Antigo goleador, agora, é pessoa espiritual que estará, sempre, presente nos corações vascaínos.
Pois e! Tive a sorte de ter sido amigo desse novo convocado e até de chamá-lo por “Bob”, como os mais chegados o faziam. A empatia entre nós surgiu quando eu cobria a Copa do Mundo-1978, na Aragentina. De início, ele era reserva e ninguém o procurava para entrevistas. Só eu, por ser torcedor vascaíno. Então, foi crescendo amizade, e só não fiquei coma camisa com a qual ele marcara o gol de Brasil 1 x 0 Áustria - levou a rapaziada à segunda fase do Mundial -, porque o fotógrafo Manoel “Cebola”, de O Dia, roubou-a de mim, quando me descuidei, entrevistando o apoiador Batista, do Internacional-RS.
Foi naquele dia que o dentista Mário Trigo, asesssor do comando da CBD- atual CBFutebol -, arrumou-me ficar perto do presidente, o almirante Heleno Nunes, que falou-me, em off: “Seleção Brasileiraa que se preze tem que ter um crioulo (Jorge Mendonça, do Palmeiras, substituíra Zico, do Flamengo) e um vascaíno (Roberto ganhara a vaga de Reinaldo Lima, do Atlético-MG). Contei isso para o Bob, já em Mendonça, após Brasil 3 x 1 Peru. E ele gostou e sorriu.
Rola bola. Hoje, pouco depois de o Bob ter-se tornado pessoa espiritual, o Club de Regatas Vasco da Gama postou foto, pelo Instagram, em que o Calu (apelido de adolescente) é um anjo saído da foto de Ronaldo Teheobald (ler na data 11.01.2023) e que era a preferida do craque, vendo-se o torcedor querendo tocá-lo.Rola mais a bola. Em 10 de junho de 1982, o Vasco veio a Taguatinga-DF vencer o time do mesmo nome, por 1 x 0. Assim que terminou o primeiro tempo, invadi o gramado do Serejão, com um telex nas mãos, para informá-lo de que o treinador Telê Santana o havia convocado para substituir o contundido Careca (Antônio Oliveira), do São Pulo, no escrete nacional que disputaria a Copa do Mundo da Espanha-1982. Tenho a foto guardada, veja abaixo.
Naquele dia, uma manhã, no Conjunto Nacional Brasília, coloquei-o em contato telefônico celular com o Célio Taveira Filho, o goleador cruzmaltio (110 tentos, de 1963 a 1966) que a galera não esquecia, até ele aparcer, em 1971. E lembrei-o de que o adversário da final da "Merco" (Palmeiras) havia ecrito 3 x 0 no primeirio tempo e que o “Almira” virara, para 4 x 3, pelas “últimas voltas do ponteiro de sua senhoria”, o árbitro, como falavam os antigos speakers. E ele fez questão de dizer: “Eu estava lá”.
Roberto Dinamite não era bem um centroavante, daqueles de ficar dentro da área, enchendo o saco dos zagueiros. Isso ficava por conta de velhos pareceiros do ataques cruzmaltinos, como Dé Aranha, Cláudio Adão, Jorge Mendonça, César (Júlio César Coelho de Moraes), Paulinho Massariol e Romário. Mesmo assim, ele foi quem mais gols marcou até hoje na história do Club de Regatas Vasco da Gama – 708, em 1.110 jogos, em 21 dos 22 temporadas como profissional. É o maior maior artilheiro do Campeonato Brasileiro de Futebol, com 190 bolas no filó. Foi campeão do Estadual-RJ-1977/82/87/88/92. Pela Seleção Brasileira, ajudou a ganhar: Taça do Atlântico-1976; Taça Oswaldo Cruz-1976; Torneio Bicentenário dos Estados Unidos-1976; Copa Rio-1976 e Copa Roca 1976, em 47 jogos e 25 gols.
O maior gol do Dinamite foi aquele em que Carlos Alberto Zanatta, da direita do gramado do Maracanã, cruzou bola na área, ele matou-a no peito, chapelou o zagueiro botafoguense Osmar Guanelli e encaçapou, no 9 de maio de 1976, pelo Campeanto Carioca, finalizando o papo, aos 45 do segundo tempo, em Vasco 2 x 1 Botgafogo. Foi considerasdo o segundo gol mais bonito da casa, depois da placa do Pelé, em 5 de março de 1951, cotra o Fluminense.
Enfim, o Bob se
foi. O Roberto Dinamite ficará, enternamente, por aqui, no coração da torcida
cruzmaltina, que o teve, também, por presidente do clube, entre 2008 e 2014. É uma
história iniciada, em 1971, quando vestiu a camisa do Almirante, pela primeira vez, como profissional, em 14 de novembro,
enfrentando o Bahia, em Salvador. “Um um time de dias” (11) depois, ele
marcaria, contra o Internacional-RJ, no Maracanã, o gol que fez o Jornal
dos Sports consagrar o seu apelido, figurando um chute que seria uma dinamite
explodindo na rede do goleiro Gainete. Valeu, Bob!
Nenhum comentário:
Postar um comentário