Vasco

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domingo, 22 de janeiro de 2023

DINAMITE NÃO EXPLODE EM BARCELONA

                           Reprodução de página do jornal espanhol AS


Negociado, com o espanhol Barcelona, em fevereiro de 1980, após 10 anos e São Janauário,  Roberto Dinamite saiu de São Januário deixando no currículo 345 gols, dos quais 46 como juvenil, embora jogasse, pelo time A, desde 1971. Profissionalizou em 1973. Com média anual de 34 bolas no filó, medindo 1,87cm  e com um chute aterrorizante, por U$ 710 mil, o “Barça’ veio buscá-lo, para tirá-lo de sua pior crise técnica dos últimos 28 anos. Mas o técnico Helenio Herrera não o queria. Pra piorar, Roberto jogava caindo pelas pontas, procurando o gol, o que lhe era difícil, pois as entradas de áreas eram congestionadas, tirando-lhe espaços para se movimentar, trabalhar a bola e chutar em boas condições, como no Vasco, “que jogava para ele”. No Barcelona, prevalecia o individualismo e Herrera não deu tempo para o Dinamite se adaptar.  

 Muito cobrado, Roberto e não conseguia  render o mesmo dos seus tempos vascaínos. Fez só três gols – dois de pênalti –, em oito jogos. Como não explodia na Espanha, então, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, tentou repatriá-lo. Mas u Eurico Miranda foi mais vivo. Roberto reestreou vascaíno em 24 de abril de 1980, em Vasco da Gama 1 x 0 Náutico-PE, em Recife, pelo Brasileirão, sem marcar gol – Guina marcou. Reencontrou-se com a galera cruzmaltina, em 4 de maio,  no Maracanã, marcando todos os gols de Vasco 5 x 2 Corinthians, o então campeão paulista, diante de 107.474 pagantes. Ao final da partida, ele foi pra galera da (já nexistente) geral, jogar para a moçada a camisa 10 preta, com a faixa branca.

                              Reprodução de página do Jornal do Brasil

Carlos Roberto de Oliveira é filho de Seu Maia e de Dona Neuza. Criado em São Bento, bairro pobre do município de Duque de Caxias, nasceu às 4h25 de 13 de abril de 1954. Apelidado por Calu, aos 12 anos, ele já era individualista, fominha, titular e artilheiro do principal time do seu pedaço, o Esporte Clube São Bento. Foi descoberto, em 1969, pelo técnico e olheiro nas peladas suburbanas, Fernando “Gradim” Ramos, que gostou dos dribles desconcertantes do ex-Calu e já Carlinhos, aos 14 de idade. Ele o levou, com 54 quilos, para as categorias de base do Vasco e o entregou ao Seu Rubens. Um mês depois, já estava no time juvenil, treinado por Célio de Souza. Em pouco mais de um ano, tinha mais de 46 gols na conta e engordado 15 quilos, graças a trabalho muscular. No Campeonato Carioca de Juvenis de 1970, foi o maior “matador” vascaíno, com 10 gols. Em 71, já foi o principal artilheiro da competição, com 13 tentos, chamando a atenção do técnico do time A, Mário Travaglini, que o relacionou para disputar o Brasileirão.

 Em 14 de novembro de1971, Roberto estreou no time A, lançado pelo técnico Admildo Chiro, em lugar de Pastoril, na etapa final. Agradou e foi titular, ua semana depois, em Vasco 1 x 2 Atlético-MG, no Mineirão, sendo substituído, no decorrer da pugana, por Ferreti.  Veio, então, a noite do 25 de novembro, no Maracanã. Quando a sua história começou pra valer. Com um chute fortíssimo, de fora da área, ele tornou-se Roberto Dinamite, marcando o seu primeiro gol pelo time principal. Vítima? O goleiro Gainete, do Internacional, nos 2 x 0 válidos pelo então chamado Campeonato Nacional. No dia seguinte, o Jornal dos Sports fez a manchete “Explode o Garoto Dinamite”, pensada pelo redator Aparício Pires.
 Comemora 'Gol Dinamite', reproduzido do Jornal de Brasília
  
 Na realidade, o apelido Dinamite não surgira depois do golaço contra o Inter. Na segunda fase do Brasileiro, durante os treinos para enfrentar o Atlético-MG, Roberto se destacara e, na véspera do prélio, o jornal mancheteou "Vasco escala garoto-dinamite", sacada dos jornalistas vascaínos Eliomário Valente e Aparício Pires.

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