Vasco

Vasco

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILIENSE. PRIMEIRA VITÓRIA CEUB NO NACIONAL

Em 1973, Brasília vivia os terríveis dias do governo militar do presidente Garrastazu Médici, os chamados tempos de chumbo, quando denúncias de torturas e desaparecimento de inimigos do poder eram frequentes. Por ali, o general-presidente fazia a sua popularidade por conta do seu plano de crescimento econômico e das conquistas da Seleção Brasileira de futebol, vencedora da Copa do Mundo de 1970, no México, e da Minicopa, em 1972, aqui n Brasil, comemorativa das 150 viradas de calendário da nossa independência total, de Portugal.

No que dizia respeito à economia, o ministro, da Fazenda, Antonio Delfim Netto, ficou encarregado de perseguir crescimento rápido, oferecendo estabilidade política e econômica aos investidores estrangeiros, que acreditaram e enviaram muita grana para o Governo Médici fazer o que foi chamado por “milagre brasileiro”, que passou pela chegada de empresas multinacionais que recebiam benefícios e viam manifestações trabalhísticas serem respondidas, pelo Governo, de forma violenta. Mas o Governo Médici estabilizou os ganhos dos trabalhadores pobres e gerou melhor renda à classe média e aos profissionais especializados. Só o que não melhorava por aquela época era o futebol brasiliense, amador e que tinha jogos do seu campeonato com apenas um torcedor em campo. Certa vez, o presidente Médici até foi ao já demolido estádio Pelezão, mas para prestigiar o final do torneio de futebol das Olimpíadas do Exército, o que era muito badalado pelos inícios de década-1970.

                           REPRODUÇÕES DO JORNAL DE BRASÍLIA

Ceub escreveu triunfo diante da torcia que foi ao Pelezão

A temporada de 1973 marcou, também, a entrada do Ceub Esporte Clube no Campeonato Nacional, como era chamado o atual Brasileirão. O desportista brasiliense vivia a fase em que o seu grande programa nas tardes dos domingos era ligar a TV e assistir grandes clássicos do sul do país, na maioria do futebol carioca, com o Fluminense, de Rivellino; o Botafogo, de Marinho Chagas: o Vasco da Gama, de Roberto Dinamite, e o Flamengo, com Zico, entre outros craques. Quem fosse ao Pelezão assistir jogo do Amadorzão-DF, de bom de bola, entre os poucos, só veria Joaquim, rápido atacante do time do Ministério das Relações Exteriores, e o meia Péricles, do Piloto. O primeiro tornou-se o primeiro negro presidente do Supremo Tribunal Federal e o segundo, para muitos, o maior craque da história do futebol candango, hoje, um pacato vovô, de cinco netos.

Assim como a história jurídica “brazuca” reservava lugar para Joaquim Barbosa, a história desportiva brasiliense, também, fazia o mesmo com Péricles, que os colegas apelidaram-no por “Pezão”. Para muitos, foi o melhor futebolista já aparecido pelos gramados candangos. Entre os seus vários feitos, marcou os dois primeiros gols da primeira vitória do Ceub no Campeonato Brasileiro: 3 x 1 Figueirense-SC, em 31 de agosto de 1973, o que significa, há exato meio–século, hoje.

O Ceub, que foi apelidado por ‘Acadêmia da Asa Norte’, havia estreado no chamado (hoje) Brasileirão durante a tarde do sábado 25 de agosto de 1973, no Pelezão, com animador empate (0 x 0) com Botafogo, por este ter time muito mais forte, inclusive jogadores das seleções brasileiras (o zagueiro Brito) e argentina (o centroavante Fischer). A torcida chegou a quebrar portões para entrar, devido a desorganização (ou inexperiência?) dos carolas da terra. Na partida seguinte, quatro dias depois, a rapaziada vendeu, caríssimo, queda (1×2) ante o Coritiba, na friorenta casa do adversário. Veio, então, o terceiro compromisso, durante a noite do já citado 31 de agosto, e toda Brasília, que passou a torcer pelo Ceub, comemorou a primeira vitória do time das terra, por 2 x 1 Figueirense-SC, coms dois gols marcados por Péricles, aos 14 e aos 34 minutos do primeiro tempo, descontando Almir, aos 15 da etapa final.

O goleiro Rogério foi um paredão diante do Figueirense

Sem público divulgado, o jogo rendeu Cr$ 48 mil, 655 cruzeiros, a moeda da época, e teve o treinador João Avelino escalando este Ceub: Rogério Bahr; Oldair Barchi, Paulo Lumumba, Emerson Braga e Rildo; Jadir Rodrigues, Cláudio Garcia e Péricles; Marco Antônio Pereira, Dario ‘Paracatu’ e Xisté. O alvinegro Figueirense, treinado por Antoninho, teve esta moçada: Célio, Pinga, Jaílson, Moenda (Abel) e Casagrande; Adaílton, Almir e Neilor; Caco, Severo e Moacir (Paulo Reina).

Ceub e Figueirense fizeram os mesmos 22 pontos, em 28 jogos, no Brasileiro-1973, mas o time candango ficou na frente, em 33º lugar, com três vitórias a mais (8 x 5), o que deixou os catarinense na 35ª colocação – o campeão da temporada nacional foi o Palmeiras, com 43 pontos.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário