Vasco

Vasco

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MARTIM FRANCISCO - PLANO-58

O treinador vascaíno campeão carioca em 1956,  Martim Francisco, assegurava ter partido dele  a proposta de trabalho da Seleção Brasileira para o Mundial da Suécia. Contava que a Confederação Brasileira de Desportos (CBD, atual CBF) solicitara a colaboração dos treinadores do país, mas só ele atendera ao apelo, tendo entregue o seu trabalho a Ibrahim Thebet, na presença do presidente vascaíno, Artur Pires.
-  O Ibrahim o levou, ao Sílvio Pacheco (vice-presidente) da CBD, garantia.
Na cópia do documento que Martim guardava, ele escreveu: “São inúmeros, quase intermináveis mesmo, os problemas que envolvem o futebol brasileiro. Somos, via de regra, eivados de vícios e suposições que nos distanciamos, dia que passa, das lições emanadas dos grandes centros do desporto internacional. Não nos preocupamos mais em aprender coisas novas e instrutivas.  Talvez, não sabemos, por autosuficiência ou comodidade. Normalmente, o homem do esporte trabalha até obter o sucesso, depois do que estaciona, vivendo do passado Entende, desnecessário especular, observar, estudar. Por isso, quando novas ideias surgem, despontam como aproveitáveis, as criticas que se fazem prontas no sentido negativo, raramente encontrando receptividade. Em razão, muitas vezes,  de tal ocorrência é que deixamos de apresentar trabalhos sobre futebol para os estudos convenientes quanto à possibilidade de aproveitamento. Mas “arriscamos-nos a nós” e passamos a produzir. Há de existir alguém que, mercê do esforço e experiência, poss alcançar nosso objetivo de colaborar, desprentensiosamente, sem o desejo a cargos, com o desporto nacional”.
 O PROGRAMA – “Falaremos de selecionado, de representações que enviamos ao exterior para defender nossas cores. E o faremos baseados nos grandes exemplos colhidos nas viagens que empreendemos  à Europa e à América do Sul, preliando com adversários da melhor envergadura e categoria técnica. Contudo para tratarmos do assunto a que nos propomos, faz-se imprescindível abordar aspectos internos do futebol brasileiro.
Fala-se de sistemas, táticas, chaves, individualismo conjunto e liberdade de ação, a  fim de que o jogador possa preliar à vontade, impondo suas caraterísticas pessoais. Fala-se demais, convenhamos. A questão é apresentar a solução como complemento à crítica. Não ata falar apenas. O jogador pode, perfeitamente, atuar à vontade, dentro de um planificação tática. É questão do técnico idealizar, considerando sempre o adversário, a evolução tática às características do executante.
Quando o sistema é aplicado ao jogador, não há problema de adaptação. Nunca tivemos tal problema. Eis a razão pela qual diversos jogadores considerados medíocres se transformam ascensionalmente, quando da substituição do técnico ou quando se transferem de agremiação. Assim também o caso dos selecionados. Dizem – estamos a ouvir sempre – que determinados atletas não produzem o que sabem nas seleções nacionais, sem que atinem com os motivos. Levam normamente o caso para o lado de falta de sorte ou complexo. Maneira fácil de esclarecer diante da ausência de argumentos lógicos e incisivos”.
SENSO DE CONJUNTO – Falam muito, falam demais. Poucos, entretanto, argumentam. Falam que o futebol é conjunto. Disso sabemos, Mas não como entendem. Comparam os jogadores em campo, a exemplo da sociedade, com os grupos -  que o entendimento, o conjunto vêm naturalmente, em razão da necessidade precípua de auxilio mútuo.  Esquecem-se, todavia, que os grupos que se formam para compro uma sociedade não prescindem do chefe, do guia, o orientador, o líder. Um se salienta entre os demais  e os conduz aos ideais, traçando normas e distribuindo setores de atividades. Também no futebol o técnico é o orientado, o líder o guia, o chefe. Distribui as atividades dos jogadores e os conduz planificadamente aos seus objetivos traçados por meio da preparação estratégica. Na sociedade, até mesmo a rudimentar dos índios, os grupos lutam por conquistas e seus chefes planificam com astúcia e malícia como superar os obstáculos”.         

 

 

   

  

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário