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sábado, 3 de junho de 2017

KIKE EDITORIAL- 27, OU O VENENO DO ESCORPIÃO - HISTÓRIA NADA HISTÓRICA

A História do Brasil precisa, também, de uma “Operação Lava Jato” para colocar certas coisas a limpo. São muitas as inverdades que se contam sobre ela, inserindo-lhe capítulos que tornam alguns dos seus feitores autênticos personagens ridículos. Caso da partida da família real portuguesa para o Rio de Janeiro.
Lemos, ouvimos e se propaga pelo cinema e a TV que o Rei Dom João Sexto fugiu de Lisboa, covardemente, temendo o imperador francês Napoleão Bonaparte. Partida que teria sido um verdadeiro “filme pastelão”. Da pior qualidade.                 
Não foi bem assim. Quem pesquisar os melhores autores, aqueles que foram a fundo nos documentos ainda guardados em Portugal, não encontrará referências a uma louca debandada, mas transferência do governo para o Brasil partindo de decisão pensada, deliberada e homologada pelo Conselho de Estado. Era preciso garantir a continuidade da dinastia reinante e, para isso, assinou-se acordo com a Inglaterra, em 1806, com decreto autografado pelo Príncipe Regente, em 26 de maio de 1807. Portanto, dois anos antes, rolaram os preparativos para a viagem aos trópicos.
Dm João VI reproduzido de pintura
 de Jean Baptiste Debret
 Portugal, que não tinha exército capaz de encarar as ameaças de invasões francesas e espanholas, fez o que deveria fazer: recorrer à proteção dos ingleses, detentores das maior potência marítima da época e rivais histórica da França.
No entanto, não era só isso. A monarquia portuguesa tinha grandes inimigos internos, protegidos pela Maçonaria. Não dava mesmo pra segurar.
 Conta-se, também que Dom João Sexto só deixou o Brasil após ter sido motivado pelo marechal inglês William Beresford. Também, não foi assim, embora eles tivessem conversado sobre o tema.
Passados os 13 anos em que por aqui estivera, Dom João Sexto voltou a Portugal – comprovam documentos – porque os políticos e o povo que haviam aceito a sua partida para a colônia não o aceitavam mais distante, pois o perigo Bonaparte já não existia e o quadro político da Europa, em 1815, já era outro.
Nada justificava Dom João continuar d´além mar. Além do mais, as Cortes Portuguesas não queiram mais saber desse negócio de sede do governo por estas bandas. Foi por isso que, em 26 de abril de 1821, ele teve que se mandar, deixando o seu filho Dom Pedro I regendo a orquestra dessas “terras brasilis” – está nos documentos que historiadores preguiçosos não pesquisam.

 

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