Em 1989, o Vasco entregou a sua rapaziada ao
treinador Nelsinho Rosa e montou o que a galera chamou, logo, de “SeleVasco”.
Um timaço, candidato a qualquer caneco que pintasse. E não deu outra. Faturou o
Brasileirão da temporada, sem precisar de mais do que um jogo decisivo.
Era a tarde de 16 de dezembro,
um sabadão sugerinte a um “chopão estupidamente”, quando a patota do Nelsinho
adentrou ao tapete verde do estádio Cícero Pompeu de Toledo, que os paulistanos
chamam de Morumbi, ó mêu! Primeiro tempo duríssimo, como era esperado. Aos
cinco minutos do segundo, o lateral-direito Luís Carlos Wincik desceu pela
ponta-direita e cruzou, na medida, para o centrovante Sorato, de cuca legal,
balançar o filó. E ficou por aquilo. Afinal, o adversário, o São Paulo, tinha
um time respeitável e jogava em casa. Mas não deu pra segurar a turma do Winck
– Acácio, ele, Quiñonez, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio
Boiadeiro, Bismarck e Willian; Sorato e Bebeto.
FECHOU O PORTÃO - Nascido em 5
de janeiro de 1963, na cidade gaúcha de Portão, a 48 quilômetros de Porto
Alegre, o lateral Luis Carlos Winck chegou à Colina para repetir o conterrâneo
Paulinho de Almeida, considerado o melhor lateral-direito da história
cuzmaltina – e, também, tirado do Internacional. Brilhou pelas temporadas 1989/1990, mas voltou ao
Inter, em 1991, por empréstimo e por exigência da torcida colorada. Em 1992, teve
a sua última passagem vascaína, pois os cartolas de suas terra não o esqueciam.
Em 1993, foi o maior rival do
Internacional, o Grêmio, que o levou.
Luís Carlos Winck era perigosíssimo apoiando o
ataque. Como o Corinthians precisava de um especialista naquilo, em 1994, tirou-o
do Grêmio. No ano seguinte, o Inter, novamente, o repatriou. Era assim, um “Rei
dos Pampas”, pela sua aplicação e dedicação à camisa que vestia. Herança do pai,
o mecânico Cláudio Winck, ‘matador” do
Cometa, o time da oficina mecânica em que trabalhava. Certa vez, ele entrou na
área, para marcar, quando o goleirão enfiou-lhe uma solada no peito. Caiu
desmaiado e só acordou meia hora depois, brigando para voltar ao jogo. Votou e
marcou o gol da vitória da rapaziada. Depois, nunca mais voltou a jogar. A
pancada fora forte demais.
CANARINHAVEL - Winck só ganhou um título pelo Vasco, o do
Brasileirão-89. Mas, naquela década, teve várias convocações para a Seleção
Braseira. Um ano antes de ir para o RJ, ganhou a medalha de prata dos Jogos
Olímpicos da Coreia do Sul, quando o Internacional representou o Brasil em 11
jogos, vencendo oito, empatando dois e caindo em um. Nesses, ele marcou um
tento, em Brasil 3 x 2 México (06.08.1988). A Confederação Brasileira de
Futebol lhe confere mais 17 jogos contra seleções nacionais, com 10 vitórias,
quatro empates e três “débacles”, com um gol, em Brasil 2 x 0 Estados Unidos
(06.06.1993), e os títulos do Torneio Bicentenário da Austrália-1988 e da Copa
da Amizade-1992.
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