Vasco

Vasco

quinta-feira, 22 de junho de 2017

FLAMALTINOS E VASMENGUISTAS-4

LUIS CARLOS LEMOS -  Rolava o Carnaval de 1969 e, no Rio de Janeiro, por aqueles dias, ninguém pensava em futebol. Pelos programas de rádio, TV e notícias de jornais, o Vasco não escondia o desejo de ter o ponta-direita do Flamengo em seu time. Nem pensar, respondiam os dirigentes rubro-negros. E a maioria dos homens da imprensa acreditava neles.
Luís Carlos é o primeiro à esquerda, em foto reproduzida da
Revista do Esporte
 
 Rufavam tambores, batiam-se pandeiros, desfraldavam estandartes de escolas de samba. Sabendo que a situação financeira flamenguista era difícil, o presidente vascaíno, Reinaldo Reis, telefonou ao seu colega Veiga Brito e fechou a contratação de Luís Carlos.
Com o Carnaval rolando, a imprensa cariocas soltou uma bomba no meio da folia e estourou crise na Gávea. Os candidatos a presidente, André Richer e Moreira Leite, revoltaram-se, insuflaram a torcida rubro-negra e esta produziu abaixo-assinado pedindo a saída do presidente Veiga Brito.

O Carnaval passou e Luís Carlos seguiu para São Januário. Aos 21 anos, era uma das maiores revelações do futebol brasileiro. E o melhor: levou quase NCr$ 100 mil novos cruzeiros (moeda da época) dos 15% que lhe cabiam pelo valor da transferência, uma fortuna para um rapaz pobre.
Da primeira vez que vestiu a jaqueta cruzmaltina, Luís Carlos já deixou uma bola na rede, no jogo-treino Vasco 9 x 0 Combinado de Vassouras-RJ. Passou a ser a grande atração para o amistoso marcado com a seleção da então União Soviética e o grande reforço para o Campeonato Carioca-1969.         
Apelidado por Luis Carlos "Tatu", ele foi um dos mais úteis aos times vascaínos da década-1970, atuando em várias posições. Campeão brasileiro-1974 – Andrada; Fidélis, Moisés, Miguel e Alfinete; Alcir e Zanatta; Jorginho Carvoeiro, Ademir, Roberto Dinamite e Luís Carlos foi o time dos 2 x 1 da finalíssima, contra o Cruzeiro, em 1º de agosto, no Maracanã – esteve na “Turma da Colina” até 1976. A sua estatura  – 1m74cm – estava dentro das consideradas boas para o jogador ofensivo do futebol brasileiro da época. 

Foto reproduzida da revista Placar. Agradecimento

 Nascido, em 11 de agosto de 1947, em Três Irmãos-RJ, ele foi descoberto para o futebol quando estudava em Santo Antônio de Pádua-RJ.
Visto pelo lateral-esquerdo flamenguista Paulo Henrique, que o levou e o entregou ao treinador dos juvenis, o paraguaio Modesto Bria, quando foi lançado no time A, não decolou e pensou em desistir. Mas Paulo Henrique o demoveu da ideia.
LC fez sucesso na temporada-1967, no ataque do Flamengo, mas em 12 de julho de 1968 estreava como vascaíno, oficialmente, entrando no decorrer do 0 x 0 Bangu, pela Taça Guanabara, no Maracanã, substituindo Valfrido, diante de 22.919 pagantes. Quando o técnico Paulinho de Almeida o mandou a campo, o ataque vinha sendo Nei Oliveira, Bianchini, Valfrido  e Acelino.

Cinco dias depois, Luís Carlos entrou como titular, em Vasco 0 x 1 América, sendo substituído depois, por Silvinho. Passados mais três dias, voltou a ser trocado (por Valfrido), durante o 0 x 0 Fluminense. Em 26 de julho, finalmente jogou uma partida inteira, no 0 x 1 Bonsucesso, com a ofensiva sendo Luís Carlos, Nei Oliveira, Valfrido e Acelino. E enfrentou o seu ex-clube, pela primeira vez, em 5 de agosto, com derrota, por 1 x 2.
 O primeiro Luís Carlos vascaíno, pelo Campeonato Carioca, foi em 8 de março de 1969, quando o treinador Pinga (José Lázaro Robles) o lançou pelo comando do ataque – Nado, Valfrido, Luis Carlos (Beneti) e Silvinho – do time que mandou 4 x 1 São Cristóvão, no Maracanã.

Júlio César, ao lado de Adílio, é o da direita, em foto
reproduzida do Facebook 
 A primeira furada de rede pelo "Tatu" vascaíno foi em 5 de outubro, em 1 x 3 Flamengo, no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, ante 665. 289 pagantes. Paulinho de Almeida voltara a treinar a rapaziada  e escalou este ataque: Luís Carlos, Adílson, Valfrido, Acelino (Nado). Antes, no 13 de setembro, Luís Carlos teve a sua primeira expulsão de campo vascaína, nos 3 x 1 sobre o Atlético-MG, no Maracanã.  

Reproduzido de Revistado Vasco
Nº 4, de setembro de 1983
 JULIO CÉSAR “URI GELLER” – Ponta-esquerda que fez muito sucesso no Flamengo de Zico, na década-1970. Bom driblador, entortava seus marcadores, razão do apelido “Julinho Uri Geller”, em alusão ao ilusionista israelense Uri Geller, entortador de colheres, em shows da TV da década-1970;.
Júlio César esteve cruzmaltino, entre 1987 a 1989, já bem rodado, após ter passado por Flamengo, Clube do Remo-PA,  Tallers, de Córdoba, da Argentina, e Fortaleza-CE.
Teve uma segundas passagem pelo futebol argentino, defendendo o River Plate, antes de vestir as camisa do Grêmio-RS  e do Atlético-PR. Depois do River Plate, encerrou a carreira defendendo o mexicano Cuz Azul.
Júlio César da Silva Gurjol é carioca, nascido em 3 de março de 1956. De vez em quanto, ele aparece na TV, participando de peladas de antigos atletas. O ex-atacante formou-se em Educação Física e trabalha como professor, no Rio de Janeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário