Vasco

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domingo, 8 de janeiro de 2023

DINAMITE EXPLODE VIDA TERRESTRE E VAI TABELAR COM PELÉ NO TIME DO CÉU

  Antigo goleador, agora, é pessoa espiritual que estará, sempre, presente nos corações vascaínos.   

 Depois do “Rei Pelé” - às 15h27 do 29.12.2022 -, hoje o “técnico” da seleção Lá de Cima convocou o Roberto Dinamite - às 10h50 deste 08.l0.2023, - para fazer dupla de área de camisas 10 com o antigo cracaço santista no Time do Céu

Pois e! Tive a sorte de ter sido amigo desse novo convocado e até de chamá-lo por “Bob”, como os mais chegados o faziam. A empatia entre nós surgiu quando eu cobria a Copa do Mundo-1978, na Aragentina. De início, ele era reserva e ninguém o procurava para entrevistas. Só eu, por ser torcedor vascaíno. Então, foi crescendo amizade, e só não fiquei coma camisa com a qual ele marcara o gol de Brasil 1 x 0 Áustria - levou a rapaziada à segunda fase do Mundial -, porque o fotógrafo Manoel “Cebola”, de O Dia, roubou-a de mim, quando me descuidei, entrevistando o apoiador Batista, do Internacional-RS.

 Foi naquele dia que o dentista Mário Trigo, asesssor do comando da CBD- atual CBFutebol -, arrumou-me ficar perto do presidente, o almirante Heleno Nunes, que falou-me, em off: “Seleção Brasileiraa que se preze tem que ter um crioulo (Jorge Mendonça, do Palmeiras, substituíra Zico, do Flamengo) e um vascaíno (Roberto ganhara a vaga de Reinaldo Lima, do Atlético-MG). Contei isso para o Bob, já em Mendonça, após Brasil 3 x 1 Peru. E ele gostou e sorriu.

Rola bola. Hoje, pouco depois de o Bob ter-se tornado pessoa espiritual, o Club de Regatas Vasco da Gama postou foto, pelo Instagram, em que o Calu (apelido de adolescente) é um anjo saído da foto de Ronaldo Teheobald (ler na data 11.01.2023) e que era a preferida do craque, vendo-se o torcedor querendo tocá-lo.  

 Rola mais a bola. Em 10 de junho de 1982, o Vasco veio a Taguatinga-DF vencer o time do mesmo nome, por 1 x 0. Assim que terminou o primeiro tempo, invadi o gramado do Serejão,  com um telex nas mãos, para informá-lo de que o treinador Telê Santana o havia convocado para substituir o contundido Careca (Antônio Oliveira), do São Pulo, no escrete nacional que disputaria a Copa do Mundo da Espanha-1982. Tenho a foto guardada, veja abaixo.

Não me lembro quem clicou esta foto, mas imagino ter sido Luís Antônio Alves, do Jornal de Brasília, pois ele fazia muito dupla comigo nas reportagens

 Depois, convivi com o Bob quando vinha a Brasília participar de aulas de futebol de um programa, da Fundação OK, para crianças carentes. Certa vez, ficamos debaixo da marquise de um prédio, esperando um tremendo temporal passar.  Um dos nosso últimos “plás” foi quando o Vasco da Gama apagava a primeira velinha da conquista da já extinta Copa Mercosul,  e ele veio à capital brasileira participar da inauguraçãoda franquia de uma loja, no Conjunto Nacional, só de vendas de produtos da marca Vasco da Gama.

                     Professor Dinamite, em reprodução do Jornal de Brasíia

 Naquele dia, uma manhã, no Conjunto Nacional Brasília, coloquei-o em contato telefônico celular com o Célio Taveira Filho, o goleador cruzmaltio (110 tentos, de 1963 a 1966) que a galera não esquecia, até ele aparcer, em 1971. E lembrei-o de que o adversário da final da "Merco" (Palmeiras) havia ecrito 3 x 0 no primeirio tempo e que o “Almira” virara, para 4 x 3, pelas “últimas voltas do ponteiro de sua senhoria”, o árbitro, como falavam os antigos speakers. E ele fez questão de dizer: “Eu estava lá”.

 Roberto Dinamite não era bem um centroavante, daqueles de ficar dentro da área, enchendo o saco dos zagueiros. Isso ficava por conta de velhos pareceiros do ataques cruzmaltinos, como Dé Aranha, Cláudio Adão, Jorge Mendonça, César (Júlio César Coelho de Moraes), Paulinho Massariol e Romário. Mesmo assim, ele foi quem mais gols marcou até hoje na história do Club de Regatas Vasco da Gama – 708, em 1.110 jogos, em 21 dos 22 temporadas como profissional. É o maior maior artilheiro do Campeonato Brasileiro de Futebol, com 190 bolas no filó. Foi campeão do Estadual-RJ-1977/82/87/88/92. Pela Seleção Brasileira, ajudou a ganhar: Taça do Atlântico-1976; Taça Oswaldo Cruz-1976; Torneio Bicentenário dos Estados Unidos-1976; Copa Rio-1976 e Copa Roca 1976, em  47 jogos e 25 gols.

O maior gol do Dinamite foi aquele em que Carlos Alberto Zanatta, da direita do gramado do Maracanã, cruzou bola na área, ele matou-a no peito, chapelou o zagueiro botafoguense Osmar Guanelli e encaçapou, no 9 de maio de 1976, pelo Campeanto Carioca, finalizando o papo, aos 45 do segundo tempo, em Vasco 2 x 1 Botgafogo. Foi considerasdo o segundo gol mais bonito da casa, depois da placa do Pelé, em 5 de março de 1951, cotra o Fluminense.

Enfim, o Bob se foi. O Roberto Dinamite ficará, enternamente, por aqui, no coração da torcida cruzmaltina, que o teve, também, por presidente do clube, entre 2008 e 2014. É uma história iniciada, em 1971, quando vestiu a camisa do Almirante, pela primeira vez, como profissional, em 14 de novembro, enfrentando o Bahia, em Salvador. “Um um time de dias” (11) depois, ele marcaria, contra o Internacional-RJ, no Maracanã, o gol que  fez o Jornal dos Sports consagrar o seu apelido, figurando um chute que seria uma dinamite explodindo na rede do goleiro Gainete. Valeu, Bob! 

   

     


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