Vasco

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sábado, 17 de junho de 2017

KIKE EDITORIAL-29 - GRAVATA DE BOLINHAS BEM BRANQUINHAS

  O Brasil do Governo João Goulart, em 1962, tentava afirmar política externa independente e praticava intervenções em empresas concessionárias de serviços públicos. Foi por ali que o presidente “brasuca”, o Jango, visitou Washington, nos Estados Unidos.
 Recebido no aeroporto da base aérea de Andrews, na capital norte-americana, pelo seu xará John – traduzindo para o português, tudo terminava em João. Oficialmente, os dois analisaram a situação política mundial, a postura dos países ocidentais, todos pró Estados Unidos na “guerra fria” mantida com a então União Soviética, e os problemas do continente latino-americano. Depois, os dois chefes de estado divulgaram um comunicado conjunto, reiterando que a tradicional amizade entre os seus dois povos seguia inalterada, mesmo com recentes divergências em algumas áreas de intetração comercial.
 Pergunta-se: pra quê os Estados Unidos precisariam discutir situação da política internacional com o Brasil? Washington daria ouvidos a Brasilia sobre alguma questão internacional importante? Claro que não. O JK de lá precisava só segurar os impetos não muito simpáticos ao “Tio Sam” do JG de cá. E liberou US$ 129 milhões de dólares, de saldo de um empréstimo, de US$ 338 milhões, concedido ao Brasil, em maio de 1961. Isso, além de pedir ao Fundo Monetário Internacional-FMI para dilatar o prazo de pagamento da dívida, de US$ 20 milhões, que estava vencendo.      
 Tanta gentileza era pouco. Tanto que o JK de lá e JG de cá, ainda, reafirmaram a dedicação de Brasil e Estados Unidos ao convívio interamericano e aos valores da diganidade humana. Jango, da boca pra fora, afirmou tencionar prestigiar o capital privado no desenvolviment da economia brasileira  e John Kennedy acenou com o envio de técnicos do seu governo para trabalhar junto a várias agências estatais de cá, além de incrementar a ajuda que já era dada pela Aliança Para o Progressso. Vinte e quatro meses depois, o “Tio Sam” ajudava os militares brasileiros a sumirem com o Jango.
 Daquela visita cheia de muita conversa tipo papo de boteco, só ficaram bolinhas de concreto. Os dois João se encontram usando ternos e gravatas azuis. O JK de lá com gravata de bolinhas vermelhas e o JG de cá com bolinhas brancas –- bolinhas que bateram na rede.... pelo lado de fora.     
FOTOS REPRODUZIDAS DA REVISTA "O CRUZEIRO" DE 21.04.1962


 

 

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