Romário e Ronaldo Fenômeno (atacantes).
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