Vasco

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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ANIVERSARIANTE: ORLANDO 'LELÉ'

Até a década de 1960, os laterais pouco apoiavam o ataque. Era o tempo dos autênticos ponteiros que exigiam eterna vigilância e marcação implacável. Diz-se que fora com Orlando, esquematizado pelo técnico Tim (Elba de Pádua Lima), no Coritiba, nos inícios da década-1970, que começara a onda daqueles pregados defensores se mandarem para o ataque, a fim de cruzarem bolas para o meio da área.
Verdade, ou não, o certo é que Orlando foi um dos principais laterais-atacantes do futebol brasileiro setentista, tendo o seu sucesso no futebol paranaense o levado para o América-RJ, onde o Vasco foi buscá-lo, para ser um dos seus grandes nomes do time campeão estadual de 1977. Antes daquilo tudo, em início de carreira, quando pintou como substituto para Carlos Alberto Torres, no Santos, ele já havia jogado com mestres como Pelé, Clodoaldo, Edu (Jonas Eduardo Américo), Afonsinho, Alcindo (Martha Freitas), Oberdan, Vicente e Negreiros, os cobras do  no Santos, do qual foi cria das bases.   
PELAS PONTAS - Registrado por Orlando Pereira, o lateral começou como ponta-direita. Nascido em 22 de janeiro de 1949, em Santos, viveu até 4 de setembro de 1999. O seu primeiro grande momento no futebol carioca foi na decisão da Taça Guanabara de 1974, quando marcou o gol do título do América, cobrando falta, contra o Fluminense. Em São Januário, chegou em 1976 e foi apelidado, pelos locutores esportivos, de “Canhão da Colina", por ter um chute muito forte, como ele, que era alto e valente, a ponto de enfiar o pé no peito do uruguaio Ramirez, quando este saiu correndo atrás de Rivellino, no Maracanã, em um jogo entre as seleções brasileira e a “Celeste”. O episódio valeu-lhe o apelido de “Lelé” e pegou mal. Acabou com a sua história canarinha. Em uma outra partida, Orlando fez o ponteiro-esquerdo rubro-negro Júlio César “Uri Geller” jogar recuado, com medo dos seus gritos, conforme contaram os repórteres de rádio da época.  Por coisas assim, naquele mesmo 1977, quando o Vasco tinhauma defensiva apelidada por "Barreira do Inferno", ele era um dos esteios.
HISTÓRIA DE AMOR – Orlando conquistou, pra valer, a torcida vascaína no dia 3 de dezembro de 1976. Pela primeira vez, enfrentava o Flamengo, com a jaqueta da “Turma da Colina”. Na etapa inicial, o maior rival saltou na frente. No segundo, Orlando bateu na rede e o Vasco virou o placar: 3 x 2.
 Sempre apoiando o ataque e batendo forte, Orlando foi peça importantíssima no esquema tático do “titio” Fantoni. Atuou em todas as partidas das conquista do título estadual de 1977. Por sinal, Roberto Dinamite, o principal artilheiro cruzmaltino da temporada, dos 44 gols marcados em todas os compromissos do ano, agradeceu muitos deles ao seu lateral, graças aos seus cruzamentos fatais. Foi por causa daquilo que o  treinador Cláudio Coutinho, do Flamengo, em um “Clássico dos Milhões”, chamou o seu lateral-direito, Toninho Baiano, que também sabia apoiar, e ordenou-lhe marcar Orlando, não deixá-lo cruzar. Que esquecesse o mais.
Orlando ’Lelé’ Perreira foi vascaíno até 1981, quando transferiu-se para a italiana Udinese. Em seus últimos Vascos, atuou como zagueiro de área, mas a formação que lhe fez chegar à Seleção Brasileira foi: Mazaroppi; Orlando, Abel Braga, Geraldo e Marco Antonio ‘Tri’; Zé Mário, Carlos Alberto Zanata e Dirceuzinho Guimarães; Wilsinho, Roberto Dinamite e Ramon Pernambucano.

Como vascaíno, pela equipe canarinha, Orlando disputou 10 partidas, com nove vitórias e um empate. Conquistou as Copas Rio Branco e Roca, a Taça do Atlântico e o Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos, tudo isso em 1976. Seus jogos foram: 28.04.1976 – Brasil 2 x 1 Uruguai; 19.05.1976 – Brasil 2 x 0 Argentina; 23.05.1976 – Brasil 1 x 0 Inglaterra; 28.05.1976 – Brasil 2 x 0 Seleção da Liga Norte-Americana de Soccer (NASL-EUA); 31.05.1976 – Brasil 4 x 1 Itália; 06.06.1976 – Brasil 4 x 3 Universidad de México; 05.06.1977 – Brasil 4 x 2 Seleção do Rio de Janeiro; 19.06.1977 – Brasil 3 x 1 Polônia; 30.06.1977 – Brasil 2 x 2 França; 12.10.1977 – Brasil 3 x 0 Milan-ITA.        
TREINADOR – Em 1989, o Gama contratou Orlando para treinar o seu time. Vendo que o futebol candango era muito fraco, ele decidiu voltar a jogar, atuando no meio-de-campo, para orientar melhor os seus atletas. Terminou campeão candango, quebrando um jejum, de 10 anos sem títulos estaduais do clube. Em 1992, conseguiu maior projeção, levando o interiorano Goiatuba ao título do futebol goiano. Lá, ganhou novo apelido, “Amarelo”, e abriu caminho para chegar ao Goiás e, um dia, treinar, por pouco tempo, o Santos e o Vasco.
Na Colina, estes foram os jogos de Orlando Pereira como treinador, todos pelo Estadual, sendo dois em casa, três fora e um no Maracanã:  11.01.1989 – Vasco 1 x 0 Volta Redonda; 19.02.1989 – Vasco 2 x 0 Cabofriense; 26.02.1989 – Vasco 2 x 1 Porto Alegre; 05.03.1989 – Vasco 0 x 0 Olaria; 12.03.1989 – Vasco 0 x 0 Botafogo; 19.03.1989 – Vasco 1 x 1 Nova Cidade.

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