Vasco

Vasco

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

ANIVERSARIANTE DA COLINA - SILVA

O Vasco já contava com os títulos de 1923/24.29/34/36 na divisão principal do futebol carioca, para desagrado dos clubes da elite, que tentaram expulsá-lo do seu convívio, por escalar negros. Mas não adiantou. A cor da raça ajudou – e muitíssimo– o clube a ser uma das potências da modalidade.
Faltavam cinco temporadas para a rapaziada chegar ao quinto caneco estadual, quando a cegonha sobrevoou Ribeirão Preto-SP e deixou Wálter Machado da Silva.
Era 2 de janeiro de 1940 e o garoto chegava com o destino de ser um dos principais responsáveis pelo fim de um jejum, de 12 anos, sem a faixa de campeão carioca. “Eu era o capitão daquele time vascaíno de 1970, mas o grande líder era o (meia-atacante) Silva, o nosso camisa 10. Com a experiência de quem já pássaras por grandes clubes (Corinthians, Flamengo, Racing-ARG e Barcelona-ESP), usava a sua bagagem para ser um ótimo conselheiro. As vezes, levava o time todo para um cafezinho a casa dele. Via quando precisava de um trabalho psicológico, sem a participação da comissão técnica”, conta o colega Bougleux.
ESQUEMA MONTADO - Fora do gramado, o supervisor José Bonetti cuidava de tudo, principalmente da disciplina, com o seu jeitão de antigo capitão do exército. Da boca do túnel para o campo, o treinador Elba de Pádua Lima, o Tim, ditava as ordens. Mesmo vendo Silva ser uma figura exponencial, bom cobrador de faltas, se a infração fosse pela esquerda das proximidades da área, Tim gritava: “Bate você, Bougleux. Não deixe o Silva cobrar”Se fosse pelo centro, na cara do goleiro, a ordem era para Gílson Nunes tentar o gol. Silva obedecia, pacientemente, com seu faro de artilheiro queimando-lhe o bico da chuteira do pé bom de batida.
“Vencemos porque jogamos com fibra, com amor, com paciência nos momentos difíceis. Porque todos nós fomos amigos: jogadores, técnicos e dirigentes”, declarou ele ao Nº 28 da revista“Placar”, que circulou com data de 25 de setembro de 1970. Para se ter uma ideia melhor da importância de Silva naquela conquista, a semanário, mais moderna publicação esportiva já surgida no Brasil, dedicou cinco páginas ao título cruzmaltino, com quatro fotos (e um pôster central) clicadas por Paulo Néri, João Rodrigues e Fernando Pimentel, das quais a de Silva carregado por torcedores, em tamanho 22 x 22,5 cm, abria a reportagem. Além de aparecer em uma outra, de 18 x 15,5cm, irritando um goleiro, como fazem os jogadores experientes em momentos importantes de uma partida.
Considerou “Placar”, sobre a campanha do Vasco de Silva, conforme texto de Fausto Neto: “Era o reencontro de dois Vascos: o que conhecera a glória na segunda metade da década de 1940, três títulos invicto de campeão. E o que recordava o título de 1958, e doze de anos de sofrimento” – por sinal, Silva foi o primeiro jogador do Vasco a ser capa de “Placar”, pelo Nº 26.
A CAMINHADA - Até chegar em São Januário, Silva havia passado por São Paulo-SP/1957); Batatais-SP/1958 a 1959; Botafogo de Ribeirão Preto/1959 a 1962; Corinthians-SP/1962 a 1965; Flamengo-RJ/1965 a 1966 e 1968; Barcelona-ESP/1966 a 1967; Santos-SP/1967, e Racing-ARG/1969. Portanto, currículo mais do que suficiente para liderar uma equipe rumo a um título, do qual colaborou com 10 gols, sendo o principal "matador" do time, em 18 jogos, isto é, em todos.
Silva esteve pela Colina entre 1970 a 1973, sendo que, em 1971, defendeu o Botafogo-RJ. Antes de 1973 terminar, ele terminou com a sua carreira, jogando pelo Rio Negro, de Manaus-AM. Escreveu, também, em sua história, a participação em um jogo de Copa do Mundo, em Brasil 1 x 3 Portugal, em 1966, na Inglaterra, fazendo dupla atacante com Pelé. No total, oito jogos canarinhos, com cinco vitórias e dois empates, além da derrota citada. Marcou cinco gols, em seis partidas contra equipes nacionais (3 vitórias, 2 empates, uma queda e dois tentos) – as outras três bolas nas redes foram em duas vitórias sobre equipes brasileiras.



Nenhum comentário:

Postar um comentário