Maior ídolo da história do Vasco da Gama, o goleador Roberto Dinamite teve uma volta traumática a São Januário. Negociado, com o espanhol Barcelona, em fevereiro de 1980, ele já havia balançado as redes por 345 vezes, em 10 anos de clube – 46 como juvenil – embora jogando pelo time A, desde 1971, mas só tendo assinado contrato, como profissional, em 1973.
Atacante alto – 1,87m – forte e com chute poderosíssimo, Roberto tinha a média anual de 34 gols. Com tantas qualidades para “matar”, o Barcelona pagou US$ 710 mil dólares parfa levá-lo, confiante de que levara o homem certo, para substituir o austríaco Hans Krankl, dispensado, por brigar com o treinador Joaquín Rifé. Só que, quando Roberto chegou ao Barça, o clube vivia a sua pior crise técnica dos últimos 28 anos, rolando pelos 9º, 10º lugares do Campeonato Espanhol e chegando a ficar 14 pontos atrás do líder Real Madrid.
Evidentemente, que Rifé caiu, cedendo vaga a Helenio Herrera, que não queria Roberto e deixava claro o seu desejo pela volta de Krankl. E pior: mandava-o jogar caindo pelas pontas, à procura do gol, o que lhe era difícil, pois os times espanhóis congestionavam a entrada da área. Não sobravam espaços para Roberto se movimentar, trabalhar a bola, chutar em boas condições, como fazia no Vasco, que jogava para ele, ao contrário do Barcelona (foto abaixo/Nicolas G/Placar Nº 516, de 20.03.1980), onde prevalecia o individualismo.
Evidentemente, que Rifé caiu, cedendo vaga a Helenio Herrera, que não queria Roberto e deixava claro o seu desejo pela volta de Krankl. E pior: mandava-o jogar caindo pelas pontas, à procura do gol, o que lhe era difícil, pois os times espanhóis congestionavam a entrada da área. Não sobravam espaços para Roberto se movimentar, trabalhar a bola, chutar em boas condições, como fazia no Vasco, que jogava para ele, ao contrário do Barcelona (foto abaixo/Nicolas G/Placar Nº 516, de 20.03.1980), onde prevalecia o individualismo.
Com alquilo, Roberto teria que adaptar-se a uma nova realidade, o que Herrera não lhe permitiu.
Muito cobrado, não conseguia render como nos tempos cruzmaltinos. Marcou apenas três gols – dois de pênalti –, em oito jogos. Como não explodia na Espanha, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, viu o momento certo para ter no ataque rubro-negro os dois maiores goleadores do futebol carioca, juntando-o a Zico. Apresentou um contrato para o Dinamite assinar, ele topou e obrigou Eurico Miranda a se virar, para repatriá-lo para São Januário.
2 - Roberto reestreou com a camisa cruzmaltina, em 24 de abril de 1980, enfrentando o Náutico, em Recife, pelo Campeonato Brasileiro. O Vasco venceu, 1 x 0, com um gol de Guina, mas o seu artilheiro ainda não esteve aceso. Isso só aconteceu naquele que todos pensam ter sido o seu “O Jogo da Volta”, contra o Corinthians, na tarde de 4 de maio, do mesmo 1980, no Maracanã.
Na tardeem que Roberto e o Vasco se reencontraram, os torcedores cruzmaltinos tiveram de suportar um “auê” dos rubro-negros – o Flamengo fizera a preliminar, contra o Bangu, e a sua torcida uniu-se à corintianos, formando o que chamaram de “Fla-Fiel”, para “secar” o Bacalhau. Mas não adiantou. Roberto marcou cinco gols e o Vasco tascou 5 x 2 no Timão, que era o campeão paulista, diante de 107.474 pagantes. Foto reproduzida de Placar 516, de 1980
2 - Roberto reestreou com a camisa cruzmaltina, em 24 de abril de 1980, enfrentando o Náutico, em Recife, pelo Campeonato Brasileiro. O Vasco venceu, 1 x 0, com um gol de Guina, mas o seu artilheiro ainda não esteve aceso. Isso só aconteceu naquele que todos pensam ter sido o seu “O Jogo da Volta”, contra o Corinthians, na tarde de 4 de maio, do mesmo 1980, no Maracanã.
Na tarde
Por aquela época, o Vasco não vinha bem no Brasileiro. O técnico Orlando Fantoni contava com jogadores talentosos, como Guina, Carlos Alberto Pintinho e Dudu “Coelhão”, mas os demais não faziam falta. Usando camisas pretas, calções e meiões brancos, os “cruzcristenses” pisaram no gramado do “Maraca” vaiados por flamenguistas e corintianos, que deliraram, quando Caçapava abriu o placar, aos 11 minutos, com a chamada “bomba”, de fora da área. Não sabiam eles, porém, que aquela seria a tarde em que o Dinamite voltaria a explodir. E nem tiveram tempo para comemorar. Dois minutos depois, Dudu esticou um passe para Roberto. O meia corintiano Basílio o interceptou, mas o “reestreante” recuperou a bola e, da marca do pênalti, empatou a partida: 1 x 1.
3 - A próxima amargura corintiana seria aos 27 minutos. Roberto atacou e, como ninguém aparecia para ajudá-lo, arriscou chutar, de longe. Saiu uma dinamite – tabelinha com o “montinho artilheiro”, na risca da pequena área. O quique da bola encobriu o goleiro Jairo, que a procurava e não a encontrava, no seu canto esquerdo: 2 x 1.
Com a torcida vascaína fazendo a festa, aos 37 minutos, Guina lançou, rasteiro, o seu artilheiro,
Com 4 x 2, no primeiro tempo, a torcida vascaína pedia o tradicional “mais um”, na etapa final. Roberto, no entanto, só foi atendê-la, aos 27 minutos, com um “míssil”, pelo alto, indefensável para o Jairão: 5 x 2. Depois daquela, o que restava ao artilheiro? Esperar o jogo acabar e ir pra geral e jogar a camisa 10 pra galera. Era a virada na vida de Carlos Roberto de Oliveira, cidadão nascido às 4h25 do dia 13 de abril de 1954, em Duque de Caxias, onde ganhou o apelido de Calu e, aos 12 anos de idade, já era individualista, fominha, titular e artilheiro do principal time do bairro, o Esporte Clube São Bento. Filho de Seu Maia e Dona Neuza. Roberto fora criado
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