Vasco

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

TRAGÉDIAS DA COLINA - GOLPE DE MESTRE

Este é um rolo execrado pelo Vasco. O clube foi ludibriado pela Confederação Brasileira de Desportos - presidida à época pelo tricolor João Havelange - e pela Federação Paulista de Futebol, comandada por Mendonça Falcão.
Seguinte:  a CBD instituiu a Taça Brasil, para ser disputada entre os campeões do Torneio Rio-São Paulo de 1958, o Vasco, e o de 1959, o Santos. Quem a levasse, seria declarado campeão brasileiro, pois a competição, técnica e financeiramente, era, indiscutivelmente, a mais forte do país. Então, o time  ganhador disputaria a Taça das Nações, contra o espanhol Real Madrid. Só que a CBD percebeu que o seu calendário não dispunha de vagas para o duelo. Novo plano: declarar campeão brasileiro o vencedor do Rio-São Paulo de 1959.
Pelé, que nada tinha a ver com o rolo, bateu na rede
O Vasco tentou um acordo sobre datas, para a decisão, pois seu time tinha contratos a cumprir por gramados da Europa e seria punido, pela FIFA, caso não os cumprisse. Os anfitriões, consultados sobre mudanças de datas, informaram que trocas não seriam possíveis. Foi então que Mendonça Falcão armou seu bote. “Não nos informaram de que o vencedor seria declarado campeão brasileiro. Tínhamos conhecimento, apenas, de que o campeão do Torneio Rio-São Paulo (de 1959) faria um amistoso, na Europa, contra o Real Madrid”, afirmou o diretor vascaíno Medrado Dias, representante do clube junto à Federação Metropolitana de Futebol, em entrevista à última revista Manchete Esportiva a circular, a de Nº 184, de 30 de maio de 1959.
Revela Medrado que o contrato para a excursão vascaína à Europa fora assinado em outubro de 1958, para estear em 18 de maio de 1959, jogando na Suécia. Em seguida, queixa-se que a tabela do Rio-São Paulo, armada em janeiro, marcando o confronto com o “Peixe” para 17 de maio, teve a concordância de Mendonça Falcão  para o adiamento, para 12 de maio. “Fizemos um acordo verbal com o Mendonça Falcão. Mas quando aprocuramos a diretoria santista para acertar a troca de datas, esta nos informou que a Federação Paulista de futebol não concordava. O Vasco foi vítima de um golpe”, chorou Medrado.
Choro pra cá, golpe pra lá, Vasco e Santos foram para o gramado do Pacaembu,  em 17 de maio de 1959, um domingo, com o técnico Gradim usando: Barbosa, Dario, Viana; Laerte, Russo e Coronel; Sabará, Rubens, Robson, (Zé Henrique (Cabrita) e Robert Peniche (Osvaldo). De sua parte, o Santos, usando a sua força máxima –  Laércio, Getúlio e Mourão; Álvaro, Ramiro e Zito (Fioti) Dorval, Mengálvio Coutinho, Pelé e Pepe – , venceu, por 3 x 0, com dois gols de Coutinho e um de Pelé. No dia seguinte, os vascaínos estreavam em sua excursão europeia, goleando o sueco Oddeevold, por 5 x 1, contando com os seus principais jogadores e com os tentos marcados por Teotônio (2), Delém, Pacoti e Roberto Pinto.
O tempo não consguia dominar o veteraníssimo Barbosa
Daquele rolo todo sobraram elogios para o veteraníssimo goleiro vascaíno Moacir Barbosa. Ganhou uma página de foto e uma de texto, de Nelson Rodrigues, na última Manchete Esportiva:  “... quando Barbosa joga acontece apenas isto: ele esfrega a sua eternidade na cara da gente... Nove anos depois de 1950, ele joga contra o Santos.. num time de reservas contra um dos maiores, senão o maior time do Brasil... Começa o jogo e, imediatamente, Pelé invade, perfura e, de três  metros, fuzila. Fosse outro, e não Barbosa, e estaria perguntando, até hoje: ‘Por onde entrou a bola?’ Barbosa defendeu e com que soberbo descaro! Daí para a frente a partida se limitou a um furioso duelo entre o solitário Barbosa e o desvairado ataque santista”, escreveu o colunista em “Meu Personagem da Semana”.

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